O Gigante da Colina se prepara para um período de transição e adaptação logística, com o aguardado Estádio de São Januário passando por reformas significativas. Essa necessidade de modernização implicará em uma mudança temporária do mando de campo para jogos importantes, com o Vasco da Gama tendo que mandar suas partidas no Estádio Nilton Santos, popularmente conhecido como Engenhão. A decisão surge em um momento crucial da temporada, com o clube voltando suas atenções para a Copa do Brasil, onde busca o bicampeonato da prestigiada competição. A semifinal contra o rival Fluminense, com o jogo de ida marcado para o dia 11 de dezembro, coloca o foco em superar a recente sequência de resultados negativos no Campeonato Brasileiro e reencontrar o caminho da confiança.
A busca pela confiança reencontrada
A equipe vinha exibindo uma performance de gala, impulsionada por uma impressionante sequência de seis vitórias em sete partidas no Brasileirão. Essa arrancada havia consolidado um clima de otimismo e confiança, especialmente após um confronto direto pela vaga no G-7. Contudo, a derrota por 2 a 0 em pleno São Januário, diante do São Paulo, abalou essa atmosfera positiva. O revés não apenas interrompeu a sequência vitoriosa, mas também parece ter minado a confiança do elenco, culminando em duas apresentações abaixo do esperado: derrotas para Botafogo (3 a 0) e Juventude (3 a 1). Essa queda de rendimento se refletiu em alguns atletas que vinham se destacando, como Paulo Henrique, Cuesta e Andrés Gómez. Torcedores demonstraram insatisfação, com vaias direcionadas a Tchê Tchê e Matheus França, além de críticas ao trabalho do técnico Fernando Diniz.
O dilema no setor de volância
Uma das principais incógnitas que pairam sobre a escalação titular do Vasco reside na dupla de volantes. A performance de Tchê Tchê e Hugo Moura tem dividido opiniões entre os torcedores, gerando incertezas sobre quem atuará ao lado de Barros no meio de campo. Fernando Diniz tem demonstrado uma preferência por atletas mais dinâmicos no setor, que ofereçam não apenas suporte à zaga, mas também dinamismo na transição. No entanto, as últimas atuações de Tchê Tchê, especialmente após seu retorno de lesão, não têm sido suficientes para reconquistar plenamente o prestígio da torcida. Por outro lado, Hugo Moura, outrora titular indiscutível, viu seu espaço diminuir, sendo preterido em alguns jogos. Embora tenha retornado ao time titular contra o Juventude, foi substituído ainda no intervalo. A disputa pela vaga permanece acirrada, e a indecisão assombra o planejamento do treinador.
A fragilidade defensiva como calcanhar de Aquiles
Os erros individuais têm se configurado como um problema crônico para o Vasco ao longo da temporada, com o clube ostentando o maior número de falhas que resultaram em gols sofridos na competição. Aparentemente, a busca por uma solução definitiva para essa fragilidade tem se mostrado infrutífera. Mesmo em seus melhores momentos no ano, a equipe tem sofrido com lapsos individuais que comprometeram resultados importantes. A sequência recente de três jogos sem resultados positivos evidenciou essa questão. Contra o São Paulo, um pênalti infantil cometido por Paulo Henrique em Arboleda, em um momento em que o Vasco era superior na partida, abriu caminho para a vitória paulista. No clássico contra o Botafogo, um pênalti desnecessário de Cuesta iniciou a derrota para o rival. Já diante do Juventude, o zagueiro Cuesta falhou no gol de empate, e Jardim e Nuno entregaram a bola na defesa, facilitando a virada do time gaúcho. Essas falhas repetitivas levantam questionamentos sobre as causas da queda de rendimento e a dificuldade em solucionar os problemas defensivos.
A titularidade de Vegetti em debate
Diante das atuações mais discretas de Andrés Gómez nas últimas partidas, o debate sobre a permanência de Vegetti como titular voltou à tona entre os aficionados pelo clube. A presença do centroavante argentino no time principal ainda gera divergências de opinião. Vegetti conseguiu romper um jejum de gols contra o Bragantino, sendo peça fundamental na vitória por 3 a 0 fora de casa. No entanto, após esse confronto, assim como o restante da equipe, sua performance não tem sido o destaque. Apesar das opiniões divididas, Vegetti se mantém como o artilheiro do Vasco na temporada e figura como um dos principais goleadores do país em 2025. Os dois jogos recentes contra São Paulo e Botafogo, nos quais o time de Diniz passou em branco, marcam um contraste com o período anterior sob o comando do treinador, onde a equipe demonstrava maior capacidade ofensiva. Caso o argentino retorne ao posto de titular, Diniz precisará reavaliar o funcionamento da equipe sem a bola, especialmente no quesito pressão no campo de ataque adversário. A eficiência da equipe nesse aspecto esteve ligada a um ataque mais móvel. A questão que se impõe é se essa dinâmica pode ser reproduzida com o camisa 99 no comando do ataque. O tempo dirá.

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