Dois anos após a assinatura dos contratos que selaram a venda da SAF do Vasco para a 777 Partners, os documentos se tornaram públicos, revelando detalhes importantes sobre o negócio. A ação ajuizada no Tribunal de Justiça de São Paulo, apresentada pela KPMG, consultoria que intermediou a venda, possibilitou a abertura dos documentos.
Os principais fatos
Os documentos revelaram que a 777 Partners se comprometeu a assumir as dívidas feitas pelo Club de Regatas Vasco da Gama e a fazer aportes anuais na própria empresa. Além disso, o contrato também regrou uma série de valores que a 777 deveria cumprir para estimular a competitividade do time. No entanto, essas quantias eram mantidas em sigilo até agora.
O acordo de acionistas
O acordo de acionistas é um documento fundamental para compreender o negócio entre o Vasco e a 777 Partners. Embora não contenha todas as cifras da sociedade, ele faz menção a valores quando é necessário tratar de regras e penalidades. O documento revela que a 777 se comprometeu a investir R$ 700 milhões na SAF do Vasco, além de assumir as dívidas do clube.
Restrições à 777 Partners
O acordo de acionistas impunha restrições à 777 Partners na renegociação da SAF vascaína. Durante o período chamado de “lock-up”, o investidor não poderia vender o clube-empresa para terceiros, enquanto não tivesse terminado de aportar os R$ 700 milhões. Além disso, havia limitações para o perfil de quem fosse comprar a SAF, incluindo grupos concorrentes como Fenway Sports Group, City Football Group, Pacific Media Group, Red Bull e Eagle Football.
O processo de revenda
O processo de revenda foi regrado pelo acordo de acionistas. O Vasco tinha o chamado “drag along” (direito de arrastar, em tradução aproximada), que lhe permitia obrigar os americanos a venderem o percentual que eles ainda tivessem da SAF, caso chegasse a oferta de um novo comprador, pelo mesmo preço e pelas mesmas condições que o próprio clube teria negociado.
Essas revelações são importantes para entender o negócio entre o Vasco e a 777 Partners, e como ele afeta o futuro do clube. Embora a 777 Partners ainda não tenha integralizado o valor suficiente para se tornar controladora definitiva da SAF, a atual diretoria do Vasco optou por outro caminho, com a suspensão dos contratos por via judicial em maio.
O futuro do Vasco
O futuro do Vasco é incerto, mas é claro que o clube precisa de um investidor estável e comprometido com o seu sucesso. A 777 Partners se comprometeu a investir R$ 700 milhões na SAF do Vasco, mas é importante que o clube tenha um controle maior sobre o seu próprio destino. A suspensão dos contratos por via judicial em maio é um passo importante nessa direção, e é esperado que o clube possa encontrar um novo investidor que seja capaz de levar o Vasco ao sucesso.
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