O Santos F.C. atravessa um dos seus períodos mais delicados na era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro. Com a 34ª rodada da competição já tendo transcorrido, o Peixe se encontra em uma posição incômoda na tabela, lutando arduamente para se distanciar da zona de rebaixamento. Pela primeira vez desde 2006, quando o formato atual com 20 equipes foi implementado, o clube santista atinge este marco com menos de 40 pontos em seu cardápio de resultados. Atualmente, a equipe ocupa a modesta 16ª colocação, ostentando 37 pontos, uma margem perigosamente curta de apenas um ponto acima do Esporte Clube Vitória, que figura como o primeiro time dentro do temido Z-4.
Um Desempenho Histórico Negativo no Brasileirão de Pontos Corridos
A atual campanha do Alvinegro Praiano se mostra ainda mais desfavorável quando comparada com o seu próprio desempenho no ano anterior, 2023, que culminou em seu inédito rebaixamento. Naquela ocasião, após um número similar de partidas disputadas, o Santos figurava na 14ª posição, somando 42 pontos. A vantagem para o Bahia, equipe que estava na zona de degola, era de quatro pontos. O que, em retrospecto, pesou negativamente para o clube nas rodadas finais daquele campeonato foram uma série de tropeços consecutivos, que acabaram por selar o destino da equipe.
Ao analisarmos o histórico recente, mesmo em anos onde o clube enfrentou adversidades significativas, os números apresentados eram, em geral, mais animadores. Um exemplo notório é a temporada de 2008. Naquela ocasião, o Santos já demonstrava sinais de recuperação e, após a 34ª rodada, contabilizava 40 pontos, posicionando-se em 13º lugar. A vantagem para o Náutico, que na época ocupava a 17ª posição, era de três pontos. De forma curiosa e emblemática, o Santos enfrentou o Internacional na rodada seguinte, a 35ª, em pleno Estádio da Vila Belmiro. O confronto terminou com vitória santista por 1 a 0, com gol marcado por Michael Jackson Quiñónez, elevando a pontuação para 43 pontos. Este resultado crucial proporcionou uma margem de segurança de seis pontos em relação ao Z-4, trazendo um alívio considerável para o time na reta final da competição.
Outro cenário que demonstra a capacidade de reação do clube, mesmo em momentos de pressão, ocorreu em 2021. Naquele ano, o Peixe também flertou com a zona de rebaixamento, mas conseguiu reverter a situação de maneira eficaz. Após disputar 34 partidas, a equipe se encontrava na 13ª colocação, com 42 pontos acumulados, uma vantagem de cinco pontos sobre o Bahia. A derrota para o arquirrival Corinthians, por 2 a 0, marcou o último resultado negativo do clube naquele campeonato. A partir daí, o Santos engatou uma sequência positiva com vitórias sobre Fortaleza e Flamengo, além de empates contra Internacional e Cuiabá, garantindo assim a permanência na Série A.
O Ataque Apático e a Defesa Fragilizada Amplificam as Preocupações
Para além dos resultados em si, o desempenho tanto do setor ofensivo quanto do defensivo tem sido um grande motivo de apreensão para a torcida e para a comissão técnica. Com um total de apenas 35 gols marcados após 34 rodadas, o Santos ostenta a segunda pior marca ofensiva de sua história na era dos pontos corridos. Apenas em 2021, o clube apresentou um número inferior, com 30 gols marcados neste mesmo recorte de partidas. O desempenho em clássicos regionais, um termômetro importante da força de uma equipe, também deixou a desejar, aquém das expectativas.
A solidez defensiva, que foi um dos pilares para a recuperação do time em 2021, simplesmente não se faz presente na temporada atual. Naquele ano, após 34 partidas, o sistema defensivo santista havia sido vazado em 38 oportunidades. Atualmente, o número de gols sofridos disparou consideravelmente, atingindo a marca de 49, o que evidencia as gritantes dificuldades enfrentadas pelo setor defensivo para conter as investidas adversárias.
A Pressão da Luta Contra o Rebaixamento Se Intensifica
A cada rodada que passa, a tensão aumenta para o Santos e seus torcedores. A proximidade do grupo de acesso à Série B se torna cada vez mais palpável, exigindo uma reabilitação imediata e consistente para evitar um desfecho histórico e doloroso. A equipe precisa reencontrar o caminho das vitórias e, para isso, aprimorar tanto o poder de fogo de seu ataque quanto a segurança de sua defesa.

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