A história do Sport Club do Recife é repleta de momentos inesquecíveis, mas um deles se destaca por ser particularmente inusitado. Em 1984, durante a reinauguração do estádio da Ilha do Retiro, um leão de verdade foi levado ao campo para o deleite dos torcedores. O evento foi marcado por um clima de festa e surpresa, com o leão desfilando em uma jaula reboque e levando à loucura os presentes.
A Ideia e o Leão
A ideia de levar um leão ao estádio partiu de Ricardo Pinto, diretor da Rádio Clube na época. Ele queria criar um evento especial para a reinauguração do estádio e pensou em algo que pudesse ser símbolo da torcida do Sport. Ruy Guimarães, genro de Ricardo Pinto e criador do leão, foi o responsável por trazer o animal para o evento.
O leão, batizado de Charles, foi importado de uma empresa especializada em animais selvagens e criado no casarão de Ruy Guimarães em Olinda. A ideia de levar o leão ao estádio foi inicialmente vista como um risco, mas acabou se tornando um grande sucesso.
O Evento
No dia da reinauguração do estádio, o clima era de festa. O leão desfilou em uma jaula reboque e foi ovacionado pela torcida. A presença do leão foi inesquecível e muitos torcedores ainda lembram do evento com carinho.
“Eu vou dizer a você com toda a sinceridade: eu até me emocionei, entendeu? A presença do leão, eu fiquei assustado, mas é a reação do público. Ele foi ovacionado. Eu achei aquilo maravilhoso, porque realmente é o mascote do nosso clube”, disse Arsênio Meira, presidente do Sport na época.
Depois do Evento
Depois do evento, o leão permaneceu por dois meses vivendo numa jaula na sede da Ilha do Retiro. Ele mudou o panorama da vida do clube e muita gente ia visitá-lo todos os dias. No entanto, a presença do leão também gerou preocupações sobre a segurança e o bem-estar do animal.
A decisão de remover o leão do estádio foi tomada pelo presidente Arsênio Meira, que considerou que a presença do animal era um risco para a segurança dos torcedores e dos funcionários do clube. O leão foi devolvido ao seu criador, Ruy Guimarães, e viveu pouco tempo no casarão antes de morrer ao atacar um rato envenenado.
O Legado de Charles
Apesar de ter vivido pouco tempo, o leão Charles deixou um legado duradouro no Sport Club do Recife. A presença física do leão foi preservada através da taxidermia e ele ainda é lembrado com carinho pelos torcedores do clube.
A história do leão Charles é um exemplo de como um evento inusitado pode se tornar um momento inesquecível na história de um clube. Ele é um lembrete de que a paixão e a criatividade podem criar momentos mágicos que são lembrados por gerações.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores