Em uma noite que prometia ser de consolidação na briga pelo título do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras tropeçou em casa e cedeu o empate por 0 a 0 diante do Vitória-BA, em partida adiantada da 37ª rodada. O resultado, válido pela última quarta-feira (19), frustrou a torcida alviverde e, mais significativamente, adiou os planos de retomar a liderança isolada da competição. A oportunidade era de ouro, especialmente após o tropeço de um dos concorrentes diretos na rodada, mas a ineficiência ofensiva custou caro, levantando questionamentos sobre o momento da equipe na reta final do torneio.
Vacilo Alviverde em Casa e a Liderança Escapada
A expectativa era de uma vitória incontestável no Allianz Parque. O confronto contra o Vitória, já rebaixado e sem grandes pretensões na tabela, parecia o cenário ideal para o Palmeiras embalar e reassumir a ponta. Naquela noite específica, um triunfo simples significaria igualar a pontuação do Flamengo e assumir a liderança pelo critério de desempate de vitórias. Contudo, o que se viu em campo foi um Palmeiras apático em muitos momentos, com dificuldades claras para furar a defesa adversária e criar chances de gol claras. A falta de agressividade e a pouca efetividade no ataque se tornaram os grandes vilões do jogo, impedindo que os três pontos fossem somados e abrindo mão da chance de assumir a ponta.
A Irritação de Abel Ferreira: Um Diagnóstico Cru
O treinador Abel Ferreira não escondeu sua insatisfação com o desempenho do Palmeiras, especialmente no primeiro tempo da partida. Durante o jogo, o comandante foi flagrado demonstrando sua frustração em conversas com os jogadores Veiga e Andreas Pereira, evidenciando a falta de intensidade e a passividade da equipe. Em sua coletiva pós-jogo, o português detalhou os pontos que o incomodaram, pintando um quadro preocupante sobre a mentalidade da equipe em momentos cruciais.
A Análise Detalhada da Primeira Etapa e a Passividade Inaceitável
“No jogo, 45 minutos de apatia, sem ir para o um contra um. Um exemplo, o que o moleque de 20 anos (Allan) faz, temos que fazer. Ir para cima, arriscar, perder a bola. Foi o que faltou na primeira parte, só tocamos para trás e para o lado. E tivemos uma chance clara com Bruno Rodrigues, mas não demos 45 minutos de avanço, fomos passivos. Faltou a agressividade”, desabafou Abel Ferreira, pontuando a falta de iniciativa e a previsibilidade do time na primeira metade do confronto. O técnico ressaltou que, em uma disputa acirrada pelo título, a passividade não pode ser um traço característico da equipe, comparando a postura com a energia de um jovem atleta, indicando a necessidade de mais ousadia e vontade de buscar o jogo.
A Recuperação Tardia e a Bola que Não Entrou
Apesar da crítica contundente ao primeiro tempo, Abel Ferreira fez questão de ponderar a melhora apresentada pela equipe na segunda etapa. Ele reconheceu que o time buscou mais o jogo, com chances criadas por Veiga, Felipe, Andreas e Facundo. “Segunda parte foi totalmente diferente. Veiga no rebote, o Felipe, Andreas, uma de cabeça do Facundo, enfim. Bola não entrou, futebol é isto, temos que aceitar”, admitiu o treinador, mostrando resignação com o fato de a bola não ter encontrado o fundo das redes. No entanto, a ressalva foi clara: o desempenho inicial comprometeu significativamente a busca pelos três pontos e, consequentemente, a posição na tabela. A responsabilidade pela apatia inicial, segundo ele, recai sobre o time, e não há outra forma de ver um time que almeja o título agindo de maneira tão passiva.
Desabafo sobre Arbitragem e a Revolta pela Expulsão
Em meio à frustração pelo resultado, o técnico Abel Ferreira também utilizou a coletiva para expressar seu descontentamento com a arbitragem. O treinador relembrou polêmicas passadas, citando o confronto contra o São Paulo, e demonstrou revolta pela expulsão do jogador Andreas Pereira na partida contra o Vitória. Para Abel, a decisão do árbitro em expulsar o jogador foi um dos fatores que complicaram ainda mais a busca pela vitória, adicionando uma camada de injustiça à já amarga noite do Palmeiras. A questão da arbitragem, que já havia sido um ponto de atrito em jogos anteriores, voltou a ser um tema sensível para o comandante alviverde, que se sente prejudicado em momentos cruciais da temporada.

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