A Arena do Grêmio foi palco de um confronto eletrizante e de bastidores acalorados nesta última terça-feira, 25 de outubro, pela 36ª rodada do Brasileirão Betano. Em um jogo que começou com o time da casa em desvantagem, o Imortal Tricolor demonstrou resiliência e garra para reverter o placar contra o Palmeiras, selando a vitória por 3 a 2. Este triunfo não apenas representa três pontos cruciais na luta por posições na tabela, mas também serviu de pano de fundo para um episódio que transcendeu as quatro linhas e envolveu o técnico Mano Menezes.
A vitória do Grêmio, conquistada de virada, teve um significado especial para a equipe gaúcha. Com o resultado, o Tricolor gaúcho se consolidou na 9ª colocação do campeonato, fortalecendo sua posição na busca por uma vaga na Copa Sul-Americana. No entanto, com 46 pontos somados, a equipe ainda se encontra distante da zona de classificação direta para a Libertadores da América, o G-7, indicando que a reta final da competição promete ser intensa para o clube.
Os gols que garantiram a vitória gremista foram anotados por Amuzu, Carlos Vinícius e, para fechar a conta, Willian em uma cobrança de pênalti certeira. Contudo, foi o gol de empate, marcado por Amuzu, que desencadeou um momento de forte emoção e um desabafo por parte do técnico Mano Menezes. Ao presenciar a comemoração de sua equipe, o comandante foi flagrado demonstrando um gesto polêmico em direção às arquibancadas, mostrando o dedo do meio para um torcedor.
Em entrevista coletiva após a partida, Mano Menezes não se esquivou das câmeras e explicou o motivo de sua irritação e o gesto que gerou repercussão. O treinador fez questão de ressaltar que sua reação não foi direcionada à torcida em geral, mas sim a um indivíduo específico que, segundo ele, extrapolou os limites do respeito. Mano enfatizou a importância de um ambiente de profissionalismo nos estádios, onde os jogadores e comissão técnica merecem ser tratados com dignidade, mesmo diante de um resultado desfavorável ou de críticas inerentes ao esporte.
A Virada Imortal e o Gestual do Treinador
O confronto na Arena do Grêmio se desenrolou com uma reviravolta digna de roteiro de cinema. O Palmeiras saiu na frente, colocando o time gremista em uma situação de pressão. No entanto, a equipe gaúcha demonstrou uma notável capacidade de reação, buscando o empate e, em seguida, a virada que selou o placar final em 3 a 2. O gol que equalizou a partida, anotado por Amuzu, serviu como catalisador para um momento de intensa celebração em campo, mas também para um incidente que chamou a atenção para fora das quatro linhas.
Durante a euforia da comemoração, o técnico Mano Menezes foi observado fazendo um gesto considerado ofensivo em direção a um setor específico das arquibancadas. Este ato, capturado por lentes e registrado por veículos de comunicação, gerou imediata discussão sobre o comportamento do treinador e a relação entre as equipes e seus torcedores. A ação, por si só, já seria suficiente para gerar comentários, mas as explicações posteriores de Mano adicionaram uma camada de complexidade à situação.
Mano Menezes Explica o Gesto e Pede Respeito
Em sua coletiva de imprensa, Mano Menezes abordou diretamente o incidente, buscando esclarecer suas motivações. O treinador afirmou com veemência que o gesto não foi direcionado à massa gremista, mas sim a um único torcedor que, em sua percepção, ultrapassou os limites do aceitável com ofensas. Ele argumentou que, embora a crítica seja uma parte inerente ao futebol e algo com que profissionais estão acostumados a lidar, a ofensa pessoal é inaceitável e desrespeitosa. Mano defendeu que os estádios devem ser ambientes de respeito mútuo, onde todos, incluindo os profissionais do esporte, merecem ser tratados com dignidade.
O comandante da casamata gremista revelou que o episódio não foi isolado em sua experiência recente. Ele mencionou que a partida contra o Botafogo, na qual o Grêmio foi derrotado por 3 a 2, também o incomodou. Na ocasião, Mano disse ter se sentido ofendido por uma charge ou desenho que o retratava de forma depreciativa, especificamente com orelhas de burro, como uma alusão a uma decisão tática que tomou na partida, escalando dois laterais em posições não usuais. Essa situação, segundo ele, ilustra o tipo de desrespeito que considera inaceitável.
A Linha Tênue entre Crítica e Desrespeito no Futebol
Mano Menezes fez uma distinção clara entre crítica construtiva e desrespeito. Ele declarou que aceita e compreende as críticas relacionadas ao desempenho técnico e tático de sua equipe. O treinador admitiu que discussões sobre escalações, como a que envolveu Lucas Esteves jogando no meio-campo contra o Botafogo, são válidas e que ele está aberto a debater essas escolhas. No entanto, ele se opôs veementemente a atitudes que visam “enganar as pessoas” ou “achincalhar” sua imagem ou a de seus jogadores.
O técnico reforçou que o objetivo de qualquer profissional é sempre buscar o melhor resultado para sua equipe e que ninguém gosta de perder. Ele compreende que a crítica é uma consequência natural de um resultado negativo, mas salientou que a “crítica pela crítica”, sem embasamento ou intuito de contribuir, não é produtiva e pode ser prejudicial. Mano Menezes, portanto, pede por um futebol onde a paixão e a torcida andem de mãos dadas com o respeito, valorizando o profissionalismo e a dedicação de todos os envolvidos no esporte.

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