Ainda ecoam as memórias do tenso clássico entre São Paulo e Palmeiras, que agitou a 27ª rodada do Brasileirão Betano. A partida, marcada por decisões controversas da arbitragem, colocou o árbitro Ramon Abatti Abel em evidência. As reclamações por um pênalti não marcado em cima de Gonzalo Tapia e a ausência de uma expulsão para Andreas Pereira inflamaram a diretoria são-paulina, que viu sua equipe ser derrotada por 3 a 2 pelo Verdão. Mais de dois meses se passaram desde aquele confronto, mas as controvérsias voltaram à tona, com o técnico palmeirense Abel Ferreira utilizando a coletiva pós-jogo contra o Vitória para reavivar o debate.
O treinador português, conhecido por sua franqueza, não hesitou em comentar sobre a atuação da arbitragem, desta vez focando em lances da partida contra o Vitória. Ele relembrou com ironia as reações do São Paulo ao clássico, mesmo elogiando Ramon Abatti Abel, a quem considera um dos melhores profissionais em atividade no Brasil. A declaração de Abel Ferreira busca jogar luz sobre a subjetividade e as diferentes interpretações que podem surgir em campo, questionando a consistência dos critérios aplicados.
A Narrativa da Beneficência Arbitral e o Caso Andreas Pereira
Abel Ferreira iniciou suas considerações abordando a narrativa que, segundo ele, tenta pintar o Palmeiras como um time constantemente beneficiado pela arbitragem. Ele citou um lance específico da partida mais recente contra o Vitória, onde um jogador de sua equipe foi expulso. “Temos que falar de muitas coisas, das narrativas que se criaram que o Palmeiras é beneficiado pelos árbitros”, declarou o treinador. Em seguida, ele aprofundou sua análise sobre o episódio envolvendo Andreas Pereira. “Hoje tivemos um jogador que é expulso, o Andreas (Pereira) leva o primeiro amarelo com o árbitro a cinco metros, e o Andreas nem toca no jogador, isso é claro, são fatos”, pontuou, demonstrando frustração com o que considerou uma marcação equivocada.
A fala do técnico português sugere uma análise detalhada dos lances e uma comparação entre as decisões tomadas em diferentes partidas. Ao citar a proximidade do árbitro com a jogada, Abel Ferreira insinua que a percepção do que constitui uma infração pode variar, levantando um questionamento sobre a objetividade da aplicação das regras. A expulsão de um jogador, especialmente em um momento crucial, pode impactar significativamente o desenrolar de uma partida, e é nesse contexto que o técnico busca contextualizar sua crítica.
A Ironia em Relação ao Clássico Contra o São Paulo
A crítica de Abel Ferreira não se limitou ao lance específico contra o Vitória; ele fez questão de revisitar as polêmicas do Choque-Rei contra o São Paulo, utilizando um tom irônico para confrontar as reações da época. “No jogo contra o São Paulo, há um pênalti para o São Paulo, que todos fizeram um escabeche, que ninguém toca na bola, e a bola furou o jogador, e todos disseram que é pênalti e penduraram o árbitro, colocaram um dos melhores árbitros brasileiros, colocaram a cabeça dele de prêmio”, declarou. A escolha das palavras “escabeche” e “penduraram o árbitro” denota a percepção de um julgamento público exagerado e a pressão exercida sobre o profissional.
O técnico palmeirense prosseguiu com sua narrativa, utilizando a experiência de Ramon Abatti Abel como contraponto. “Ano passado apitou só a final olímpica entre França e Espanha, e o que fizeram? Colocaram a cabeça dele no cepo”, acrescentou. Essa referência à atuação do árbitro em um palco internacional de grande relevância busca reforçar a ideia de que Ramon Abatti Abel é um profissional qualificado e experiente, sugerindo que as críticas recebidas no clássico contra o São Paulo foram desproporcionais. A comparação com a final olímpica serve para ilustrar o alto nível técnico do árbitro, e, por extensão, questionar a validade das intensas reclamações que ele enfrentou.
Critério e Subjetividade na Arbitragem: O Caso do Pênalti Reclamado pelo Palmeiras
Em contrapartida às polêmicas em que o São Paulo se sentiu prejudicado, Abel Ferreira trouxe à tona uma situação em que o próprio Palmeiras pleiteou um pênalti. Ele descreveu o lance: “O pênalti claro que há no Santos a nosso favor, a bola também furou, foi o que disse o Claus, que também é um excelente árbitro, a bola furou, mas depois há um contato, aonde está o critério?. Essa fala evidencia a complexidade da arbitragem e a dificuldade em aplicar regras de forma uniforme em todas as situações.
O treinador busca demonstrar que a interpretação de lances similares pode gerar controvérsias independentemente do clube envolvido. Ao citar a opinião de outro árbitro renomado, o Claus, Abel Ferreira reforça a ideia de que mesmo entre profissionais qualificados, pode haver divergências de entendimento. A pergunta “aonde está o critério?” lança uma dúvida sobre a consistência na aplicação das regras e sobre os fatores que influenciam as decisões em campo. Essa reflexão convida a uma discussão mais profunda sobre os elementos que compõem o critério de arbitragem e como garantir a equidade nas partidas.
O Tricolor Paulista em Cena e o Clássico Contra o Corinthians
Em meio a essas discussões sobre arbitragem e a memória do Choque-Rei, o foco do São Paulo se volta agora para um novo desafio de grande magnitude. O Tricolor Paulista se prepara para encarar seu maior rival, o Corinthians, em um confronto que promete parar a cidade. A partida, válida pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, acontecerá fora de casa, adicionando um tempero extra ao já acirrado duelo.
Este clássico paulista é sempre um dos mais esperados do calendário nacional, movimentando a paixão de milhões de torcedores. A rivalidade histórica entre as duas equipes garante que o jogo será disputado em alto nível, com ambas as equipes buscando a vitória a todo custo. As expectativas são altas para um confronto eletrizante, onde as emoções estarão à flor da pele, tanto para os jogadores em campo quanto para as torcidas nas arquibancadas e em casa.

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