A torcida do Santos cobra mudanças, e o nome de Gabriel Bontempo surge com frequência como uma solução para o ataque. No entanto, o técnico Juan Pablo Vojvoda tem suas razões para gerenciar o tempo de jogo do meia-atacante, priorizando o equilíbrio da equipe em momentos cruciais da temporada. A partida contra o Mirassol, que terminou em empate por 1 a 1 na Vila Belmiro, evidenciou novamente a necessidade de um poder de fogo maior para o Peixe, que busca se afastar da zona de rebaixamento.
A Pressão da Torcida por Novas Opções no Ataque
A tensão na Vila Belmiro é palpável. A cada rodada, o fantasma da Série B assombra os torcedores do Santos, e a busca por vitórias que garantam a permanência na elite do futebol nacional se torna uma prioridade absoluta. Na última quarta-feira (19), o confronto contra o Mirassol representava uma oportunidade de ouro para o Alvinegro Praiano somar três pontos cruciais. O empate em 1 a 1, embora tenha tirado a equipe momentaneamente do Z-4, deixou um gosto amargo na boca dos santistas, que viram sua equipe criar oportunidades, mas pecar na finalização e, em alguns momentos, na solidez defensiva.
O primeiro tempo contra o Mirassol foi marcado por lances de perigo e pela esperança renovada. O camisa 10 da equipe, em um dia inspirado, chegou a balançar as redes, oferecendo um lampejo de otimismo. Contudo, a emoção do gol foi ofuscada por um erro individual que resultou em um pênalti para o adversário, determinando o placar final. Essa dualidade entre momentos de brilho e falhas que custam caro tem sido uma constante na temporada do Peixe, alimentando a insatisfação da arquibancada.
Vojvoda Revela os Motivos por Trás das Poucas Oportunidades de Bontempo
Diante do cenário delicado e das cobranças que ecoam das arquibancadas, o técnico Juan Pablo Vojvoda tem sido alvo de pressão por parte da torcida, que clama por mudanças, sejam elas táticas ou na escalação titular. Um dos nomes mais citados para receber mais minutos em campo é o do meia-atacante Gabriel Bontempo. Os torcedores veem no jovem jogador uma peça capaz de injetar dinamismo e imprevisibilidade no setor ofensivo santista. A expectativa é que ele possa contribuir para a criação de jogadas e para a finalização das oportunidades criadas.
O treinador argentino, ciente das demandas do torcedor e da importância de Bontempo para a equipe, fez questão de explicar a situação do jogador. Em entrevista após a partida contra o Mirassol, Vojvoda detalhou os motivos que levaram o meia-atacante a entrar em campo apenas nos minutos finais do segundo tempo. A estratégia de gerenciamento de jogadores em um calendário apertado e a necessidade de evitar riscos de desfalques foram pontos chave na sua argumentação. A preocupação com o rendimento ofensivo, que ele considera o grande problema da equipe neste momento decisivo, parece ser um fator determinante em suas escolhas.
A Gestão de Elenco e o Equilíbrio Tático Explicam o Uso Moderado de Bontempo
“Ele ia entrar antes, mas tivemos a situação do Igor Vinicius. Jogou 16 minutos. Eu tenho três janelas, não posso fazer ou ficar sem troca faltando 30 minutos, tendo jogado três dias antes. Se não, corro risco de ficar com dez jogadores. Há que manejar e ter equilíbrio”, explicou Vojvoda, colocando em perspectiva a sua visão sobre a utilização de Gabriel Bontempo. A declaração do comandante santista ressalta a complexidade de suas decisões, que vão além da simples vontade de escalar o jogador mais aclamado pela torcida. A necessidade de preservar o elenco, evitar lesões e manter a competitividade em campo em todas as etapas da partida são fatores preponderantes.
A gestão de um elenco em um período de alta competitividade, com jogos frequentes e a necessidade de pontuar em todas as rodadas, exige do treinador uma visão estratégica apurada. A presença de mais de um jogador com características semelhantes no banco de reservas pode ser uma arma, mas sua entrada deve ser calculada para não comprometer a estrutura tática da equipe ou expor o time a riscos desnecessários. A limitação de substituições e a proximidade dos jogos impedem que todas as trocas desejadas sejam realizadas sem planejamento. O treinador busca, assim, um equilíbrio que permita à equipe manter sua força ao longo dos 90 minutos.
Bontempo: Uma Peça Valorizada, Mas Sob Gerenciamento Cuidadoso
Apesar do tempo de jogo limitado, Gabriel Bontempo já participou de 37 partidas na atual temporada, um número que demonstra a confiança que a comissão técnica deposita em seu potencial. Contudo, a sua ausência na escalação titular em determinados jogos, como na partida contra o Mirassol, tem gerado burburinho entre os torcedores. A presença de Bontempo em campo, mesmo que por um período mais curto, já demonstrou ser capaz de alterar o ritmo da equipe e criar lances de perigo, como evidenciado na partida contra o Flamengo, no Maracanã, onde ele contribuiu significativamente para o ataque santista, culminando com a marcação de um gol.
A exigência da torcida por mais minutos para Bontempo é compreensível, dada a sua capacidade de desequilibrar e a busca incessante por soluções para o ataque santista. No entanto, a visão de Vojvoda, que prioriza o manejo estratégico do elenco e a construção de um time equilibrado, também tem seu valor. A expectativa é que, com o passar dos jogos e a manutenção da saúde física dos jogadores, o meia-atacante possa ter mais oportunidades de mostrar seu futebol e ser um diferencial para o Santos na luta contra o rebaixamento.

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