A mais recente atuação do Grêmio em casa, contra o Cruzeiro, pela 32ª rodada do Brasileirão Betano, terminou com um resultado frustrante para a torcida gremista: uma derrota por 1 a 0. Este placar negativo deixa o Tricolor gaúcho em uma posição delicada na tabela, estacionado na 13ª colocação, com uma margem de apenas seis pontos para o Santos, que atualmente ocupa a zona de rebaixamento. Apesar do resultado desfavorável, a partida também apresentou pontos positivos, como a performance destacada do jogador Arthur. No entanto, o jogo foi marcado por decisões controversas da arbitragem, que geraram insatisfação e reclamações por parte da equipe, que se sentiu prejudicada em diversos lances cruciais.
Um dos momentos mais indignantes para a delegação gremista foi uma cotovelada desferida em Amuzu, sem que houvesse disputa de bola. A gravidade da agressão foi agravada pelo fato de ter sido completamente ignorada pela equipe de arbitragem. Essa falha na condução da partida e a ausência de punição para lances tão evidentes têm sido um tema recorrente e preocupante na temporada do Grêmio. O técnico Mano Menezes, conhecido por sua franqueza, não hesitou em expressar sua insatisfação com as decisões da arbitragem. Contudo, sua análise pós-jogo não se limitou a apontar falhas externas, o comandante também dedicou atenção especial a expor problemas internos que afligem a equipe e que necessitam de correção imediata para a sequência da competição.
Análise Tática: Elogios e Críticas do Comandante Tricolor
Em sua análise pós-jogo, Mano Menezes reconheceu aspectos positivos na performance de sua equipe, mas não deixou de lado as críticas contundentes sobre pontos que precisam de aprimoramento urgente. “Achei que a equipe fez um bom jogo, tecnicamente bem jogado pelas duas equipes. Iniciamos bem, retomando a bola e chegando pelos dois lados”, avaliou o treinador, em coletiva de imprensa após o término do confronto. Essa declaração inicial demonstra que o técnico enxerga qualidades no desempenho técnico e tático do time em determinados momentos da partida, destacando a capacidade de recuperação de bola e a criação de jogadas pelas laterais.
No entanto, a avaliação de Mano Menezes toma um rumo mais crítico ao abordar o desenrolar do jogo. “Mas depois da metade do primeiro tempo, nos precipitamos, corremos demais com a bola e começamos a colocar o Cruzeiro no jogo”, confessou o comandante. Essa fala revela uma preocupação com a perda de controle da partida e com a precipitação em determinadas ações, que acabaram por favorecer o adversário. A falta de objetividade e o excesso de passes com a bola nos pés, sem a devida progressão, são pontos que Mano Menezes identifica como erros que precisam ser corrigidos para que o Grêmio possa manter a consistência em seus jogos, especialmente contra equipes de bom nível técnico.
Maturidade da Equipe: O Desafio Constante
A questão da maturidade da equipe é um dos pilares da análise de Mano Menezes. O treinador enfatizou a necessidade de o Grêmio desenvolver uma maior inteligência tática para gerenciar os momentos do jogo. “É questão de maturidade de equipe. Não pode jogar só daquele jeito. Principalmente contra um adversário dessa qualidade”, pontuou, ressaltando que a equipe precisa apresentar variações em seu estilo de jogo, adaptando-se às circunstâncias e à força do oponente. A capacidade de manter a compostura e a eficiência durante os 90 minutos é um fator crucial para o sucesso no futebol moderno, e Mano Menezes vê essa como uma área em que o Tricolor precisa evoluir.
Ainda sobre a necessidade de aprimoramento tático, o técnico complementou: “Você começa a ter o volume, está chegando lá toda hora, nem sempre tem que tentar acabar a jogada”. Esta frase ilustra a ideia de que o Grêmio, em certos momentos, demonstra volume de jogo e chega ao campo de ataque, mas peca na finalização das jogadas, talvez com a intenção de forçar um passe mais arriscado ou um drible desnecessário, em vez de buscar soluções mais eficientes para chegar ao gol. A busca pela conclusão da jogada de forma mais objetiva e com menor risco de perder a posse de bola é um dos desafios que a comissão técnica busca implementar no dia a dia do clube.
A Falha Crucial em Bola Parada: Um Ponto de Atenção
O duelo contra o Cruzeiro foi equilibrado em termos de posse de bola e oportunidades criadas, contudo, a precisão na finalização foi um diferencial. O Grêmio, apesar de suas tentativas, não conseguiu transpor a defesa mineira, que se mostrou sólida. O gol solitário da partida, marcado por Fabrício Bruno aos 42 minutos do primeiro tempo, surgiu de uma cobrança de escanteio executada por Matheus Pereira. O zagueiro cruzeirense demonstrou sua qualidade no jogo aéreo, subindo mais alto que a marcação gremista e testando a bola com força em direção às redes, definindo o placar. Esse lance específico serviu para Mano Menezes evidenciar um problema sério que assola a equipe e que exige atenção imediata.
Ao comentar o gol sofrido, Mano Menezes não poupou críticas à marcação em jogadas de bola parada. “Sempre que se toma um gol de bola parada é uma falha de marcação. O jogador que estava marcando o Fabrício Bruno deixou escapar. Ele é um dos melhores cabeceadores do campeonato, tem estatura e tempo de bola. Fomos desequilibrados com facilidade”, desabafou o treinador. A declaração evidencia a frustração com uma falha individual ou coletiva na marcação, permitindo que um jogador de destaque no jogo aéreo, como Fabrício Bruno, pudesse ter a liberdade e o espaço necessários para executar o cabeceio fatal. A incapacidade de neutralizar os pontos fortes do adversário em situações de escanteio ou falta, que são momentos cruciais e muitas vezes decisivos em partidas equilibradas, é um ponto de atenção que Mano Menezes considera fundamental corrigir para evitar a repetição de resultados adversos como o vivenciado contra o Cruzeiro.

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