O Santos, em sua busca incessante por solidez defensiva, enfrenta um dilema persistente. Apesar de investimentos significativos na janela de transferências, com a chegada de quatro reforços focados no setor, a equipe comandada por Juan Pablo Vojvoda ainda não encontrou a dupla de zaga ideal e a retaguarda santista tem demonstrado fragilidade. A necessidade de apresentar uma evolução clara na defesa se torna ainda mais urgente com a proximidade de mais um compromisso pelo Campeonato Brasileiro.
A expectativa era de que os reforços pudessem trazer a estabilidade tão almejada. No entanto, o cenário atual aponta para uma dificuldade em consolidar a linha defensiva, o que tem gerado preocupações e análises detalhadas por parte da comissão técnica. A busca por uma formação que transmita segurança e confiança tem sido uma constante no trabalho de Vojvoda, que busca otimizar o rendimento de seus atletas.
Defesa: O Setor Mais Reforçado, Mas Ainda Sem Solução
O clube alvinegro depositou esperanças na chegada de nomes como Mayke e Igor Vinícius para as laterais, e Adonis Frías e Alexis Duarte para o miolo de zaga. A intenção era clara: sanar um dos pontos mais nevrálgicos da equipe e proporcionar maior tranquilidade para o restante do time em campo. Contudo, os resultados em campo têm se mostrado aquém do esperado, evidenciando que a simples contratação de jogadores ainda não se traduziu em uma defesa inabalável.
A estatística recente da equipe não é animadora. Nos últimos seis confrontos, o Santos sofreu gols em todas as partidas, um indicativo preocupante da falta de consistência defensiva. Em cinco desses jogos, o time sequer conseguiu sair em vantagem no placar, o que agrava a situação. A única exceção de uma partida em que o Santos abriu o placar foi justamente no clássico contra o Corinthians, que também marcou a única vitória do Peixe nesse período. Ao todo, foram 10 gols sofridos em seis partidas, com um retrospecto que inclui três empates diante de Bragantino, Grêmio e Botafogo, e duas derrotas para Ceará e Vitória.
A busca por um desempenho mais convincente na lateral do campo também tem sido marcada por oscilações. Com as saídas de Leo Godoy e Aderlan, a responsabilidade recaiu sobre os novos contratados. Mayke, por exemplo, enfrentou uma inflamação no joelho direito que o afastou dos gramados e abriu espaço para Igor Vinícius. Este último tem aproveitado a oportunidade, figurando como titular nas últimas quatro partidas e com boas chances de manter sua posição no time titular, demonstrando uma readaptação positiva ao futebol brasileiro e ao elenco.
Zaga: Um Cenário de Indefinição e Busca por Consistência
Enquanto nas laterais o debate se concentra na consolidação de um titular, no centro da defesa o cenário se mostra ainda mais delicado e incerto. Dentre os defensores, Luan Peres surge como o único nome que conseguiu, de fato, se firmar como titular absoluto. Ao seu lado, no entanto, a disputa por uma vaga tem sido acirrada, com Adonis Frías e Alexis Duarte alternando oportunidades, mas sem conseguir estabelecer uma parceria sólida e confiável.
A dificuldade em encontrar uma dupla efetiva para Luan Peres tem sido um dos principais entraves. Ambos, Frías e Duarte, tiveram a chance de atuar como titulares, mas sem a mesma convicção de sucesso. A derrota para o Ceará, por exemplo, foi apontada como uma das piores atuações do time sob o comando de Vojvoda, com ambos os zagueiros em campo. Em uma tentativa de buscar uma solução diferente, o técnico optou por um esquema com três zagueiros contra o Botafogo, escalando Frías, Duarte e Luan Peres. Contudo, essa formação não trouxe o resultado esperado, expondo fragilidades, especialmente nas coberturas defensivas pelo lado direito do campo.
Adonis Frías parece ter uma ligeira vantagem em termos de entrosamento com Luan Peres e demonstra qualidade na saída de bola. No entanto, sua lentidão e dificuldades em recompor a defesa são pontos que precisam ser trabalhados. Alexis Duarte, por outro lado, apresenta uma maior velocidade, mas ainda está em fase de adaptação ao ritmo e às particularidades do futebol brasileiro, demonstrando insegurança em jogadas aéreas. Outras opções à disposição do treinador, como Zé Ivaldo, João Basso e Luisão, perderam espaço nas últimas escalações e atualmente são consideradas alternativas secundárias para a composição do sistema defensivo.
Estatísticas Revelam a Vulnerabilidade Defensiva
A fragilidade defensiva do Santos não é apenas uma percepção, mas um dado concreto que se reflete nas estatísticas do Campeonato Brasileiro. Com 42 gols sofridos até o momento, a equipe figura entre as piores defesas da competição. Apenas Internacional (43), Vitória (44), Fortaleza (44), Sport (46), Bragantino (47) e Juventude (56) apresentam números piores nesse quesito. Essa realidade reforça a urgência em encontrar soluções para aprimorar o desempenho defensivo e evitar que a equipe continue sendo vazada com frequência, prejudicando a busca por resultados positivos e a consolidação na tabela.

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