O Tricolor Paulista atravessa um momento de reavaliação interna após a recente derrota para o Corinthians por 3 a 1, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, disputado na Neo Química Arena. A insatisfação com o desempenho em campo, agravada por um número considerável de desfalques por lesão ao longo da temporada, tem levado a diretoria e a comissão técnica a traçar um plano estratégico para as próximas janelas de contratação. A prioridade para 2026 já está delineada: a busca por reforços que priorizem a saúde e a capacidade de manterem-se em atividade constante.
A Necessidade de Jogadores Saudáveis: Um Alerta para o Futuro
A fragilidade do elenco são-paulino em momentos cruciais da temporada, em grande parte devido a lesões musculares que afastaram peças fundamentais como Lucas Moura e Oscar, impôs um padrão de contratação que precisa ser revisto. O técnico Hernán Crespo, em entrevista após o clássico paulista, foi enfático ao destacar que, mais do que o talento ou o nome de um jogador, a condição física ideal precisa ser o principal critério de avaliação no mercado. A diretoria do clube foi alertada sobre a urgência em direcionar os investimentos para atletas que demonstrem maior resiliência e menor propensão a problemas físicos, garantindo assim maior constância nas escalações e, consequentemente, no desempenho da equipe.
A temporada tem sido marcada por uma verdadeira saga de ausências no São Paulo. O técnico Crespo relatou que, para o confronto contra o arquirrival, a equipe contava com nada menos que 12 desfalques significativos. Essa lista impressionante inclui nomes como Lucas, Calleri, Oscar, André Silva, Luan, Ryan Francisco, Dinenno, Wendell, Marcos Antônio, Enzo Díaz, Arboleda e Rodriguinho, todos afastados por questões médicas. Essa dificuldade em manter uma formação titular consolidada tem impactado diretamente o planejamento tático e a consistência de resultados ao longo do ano. A ausência de peças-chave em diferentes setores do campo exige adaptações constantes, o que nem sempre se traduz em um desempenho ideal.
Reforços de Qualidade e Foco na Constância
Crespo não hesitou em expressar suas preocupações em relação à carência de opções no elenco, admitindo que “falta camisa 10, um centroavante, falta muita coisa”. Ele ressaltou que imprevistos ocorreram durante a temporada, impedindo que o clube pudesse aproveitar ao máximo o potencial de seus jogadores. O caso de Lucas, que apesar de todo o esforço não conseguiu retornar à sua melhor forma física, e a situação de Oscar, que lutou contra problemas recorrentes, foram citados como exemplos dessa dificuldade. O treinador fez questão de ressaltar que não há espaço para buscar culpados, mas sim para planejar com inteligência o futuro. A saúde do atleta, segundo ele, deve ser o fator primordial na hora de buscar novos talentos no mercado, seguido, é claro, pela capacidade técnica e tática.
A filosofia adotada pelo treinador argentino aponta para a necessidade de montar um grupo mais resiliente, capaz de suportar a carga de jogos e os possíveis imprevistos que surgem em uma temporada longa e disputada. A ideia é que, com jogadores mais saudáveis, o time possa ter uma rotina de treinamentos mais sólida e, consequentemente, apresentar um futebol mais consistente. A diretoria, ciente da importância de atender a essas demandas, já estaria alinhada com a visão do comandante para as próximas movimentações no mercado de transferências. A busca por um centroavante de ofício e um meia criativo, capazes de desequilibrar partidas e oferecer mais opções ofensivas, deve ser prioridade, sempre com o cuidado de não negligenciar a condição física dos atletas a serem contratados.
O Desafio da Pré-Libertadores e a Confiança no Elenco
Apesar do cenário adverso e da recente derrota para o rival, Hernán Crespo demonstra uma confiança notável na capacidade do São Paulo em ainda brigar por uma vaga na Copa Libertadores da América, especificamente na fase pré-Libertadores. Ele reconhece que a situação pode parecer improvável para alguns, mas enfatiza que o trabalho de mobilização do elenco segue firme. O argentino, que já lidou com diversas adversidades ao longo de sua carreira, parece ter encontrado na resiliência uma de suas principais ferramentas de trabalho.
Crespo admitiu que a situação do elenco é desafiadora, com mais jogadores fora de combate do que disponíveis para treinar. Ele chegou a mencionar que, em determinado momento, apenas 13 jogadores, excluindo os goleiros, estavam aptos para as atividades, sem contar os convocados para suas seleções nacionais. Mesmo diante desse cenário de escassez, o treinador mantém o foco no futuro próximo, projetando as próximas partidas com otimismo. Acredita que a mentalidade positiva e a dedicação dos jogadores disponíveis podem ser suficientes para superar os adversários. “Pensar que podemos melhorar, fazer bem. Acho que esse São Paulo está concentrado, com 12 ou 13 jogadores pode vencer o Juventude”, declarou, demonstrando a força de sua convicção. Restam quatro rodadas para o fim do campeonato, e a esperança de alcançar o objetivo continental ainda reside no Tricolor Paulista.

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