O momento delicado do Internacional no Campeonato Brasileiro Betano se intensifica com a proximidade da zona de rebaixamento e a incerteza em uma posição crucial: o gol. A atuação heroica do goleiro uruguaio Rochet, que jogou no sacrifício contra o Santos, evidenciou a crise vivida pelo clube na meta. Com uma sequência de jogos fora de casa se aproximando, a diretoria e a comissão técnica enfrentam um quebra-cabeça para definir quem defenderá as traves nas próximas partidas.
A surpresa na escalação contra o Peixe, com Rochet em campo apesar das limitações físicas, foi uma demonstração de entrega, mas também um reflexo da escassez de opções seguras. O goleiro, que passou por uma cirurgia na mão e lidava com um problema no tornozelo, demonstrou garra ao atuar em condições não ideais. Essa decisão, embora compreensível dada a urgência, levanta questões sobre o planejamento e a gestão do elenco, especialmente na posição mais sensível de um time de futebol.
Sequência Crucial Fora de Casa e a Luta Contra o Rebaixamento
O Internacional se prepara para um período desafiador no Brasileirão Betano, que exigirá resiliência e foco máximo. A equipe colorada iniciará uma série de dois compromissos longe de seus domínios, enfrentando adversários diretos e que também buscam seus objetivos na competição. A pressão por pontos é imensa, visto que o clube ainda flerta perigosamente com a zona de degola, ocupando a 15ª posição com 41 pontos. A margem de segurança é de apenas três unidades, o que torna cada partida um verdadeiro divisor de águas.
O primeiro teste fora de casa será no icônico Estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, onde o Internacional encara o Vasco da Gama na próxima sexta-feira, dia 28 de outubro, às 19h30 (horário de Brasília). Este confronto é válido pela 36ª rodada do campeonato. Logo em seguida, o elenco colorado terá que se deslocar até a Baixada Santista para um duelo contra o São Paulo, na quarta-feira seguinte, dia 3 de novembro, no Estádio da Vila Belmiro. Essa alternância de viagens e a necessidade de pontuar em ambos os jogos aumentam a complexidade da tarefa para o time comandado pelo técnico.
Crise no Gol: Uma Rede de Imprevistos Atrapalha o Internacional
A situação em relação aos goleiros do Internacional atingiu um nível crítico, transformando a posição em um verdadeiro foco de preocupações. A lesão muscular sofrida por Anthoni horas antes da partida contra o Santos, que o tirou da lista de relacionados de última hora, foi o estopim para a escalação de Rochet. No entanto, o problema vai além da indisponibilidade de um único jogador. O clube já contava com a ausência de Ivan, que se machucou em um jogo anterior, e para completar o cenário preocupante, o quarto goleiro, Kauan Jesus, sofreu uma entorse, aumentando a escassez de opções.
Essa cascata de lesões e imprevistos forçou a equipe a tomar medidas drásticas. A necessidade de contar com Rochet, mesmo em condições físicas subótimas, evidencia a falta de alternativas mais seguras. A informação divulgada pelo setorista Thaigor Janke detalha que Anthoni passará por uma reavaliação. Caso ele não esteja apto para enfrentar o Vasco, Rochet poderá ser novamente acionado. A única outra opção disponível é o jovem Diego Esser, proveniente das categorias de base do clube. Essa dependência de jogadores com limitações ou sem experiência em jogos de grande porte revela a fragilidade do departamento de goleiros do Internacional no momento.
A provável escalação para o confronto contra o Vasco da Gama, com essa incerteza na meta, seria composta por: Rochet (ou Anthoni), Braian Aguirre, Mercado, Vitão e Bernabei na defesa; Thiago Maia, Bruno Gomes, Alan Rodríguez e Alan Patrick compondo o meio-campo; e Vitinho e Borré (ou Ricardo Mathias) no ataque. A decisão sobre quem ocupará a vaga de goleiro será crucial para a estratégia da equipe.
Um Fantasma do Passado: A Crise de Goleiros que Assombra o Clube
A atual escassez de goleiros no elenco do Internacional não é um fenômeno isolado na história recente do clube. Uma situação bastante similar, embora em um contexto diferente, ocorreu na reta final do Campeonato Gaúcho de 2017. Naquela ocasião, o Internacional também enfrentou uma verdadeira epidemia de lesões na posição. O goleiro titular, Danilo Fernandes, sofreu uma contusão, e com Marcelo Lomba também no departamento médico, o então jovem Keiller foi alçado à condição de titular nas semifinais do estadual contra o Caxias. Sua atuação decisiva nos pênaltis o consagrou como herói naquele momento.
No entanto, a saga dos goleiros lesioandos no clube não parou por aí. Durante a partida de ida da final do Gauchão daquele ano, contra o Novo Hamburgo, Keiller também acabou sofrendo um problema físico. Como consequência, Marcelo Lomba precisou entrar em campo nos minutos finais, atuando mesmo lesionado. Na partida de volta da decisão, a história se repetiu com Danilo Fernandes. Apesar de não estar em plenas condições físicas, ele jogou no sacrifício na tentativa de ajudar o time a reverter o placar. Infelizmente, o Internacional acabou sendo derrotado nos pênaltis para o Novo Hamburgo, e essa saga de goleiros com limitações físicas marcou a campanha do clube naquele torneio.
A lembrança desse episódio serve como um alerta para a diretoria do Internacional. A repetição de problemas semelhantes na mesma posição, especialmente em momentos decisivos do calendário, exige uma reflexão profunda sobre a gestão do elenco e o planejamento para a cobertura de posições tão importantes. A torcida colorada espera que o clube consiga superar essa fase delicada e garantir a permanência na elite do futebol brasileiro, mesmo diante de tantos obstáculos.

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