No Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, é fundamental lembrar a luta constante contra o racismo e a importância da representatividade. O atacante Marinho, do Fortaleza, é um exemplo de resistência e determinação em face dos desafios impostos pelo preconceito. Em uma entrevista exclusiva, Marinho relembrou os primeiros contatos com o racismo na infância e como essas experiências o moldaram para se tornar uma voz ativa na luta antirracista.
O Primeiro Contato com o Racismo
Marinho cresceu em Penedo, interior de Alagoas, e desde cedo enfrentou o racismo. Como bolsista em uma escola, ele era o único negro na sala e sofria com comentários desagradáveis de seus colegas. A dor e a tristeza que essas experiências lhe causaram o levaram a chorar em casa, nos braços da mãe, e a questionar se valia a pena continuar estudando em uma “escola de rico”. Essas lembranças ainda são vivas e o motivam a lutar contra o racismo.
Conversas com a Filha e a Importância da Educação
Hoje, Marinho é casado e tem uma filha de oito anos. Ele sabe que a educação é fundamental para criar uma nova geração mais consciente e respeitosa. Marinho conversa com sua filha sobre o racismo e a importância de respeitar as diferenças. Ele também a educa sobre a história do pai e como ele superou os desafios impostos pelo preconceito. Marinho acredita que a educação começa em casa e que os pais têm um papel fundamental em moldar a consciência de seus filhos.
Racismo no Futebol Brasileiro
Marinho também falou sobre o racismo no futebol brasileiro. Ele relembrou episódios em que foi vítima de preconceito e como essas experiências o levaram a se tornar uma voz ativa na luta antirracista. Marinho também criticou a falta de representatividade no futebol brasileiro e a necessidade de mais jogadores negros em posições de liderança.
Punições Exemplares e Ensinamentos Necessários
Marinho acredita que punições exemplares são necessárias para combater o racismo. Ele elogiou a CBF por instituir punições por racismo em competições brasileiras e a Fifa por obrigar as filiadas a incluir artigos específicos para enquadrar crimes de racismo. Marinho também destacou a importância da educação e da conscientização para criar uma sociedade mais justa e respeitosa.
Um Aviso aos Racistas
Marinho finalizou a entrevista com um aviso aos racistas: “Se você é racista, fique em casa. Porque isso não vai abalar atleta, jogador, que a gente está acostumado com isso. Você vai perder seu tempo”. Ele também reiterou a importância da luta constante contra o racismo e a necessidade de que essa pauta não fique no ar por uma semana e depois suma. Marinho acredita que a luta contra o racismo precisa ser constante e abraçada por todos.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores