O Grêmio, em sua jornada na temporada de 2025, enfrenta um desafio considerável ao lidar com equipes que se posicionam no pelotão de cima da tabela do Campeonato Brasileiro. A campanha atual do Tricolor Gaúcho tem sido marcada por uma notável dificuldade em pontuar contra os principais concorrentes, resultando em um retrospecto pouco animador contra esses adversários.
Desempenho Insatisfatório Contra os Gigantes da Competição
Analisando os confrontos diretos contra os times que hoje compõem o G-5 do Brasileirão, o Grêmio disputou um total de 24 pontos, mas conseguiu somar apenas quatro. Esse aproveitamento pífio, que representa uma mísera vitória em meio a uma série de derrotas e empates, deixa o Tricolor em uma posição delicada. O percentual de 16% de pontos conquistados nessa seletiva gama de jogos é, inclusive, inferior ao desempenho geral do Sport, atualmente na lanterna da competição, que ostenta um aproveitamento de 18,9% no campeonato como um todo.
Embora o elenco comandado por Renato Portaluppi tenha apresentado lampejos de bom futebol, com resultados pontuais que poderiam indicar uma recuperação, a verdade é que esses momentos têm sido a exceção à regra. Um exemplo notório foi o empate arrancado fora de casa contra o vice-líder Flamengo, no Maracanã, e a vitória conquistada diante do Bahia, que figura na quinta colocação, na própria Arena do Grêmio. No entanto, esses duelos servem mais como exceções do que como prenúncios de uma virada de chave. Em contrapartida, o time acumulou uma série de tropeços diante dos outros postulantes ao título, incluindo duas derrotas dolorosas para o Mirassol, que se mostrou um adversário indigesto, e reveses no primeiro turno para o líder Palmeiras e para o Cruzeiro, atual terceiro colocado. Ao todo, nesses confrontos diretos, a rede gremista foi vazada 17 vezes, enquanto o ataque conseguiu balançar as redes adversárias apenas em quatro oportunidades, evidenciando uma gritante fragilidade defensiva e uma limitação ofensiva contra esses oponentes.
Uma Batalha Contra os Seis Primeiros: Próximos Desafios Cruciais
Ainda no horizonte gremista, restam dois embates de altíssimo nível contra equipes que integram o grupo de elite do campeonato. Ambos os jogos serão realizados no aconchegante, e geralmente intimidante, caldeirão que é a Arena do Grêmio. O primeiro desses duelos decisivos ocorrerá nesta quarta-feira, com pontapé inicial marcado para as 20h, contra o Cruzeiro, pela 32ª rodada da competição. Este confronto se reveste de uma importância capital, visto que uma vitória pode representar não apenas a quebra de um jejum incômodo, mas também uma oportunidade valiosa de diminuir a distância para a parte de cima da tabela, mantendo vivas as esperanças de alcançar os objetivos traçados para a temporada. O segundo e último compromisso contra esse pelotão de elite será contra o Palmeiras, em partida válida pela 36ª rodada, agendada para o dia 25 deste mês, novamente com mando de campo gremista.
Ao observar o desempenho geral do Grêmio no Brasileirão, percebe-se que a capacidade de vencer adversários de ponta é um ponto fraco a ser urgentemente trabalhado. Das 10 vitórias conquistadas pelo clube até o momento na competição, apenas duas foram obtidas contra equipes que se encontram na primeira página da classificação. Além do já mencionado triunfo sobre o Bahia, o Tricolor também superou o São Paulo, que atualmente ocupa a oitava posição. A distância para o G-5, grupo que assegura uma vaga direta na prestigiada Copa Libertadores da América, é de 13 pontos. Para o G-7, que concede o direito de disputar a fase preliminar da principal competição continental, a diferença é de oito pontos. Esses números reforçam a necessidade de um desempenho mais consistente contra os líderes para que os objetivos mais ambiciosos se tornem alcançáveis.
Inconsistência Fora de Casa e a Força da Arena
Um fator que agrava o cenário de dificuldades do Grêmio na competição é a sua notória inconsistência quando atua longe de seus domínios. Longe da Arena, o Tricolor acumulou até agora apenas três vitórias, somadas a quatro empates e nove derrotas. Essa performance fora de casa se traduz em um aproveitamento de apenas 27%, um índice que precisa ser drasticamente melhorado para que o time possa almejar posições mais elevadas na tabela. Em contrapartida, o desempenho jogando em seus domínios demonstra uma clara melhora. Na Arena, o Grêmio ostenta um retrospecto consideravelmente mais positivo, com sete vitórias, cinco empates e três derrotas, resultando em um índice de aproveitamento de 57,7%. Essa diferença substancial entre o desempenho em casa e fora de casa evidencia a importância do apoio da torcida e do fator local para o time.
A Busca pela Reabilitação Contra o Cruzeiro e o Spectre do Primeiro Turno
O histórico recente contra o Cruzeiro, adversário desta quarta-feira, também não oferece dados animadores. No confronto do primeiro turno, realizado no Mineirão, o Grêmio sofreu uma goleada expressiva por 4 a 1, em uma partida que é lembrada como uma das atuações mais apagadas e decepcionantes do time ao longo da competição. A expectativa, contudo, é de que o ambiente familiar da Arena, o calor da torcida gremista e a motivação extra de reverter esse panorama negativo possam impulsionar a equipe a apresentar um desempenho completamente diferente desta vez. A cobrança por uma reação é alta, e o duelo contra a Raposa é visto como uma oportunidade de ouro para iniciar essa virada de página.
A tabela de confrontos restantes na competição reforça a dureza do caminho que o Grêmio tem pela frente. As derrotas já sofridas para Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro e Mirassol em diferentes momentos da temporada, somadas à oscilação demonstrada contra o Bahia, pintam um quadro desafiador. Agora, com a reta final do campeonato se aproximando a passos largos, o Tricolor Gaúcho sabe que precisa reencontrar o caminho das vitórias e, principalmente, apresentar um futebol mais consistente e reativo. Manter viva qualquer esperança de se aproximar das primeiras posições e, consequentemente, de disputar as competições continentais no próximo ano, passa impreterivelmente por uma mudança de postura e um aproveitamento máximo nos próximos jogos contra os concorrentes diretos.

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