O Palmeiras prepara uma escalação surpreendente para o confronto contra o Grêmio, optando por uma equipe repleta de reservas. A decisão do técnico Abel Ferreira de poupar os principais jogadores, mantendo-os em São Paulo para focar na final da Libertadores, sinaliza uma clara prioridade do clube e levanta questionamentos sobre a profundidade do elenco para disputas em múltiplas frentes. Essa estratégia, enquanto visa garantir o melhor desempenho na competição continental, expõe a diferença de competitividade quando os atletas de maior renome não estão em campo, preocupando parte da torcida.
Estratégia de Abel Ferreira: Prioridade Absoluta na Libertadores
A escolha de Abel Ferreira em desfalcar significativamente a equipe para a partida contra o Grêmio, que ocorrerá em um momento crucial do Campeonato Brasileiro, levanta debates acalorados entre os torcedores e analistas. Ao deixar em São Paulo a espinha dorsal do time, composta por 11 jogadores considerados essenciais, o comandante parece ter declarado o Brasileirão como uma causa perdida, direcionando todas as energias para a tão cobiçada final da Libertadores. Essa percepção de que o título nacional está fora de alcance, em virtude do desempenho de rivais como o Flamengo, que pode sacramentar a conquista nesta rodada, abre espaço para uma análise mais profunda sobre a capacidade do elenco palmeirense em sustentar a competitividade em todos os cenários.
A declaração implícita de que o Campeonato Brasileiro já não é mais a principal meta se torna um reflexo da percepção de que a profundidade do elenco não acompanha a qualidade do time titular. Enquanto um grupo seleto de jogadores, estimados em 13 a 14 nomes, demonstra força e capacidade de enfrentar qualquer adversário, a observação do plantel como um todo revela carências significativas. A qualidade e a quantidade de opções de banco não são suficientes para garantir um desempenho consistente quando os titulares são poupados, um fato que se tornou inegável neste período decisivo da temporada.
O núcleo de jogadores que seguiu em treinamento visando a final da Libertadores é, sem dúvida, de altíssimo nível. Nomes como Carlos Miguel, Piquerez, Khellven, Gustavo Gómez, Murilo, Bruno Fuchs, Andreas Pereira, Raphael Veiga, Flaco López, Allan e Vitor Roque formam a base que tem sido responsável pelas sucessivas brigas por títulos desde 2020. A presença desses atletas no dia a dia de preparação para o desafio continental reforça a ideia de que a prioridade máxima é clara e inequívoca.
O Elenco Alternativo: Desafios e Expectativas Contra o Grêmio
Em contrapartida, a relação de jogadores que viajaram para o Rio Grande do Sul para enfrentar o Grêmio apresenta um panorama bastante distinto. A lista inclui nomes como Lomba, Luiz Sá, Aranha e Weverton (este último lesionado); Giay e Jefté; Micael e Benedetti; Larson, Felipe Anderson, Lucas Evangelista (também com problemas físicos), Maurício, Aníbal Moreno e Emi Martínez; Ramón Sosa, Luighi, Bruno Rodrigues, Facundo Torres, Paulinho (fora por lesão), Riquelme Fillipi e Erick Belé. Trata-se de um conjunto heterogêneo, que reúne jovens talentos promovidos das categorias de base, jogadores que ainda não tiveram grande impacto na equipe principal e alguns reforços que, apesar do investimento, ainda não entregaram o retorno esperado.
Embora haja atletas com potencial e qualidade individual entre os convocados para o jogo contra o Grêmio, o conjunto como um todo não gera o mesmo temor automático nos adversários. A possibilidade de vencer a equipe gaúcha e manter viva a remota esperança de um tricampeonato brasileiro consecutivo existe, claro. No entanto, o desempenho em campo desta formação reserva não reflete, na prática, os vultosos investimentos realizados pelo clube ao longo da temporada. A falta de entrosamento e a menor bagagem competitiva deste grupo são fatores que podem pesar no resultado final da partida.
A torcida alviverde, ciente do investimento milionário que a presidente Leila Pereira realizou em reforços em 2025, esperava um elenco com mais opções de qualidade para suprir eventuais ausências. O Palmeiras, de fato, conseguiu montar um time titular de excelência, mas a aposta em alguns nomes que até o momento entregaram aquém do esperado se mostra como um ponto de fragilidade. Com o calendário cada vez mais apertado e a definição dos torneios mais importantes se aproximando, as limitações que antes estavam mascaradas começam a se tornar cada vez mais evidentes, exigindo um desempenho acima da média dos reservas.
O Futuro Imediato: Tensão e Superação no Horizonte
Diante deste cenário complexo, a reta final da temporada promete ser de muita tensão para o Palmeiras. Para evitar que o Flamengo celebre o título nacional de forma antecipada e ainda para impedir que o Cruzeiro assuma a vice-liderança do Campeonato Brasileiro, a massa alviverde precisará depositar sua fé na superação dos jogadores reservas em Porto Alegre e na consolidação da força dos titulares na decisão continental. O momento é de pressão máxima, e essa situação expôs, de maneira definitiva, a magnitude do desafio que Abel Ferreira tem pela frente ao comandar o Verdão nesta fase crucial do calendário.
A capacidade de adaptação e a resiliência demonstradas pelos jogadores que atuarão contra o Grêmio serão cruciais para manter as esperanças vivas em todas as frentes. A falta de confiança de parte da torcida é compreensível, dada a diferença de potencial entre os times titular e reserva. Contudo, o futebol é feito de surpresas, e um desempenho memorável pode surgir justamente de onde menos se espera. A jornada rumo aos títulos exige uma união de forças e uma mentalidade vencedora em todos os atletas, independentemente de serem considerados titulares ou reservas. Resta agora observar se o grupo palmeirense conseguirá transpor esses obstáculos com a garra e a determinação que caracterizam o clube.

Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores







