O atacante Dudu foi um dos protagonistas na noite desta terça-feira, quando o Atlético-MG garantiu sua vaga na grande final da Copa Sul-Americana. Com uma atuação de gala, o camisa 92 foi fundamental na vitória por 3 a 1 sobre o Independiente del Valle, contribuindo com duas assistências que selaram a classificação do Galo. Em uma conversa exclusiva, Dudu compartilhou suas impressões sobre o desempenho individual e coletivo, os desafios do gramado sintético, as orientações do técnico Jorge Sampaoli e a forte parceria com o ídolo Hulk.
A Psicologia da Vitória e a Busca por um Título Inédito
A partida contra o Independiente del Valle marcou um momento de redenção e afirmação para o Atlético-MG, especialmente após um período de altos e baixos na temporada. Dudu, ao ser questionado sobre sua atuação, fez questão de ressaltar a força do coletivo. “Eu acho que ontem a gente fez um jogo muito bom, a equipe num todo fez um grande jogo ontem. Nesses jogos grandes eu correspondo muito bem”, declarou o atacante, demonstrando confiança em sua capacidade de decidir em momentos cruciais. Ele também enfatizou a importância de Deus em sua trajetória e nas contribuições para a equipe, seja com assistências ou gols. Contudo, Dudu mantém os pés no chão, ciente de que a conquista da Sul-Americana ainda está longe de ser uma certeza. “A gente sabe que não ganhou nada, tem um caminho muito longo a percorrer ainda, a final vai ser um jogo muito difícil contra a La U ou Lanús”, alertou, projetando os desafios que virão. A esperança é que a equipe consiga manter a trajetória de evolução e alcançar este título inédito para o clube.
O cenário atual do Galo no Campeonato Brasileiro, brigando na parte inferior da tabela, contrasta com a euforia da classificação para a final continental. Dudu abordou essa dicotomia com paixão e um senso de responsabilidade. “A gente sempre vem falando isso, quando a equipe não tá bem, a gente fala: ‘a gente tem elenco bom, jogadores bons, vencedores que viveram esse lado vencedor e esse lado que estamos vivendo uma corrida para não cair para segunda divisão’. Isso não condiz com a história do Atletico”, desabafou, mostrando o descontentamento com a posição na liga nacional. Ele relembrou a campanha do ano anterior, que culminou na final da Libertadores, e reforçou a ideia de que o clube merece mais. “O clube não merece estar nessa posição que estamos no Brasileiro, o time merece estar na final da Sula, ganhar a Sula, um título inédito para o clube, estamos focados nessa competição, e focados em melhorar nossa posição no Brasileiro. Espero que a gente possa continuar essa evolução”, concluiu, reafirmando o foco em ambas as frentes.
Desvendando os Segredos da Grama Sintética
Um dos pontos que gerou curiosidade na análise de Dudu foi a sua adaptação ao gramado sintético, piso que ele já conhecia bem de sua passagem pelo Palmeiras. Ele explicou as particularidades desse tipo de campo e como ele impacta o jogo. “Eu acho que é um jogo muito diferente, convivi muito tempo no Palmeiras com a grama sintética e agora estou convivendo no Atlético. O clube ainda está adaptando a essa grama onde o jogo fica vivo, veloz”, descreveu. Dudu pontuou que a adaptação a esse piso é um processo, assim como ocorreu com outros clubes brasileiros. “O clube em si vai adaptar melhor no ano que vem. Acho que todo time que tem a grama sintética tem o período de adaptação aconteceu no Palmeiras, no Athletico Paranaense e agora no Galo”, observou, indicando que a equipe ainda está aprendendo a explorar as vantagens e minimizar as desvantagens desse tipo de superfície.
A Volta por Cima Após uma Grave Lesão no Joelho
O ano de 2023 foi marcado por um obstáculo significativo na carreira de Dudu: uma grave lesão no joelho, que o afastou dos gramados por um período considerável. O atacante abriu o jogo sobre o processo de recuperação e a importância da sequência de jogos sob o comando de Sampaoli para seu retorno ao alto nível. “Uma lesão muito grave no joelho, ninguém gosta de machucar, mas preferia ter machucado outros lugares do que o joelho. Porque a gente sabe que o joelho demora a voltar o seu nível que praticava antes de machucar”, desabafou, compartilhando a dor e a dificuldade de superar essa adversidade. Ele sente que está reencontrando seu ritmo de jogo e de campo, algo essencial para qualquer atleta. “Acho que agora eu estou começando a voltar ao ritmo, a gente precisa muito de ritmo de jogo, de campo, estou tendo isso agora no Galo com o Sampaoli, jogando pelo lado esquerdo onde eu mais joguei pelo Palmeiras”, revelou. Dudu também ressaltou sua versatilidade e disposição em ajudar o time em qualquer posição que for necessário, citando sua habilidade de atuar pelas pontas, como meia e até mesmo como falso nove.
A Influência de Sampaoli e a Tática Ofensiva
A chegada de Jorge Sampaoli ao comando técnico do Atlético-MG trouxe novas dinâmicas para a equipe e para o próprio Dudu. O atacante revelou que o treinador argentino identificou a necessidade de melhorias físicas e implementou um trabalho específico. “Conversaram comigo, disseram que precisava melhorar alguns aspectos fisicamente, me passaram um trabalho para fazer na academia. Sempre fiz esse trabalho no Palmeiras, gosto de treinar, trabalhar e eu sempre vinha fazendo no Palmeiras. Esse ano fiquei um tempo de férias e depois veio a suspensão e isso atrapalhou um pouco minha trajetória no Galo”, explicou, detalhando o planejamento físico que foi proposto. Dudu demonstrou grande satisfação em trabalhar com Sampaoli, citando o apreço do técnico pela posse de bola e pelo jogo ofensivo. “Ele gosta muito de atacar, eu sempre quis trabalhar com ele, quando ele estava para vir para o Galo pensei: ‘vai ser legal’. Os times dele gosta de ter controle do jogo, gosta de atacar, a gente tá defendendo bem”, comentou, comparando com o trabalho de Cuca, que também teve papel fundamental em sua vinda para o clube.
A Força da Parceria com Hulk
A noite também foi especial para Hulk, que encerrou um jejum de 15 jogos sem balançar as redes. Dudu, que tem uma relação de muita amizade e respeito com o atacante, comentou sobre a importância de Hulk, mesmo quando ele inicia as partidas no banco. “Hulk é um cara muito especial, vencedor, que venceu muito aqui no Galo, tem um carinho enorme da torcida do Galo, acho que um grande jogador ajuda o clube nesses momentos também ele ajuda os jogadores passando confiança, a gente vem retribuindo isso com ele, Ele sabe que ele precisa de confiança para jogar”, declarou. Dudu expressou a felicidade de ver o companheiro reencontrar o caminho do gol. “Eu fico muito feliz, me dou muito bem com ele, passa confiança para mim. Do primeiro jogo quando ele deu o passo para eu fazer o gol, hoje ele entrou e fez gol, fiquei muito feliz também”, finalizou, exaltando a sinergia entre os dois jogadores e o papel fundamental do camisa 7 no dia a dia da equipe.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores