A política interna do São Paulo Futebol Clube ferve enquanto a próxima eleição presidencial, marcada para o final de 2026, se aproxima. Apesar de ainda faltar mais de um ano para a definição do comandante do Tricolor para o triênio de 2027 a 2029, os bastidores já são palco de intensas articulações, disputas internas e a incerteza sobre quem contará com o apoio crucial do atual mandatário, Julio Casares. A oposição, por sua vez, busca unificar forças e estabelecer diretrizes claras para a disputa pela cadeira presidencial, vislumbrando que essas negociações podem ser o fiel da balança para determinar os rumos do clube.
A Configuração Política do Conselho Deliberativo
Atualmente, o Conselho Deliberativo do São Paulo é composto por 256 membros. A divisão política se apresenta da seguinte forma: os grupos alinhados à situação detêm 201 conselheiros, enquanto a oposição conta com 55. É importante ressaltar que esses números são dinâmicos e podem sofrer alterações conforme as movimentações políticas e alianças se formam ou se desfazem. No entanto, este é o cenário predominante no momento, moldando o quadro das futuras decisões.
A configuração atual da situação é formada por seis grupos distintos: Participação, Movimenta São Paulo, Legião, Força São Paulo, Vanguarda e Sempre Tricolor. Além desses, existem alguns conselheiros independentes que não se filiam a nenhum grupo específico. A oposição, por outro lado, agrupa-se em torno dos grupos Tradição, Raiz e Legenda, que se unem sob a bandeira do Salve o Tricolor Paulista, complementados por outros conselheiros independentes. A força combinada desses 55 opositores é vista por eles como suficiente para influenciar significativamente o resultado da eleição presidencial.
Potenciais Rachas e a Influência da Oposição
Um dos pontos de maior atenção no cenário político tricolor é a possibilidade cada vez mais real de um racha dentro da própria situação. Em particular, a relação entre o grupo de Carlos Belmonte (Legião) e o de Julio Casares (Participação) aponta para direções opostas na próxima eleição. Caso essa divisão se concretize, é provável que os demais grupos que compõem a atual coalizão da situação também se posicionem em lados distintos, fragilizando a unidade.
Nesse contexto, a oposição vislumbra uma oportunidade estratégica. Ao invés de lançar um candidato próprio, a união dos grupos opositores pode conferir-lhes o poder de decidir quem será o próximo presidente do São Paulo. Relatos internos indicam que a probabilidade de apoiarem dirigentes que já ocupam cargos de liderança proeminentes no clube, como o próprio Julio Casares ou Carlos Belmonte, é considerada baixa. Os opositores estão, portanto, concentrados em buscar um acordo interno que maximize sua influência e capacidade de decisão no pleito vindouro. Contudo, um nome de consenso entre esses grupos ainda não foi definido e deve ser uma pauta para o próximo ano.
O Mecanismo de Eleição e a Dinâmica do Conselho
O processo eleitoral no São Paulo envolve, primeiramente, uma eleição para os sócios, que definem 100 novos conselheiros. Os outros 160 conselheiros são vitalícios, garantindo uma base sólida para os grupos. No cenário atual, há 256 conselheiros, uma vez que quatro membros faleceram após a última eleição. Essa composição, no entanto, ainda sofrerá alterações antes da eleição do novo presidente, com a possibilidade de a oposição ampliar sua força e influência na definição do sucessor de Julio Casares. A expectativa é que o grupo opositor não se enfraqueça nesse período.
É notável que 46 dos 55 conselheiros que compõem a oposição são vitalícios, o que assegura sua presença e participação nas próximas disputas presidenciais. Por outro lado, a situação enfrenta um momento de indefinição. Enquanto os grupos ligados a Julio Casares e Carlos Belmonte parecem caminhar para lados opostos, a definição do candidato da situação está prevista para março do próximo ano. Uma tendência aponta para o superintendente Márcio Carlomagno como o nome apoiado por Julio Casares, o que, por sua vez, pode levar o grupo liderado por Carlos Belmonte a buscar alianças em outro campo.
Cenários Futuros e Articulações em Andamento
Existe também a possibilidade de o próprio diretor de futebol ser escolhido por seu grupo para concorrer à presidência. Se essa for a rota escolhida, as chances de Julio Casares se alinhar em oposição a ele aumentam consideravelmente. No entanto, todas essas definições só deverão se concretizar em 2026, um horizonte que permite um turbilhão de acontecimentos e reviravoltas políticas no Tricolor. Acompanhar os bastidores e as articulações internas será fundamental para entender os rumos do clube nos próximos anos.

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