Na noite de quinta-feira, o Allianz Parque foi palco de uma atuação espetacular do Palmeiras, que selou sua classificação para a final da CONMEBOL Libertadores 2025. Em uma partida de tirar o fôlego contra a LDU, o Verdão demonstrou força, resiliência e a magia de seus craques, garantindo a vitória por 4 a 0 e a vaga na grande decisão contra o Flamengo. O grande nome da noite, sem dúvida, foi Raphael Veiga, que em um momento de adversidade, ressurgiu para reafirmar seu status de ídolo e peça fundamental na campanha alviverde.
Raphael Veiga: O Renascer de um Ídolo em Momentos Decisivos
Em uma temporada onde parte da torcida chegou a questionar seu desempenho, Raphael Veiga provou, mais uma vez, que sua estrela brilha nos momentos mais cruciais. Saindo do banco de reservas aos 18 minutos do segundo tempo, o meia de 30 anos não apenas mudou a dinâmica do jogo contra a LDU, mas também comandou a virada de ânimo da equipe, que culminou na goleada e na classificação para a final. A sua entrada em campo foi o gatilho para uma atuação memorável, onde a frieza e a genialidade falaram mais alto.
Ainda no primeiro jogo da semifinal, em Quito, Veiga havia sido um dos pontos de baixa performance da equipe. O técnico Abel Ferreira foi categórico em sua análise, apontando a não execução das táticas propostas pelo treinador como motivo para a substituição no intervalo. A missão era clara: conter o avanço de Leonel Quiñónez e formar uma linha de três no meio-campo quando a bola se deslocava para o lado oposto. O meia, no entanto, não conseguiu cumprir essas determinações, gerando uma frustração palpável em campo.
Essa situação não passou despercebida para Veiga, que, segundo o próprio Abel Ferreira, ficou “chateado” por alguns dias. No entanto, a capacidade de dar a volta por cima é uma das características que solidificam um jogador como ídolo. E foi exatamente isso que aconteceu no Allianz Parque. A demonstração de maturidade e a busca pela redenção foram evidentes em cada toque na bola e em cada decisão tomada em campo.
A Virada de Chave e a Magia de Veiga em Campo
Aos 22 minutos do segundo tempo, um passe magistral de Veiga, de primeira e sem olhar, encontrou Vitor Roque. O jovem atacante dominou, driblou a marcação e devolveu o esférico para o meia, que, com a categoria de sempre, balançou as redes, marcando o terceiro gol do Palmeiras e iniciando a festa alviverde. A jogada exemplifica a sintonia entre os atletas e a importância da inteligência tática, algo que Veiga demonstrou em abundância.
Pouco depois, aos 36 minutos, a responsabilidade de fechar a conta caiu sobre os ombros de Raphael Veiga. Com a calma que lhe é peculiar, ele converteu um pênalti com precisão, selando a goleada por 4 a 0 e uma noite que ficará marcada na história do clube. Os dois gols não foram apenas números; foram a materialização de um momento de superação, onde o jogador reafirmou seu valor e sua importância para o elenco.
Em suas declarações após a partida, Veiga mostrou a grandeza de seu caráter. “Eu já acertei, falhei em momentos decisivos, mas sempre vou dar minha cara a tapa”, declarou o meia, evidenciando sua resiliência e sua disposição em assumir os riscos, mesmo diante de possíveis críticas. Essa postura autêntica é um dos pilares que o tornam tão querido pela torcida palmeirense.
O Contexto de um Jogador Histórico no Palmeiras
A trajetória de Raphael Veiga no Palmeiras é marcada por altos e baixos, mas sempre com uma ascensão notável. Chegou ao clube em 2017, vindo do Coritiba, mas sua afirmação definitiva só aconteceu com a chegada de Abel Ferreira em 2020. Desde então, tornou-se titular absoluto, peça chave nas conquistas de duas Libertadores e em outros títulos importantes.
Antes da partida contra a LDU, o número de participações de Veiga na Libertadores de 2025 indicava uma mudança em seu status na equipe. Com apenas três jogos como titular e cinco saindo do banco, ele acumulava menos tempo em campo do que em edições anteriores, onde foi protagonista. No entanto, a sua capacidade de decisão em momentos pontuais, como demonstrado na semifinal, prova que a experiência e a qualidade técnica de um jogador como Veiga transcendem o tempo em campo.
Apesar de ter sido um jogador importante desde sua chegada, foi sob o comando de Abel Ferreira que Veiga atingiu seu auge, se tornando um dos maiores artilheiros do clube no século. Com 373 jogos, 289 como titular, 109 gols e 56 assistências, seu legado já está escrito. A sua fala sobre o momento atual é emblemática: “Não caiu a ficha, acho que só vou ter noção de tudo que vivi e ainda vivo quando parar. Acho que o mais importante, neste momento, é desfrutar, porque o futebol passa muito rápido.” Essa perspectiva demonstra a maturidade de um atleta que sabe a efemeridade da carreira e valoriza cada conquista.
O Caminho para a Glória e o Encontro com o Flamengo
Com os dois gols marcados contra a LDU, Raphael Veiga se aproximou de uma marca histórica no Palmeiras. Ele agora soma 22 gols na Libertadores, ficando a apenas um de igualar Rony como o maior artilheiro do clube na competição continental. Essa corrida particular adiciona mais um capítulo à sua trajetória de recordes e feitos notáveis.
A classificação para a final também reserva um reencontro com um adversário de peso: o Flamengo. A decisão de 2021, vencida pelo Palmeiras por 2 a 1, teve Raphael Veiga como o autor do primeiro gol, abrindo caminho para a conquista. A memória desse confronto certamente adiciona uma camada extra de emoção e rivalidade a esta nova final.
“Só desfrutar, fico feliz de estar cada vez mais na história do Palmeiras”, comentou Veiga, demonstrando a satisfação de quem contribui para a grandeza de um clube. A atuação contra a LDU não foi apenas uma demonstração de futebol, mas sim o renascer de um líder e a reafirmação de um ídolo que, em momentos decisivos, nunca se omite, mas sim, assume a responsabilidade e brilha. O Allianz Parque vibrou, a torcida cantou, e o Palmeiras, impulsionado pela genialidade de Raphael Veiga, segue em busca de mais um título da Libertadores.

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