A fase atual do São Paulo FC, sob o comando do técnico Hernán Crespo, tem sido marcada por uma montanha-russa de emoções. O que começou com um otimismo contagiante, impulsionado por uma sequência de vitórias, rapidamente se transformou em um período de intensa pressão e questionamentos. O Tricolor Paulista acumulou duas dolorosas eliminações em torneios de mata-mata e exibe um desempenho significativamente inferior ao de passagens anteriores do próprio treinador. A derrota recente para o Mirassol, por 3 a 0, serviu como um alerta máximo para a equipe e a diretoria, que agora busca uma reação imediata no Campeonato Brasileiro Betano.
Desde que Hernán Crespo retornou ao comando técnico do São Paulo, as expectativas no Morumbi eram altíssimas. Sua segunda passagem pelo clube começou de forma promissora, com uma impressionante sequência de cinco vitórias consecutivas que empolgou não apenas a torcida, mas também toda a cúpula diretiva. Acreditava-se que o técnico argentino seria capaz de replicar o sucesso de sua primeira jornada, trazendo de volta o futebol envolvente e os resultados positivos que levaram o clube à conquista de títulos. Contudo, essa euforia inicial deu lugar a um cenário de instabilidade e queda de rendimento que tem preocupado a todos os envolvidos com o clube paulista.
A Trajetória Instável de Hernán Crespo no Morumbi
A empolgação inicial com a volta de Crespo ao banco tricolor não se sustentou por muito tempo. Após aquele início avassalador, a equipe começou a oscilar, culminando em duas eliminações de peso que abalaram a confiança de jogadores e torcedores. Primeiro, o São Paulo foi superado pelo Athletico-PR na Copa do Brasil, um revés que muitos consideraram inesperado. Pouco tempo depois, veio outra decepção na Libertadores, com a equipe sendo eliminada pela LDU de Quito. Esses resultados negativos não apenas frustraram os planos do clube em competições importantes, mas também colocaram Crespo sob um escrutínio ainda maior. A pressão atingiu seu ápice após a derrota vexatória por 3 a 0 para o Mirassol, na última rodada do Brasileirão Betano, expondo fragilidades defensivas e a falta de soluções ofensivas.
O impacto dessas eliminações e da sequência de maus resultados tem sido profundo. O ambiente que antes era de otimismo e fé no trabalho do treinador agora é de cautela e apreensão. A torcida, acostumada a momentos de glória, manifesta sua insatisfação, enquanto a equipe parece lutar para encontrar uma identidade e um padrão de jogo. A busca por respostas e a necessidade urgente de uma virada são os temas que dominam os bastidores do Morumbi, com Crespo e sua comissão técnica trabalhando intensamente para reverter a maré.
O Contraste Numérico: Queda Alarmente de Desempenho
Os números da atual gestão de Hernán Crespo revelam um contraste gritante com sua primeira passagem pelo São Paulo em 2021. Em 23 partidas à frente do Tricolor nesta nova fase, o técnico argentino soma um aproveitamento de apenas 47,8%, resultado de 10 vitórias, 3 empates e 10 derrotas. Essa estatística é alarmante quando comparada aos 23 primeiros jogos de sua era em 2021. Naquela ocasião, Crespo registrou 14 vitórias, 7 empates e apenas 2 derrotas, alcançando um impressionante aproveitamento de 71,7%.
A diferença no desempenho é notável: uma queda de 33,5% no aproveitamento, o que demonstra a dificuldade em manter a regularidade e a intensidade que marcaram o início de seu trabalho. Além disso, o número de derrotas aumentou drasticamente, evidenciando um time mais vulnerável e menos consistente taticamente. Em 2021, o São Paulo era sinônimo de um futebol dominante, com uma defesa sólida e um ataque criativo. Atualmente, as falhas defensivas são uma constante, e a equipe tem demonstrado uma notável falta de criatividade no setor ofensivo, gerando poucas oportunidades de gol e facilitando a vida dos adversários.
Análise Tática: De Dominante a Vulnerável
A transformação do São Paulo, de um time dominante para um conjunto com evidentes vulnerabilidades, é um dos pontos que mais intrigam analistas e torcedores. Em 2021, sob o comando de Hernán Crespo, o clube não só conquistou o Campeonato Paulista, quebrando um longo jejum de títulos e superando o rival Palmeiras na final, como também apresentava um esquema tático bem definido, com jogadores em sintonia e capazes de executar as ideias do treinador em campo. A equipe mostrava intensidade na marcação, saídas rápidas para o ataque e uma capacidade de controle de jogo que a tornava difícil de ser batida.
Em 2025, o cenário é drasticamente diferente. O São Paulo acumula sete derrotas em apenas oito jogos, mergulhando em um dos momentos mais instáveis da temporada. A análise tática revela uma equipe que perdeu sua solidez defensiva, sofrendo gols com frequência, e que encontra dificuldades em construir jogadas de ataque. A ausência de um “plano B” eficaz ou a incapacidade de adaptar-se às diferentes situações de jogo são apontadas como fatores que contribuem para essa queda. Os atletas, antes elogiados pela entrega e pelo entendimento tático, parecem agora perdidos em campo, refletindo a falta de confiança e a pressão exercida pelos resultados negativos.
A Resposta da Diretoria e o Próximo Desafio Crucial
Apesar da fase ruim e da crescente pressão externa, a diretoria tricolor, por enquanto, não cogita a demissão do técnico Hernán Crespo. A avaliação interna é de que o elenco ainda acredita no trabalho do treinador e que há tempo para reverter a situação no Campeonato Brasileiro Betano. Essa postura da diretoria demonstra um voto de confiança, mas também carrega o peso de uma expectativa por resultados imediatos. A aposta é na capacidade de Crespo de reagrupar a equipe, ajustar os erros e reencontrar o caminho das vitórias, evitando que a crise se aprofunde ainda mais e comprometa os objetivos da temporada.
A próxima oportunidade de recuperação será neste sábado (25), em um duelo que se configura como crucial contra o Bahia. A partida, válida pela 30ª rodada do Brasileirão, será disputada em um momento de extrema necessidade para o São Paulo. O confronto não é apenas mais um jogo; é a chance de a equipe tentar reencontrar o caminho das vitórias, aliviar a pressão sobre Hernán Crespo e dar um novo fôlego à sua campanha no campeonato nacional. Uma vitória contra o Bahia poderia ser o ponto de virada tão esperado, enquanto um tropeço prolongaria o drama e aumentaria ainda mais a pressão sobre o comando técnico e os jogadores do Tricolor Paulista.

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