O empate sem gols entre Cruzeiro e Fluminense, válido pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, realizado no Mineirão neste último domingo, está sob os holofotes após a divulgação do áudio do VAR referente a um lance crucial no primeiro tempo. Aos 46 minutos da etapa inicial, o meia Matheus Pereira, do Cruzeiro, acertou o rosto do jogador do Fluminense, Bernal, com o cotovelo, resultando em sangramento para o atleta tricolor. A decisão da arbitragem de não punir o jogador cruzeirense com cartão, que poderia ter levado à sua expulsão, gerou debate e levou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a divulgar a conversa entre os responsáveis pela partida.
A polêmica se intensificou com a análise da jogada pela equipe de arbitragem de vídeo. Inicialmente, a percepção na cabine do VAR foi de que o movimento de Matheus Pereira seria acidental, com um dos membros apontando que o jogador do Fluminense já estaria em processo de queda. Contudo, o árbitro de campo, Rodrigo José Pereira de Lima, solicitou a revisão da jogada após as reclamações dos jogadores do Fluminense, buscando uma análise mais aprofundada do incidente que deixou Bernal visivelmente machucado.
Revisão do Lance e Conclusão da Arbitragem de Vídeo
Ao reassistir às imagens, a análise aprofundada pela equipe do VAR e o próprio árbitro central chegou a uma conclusão diferente da impressão inicial. O árbitro de campo, Rodrigo José Pereira de Lima, argumentou que o contato acidental do cotovelo de Matheus Pereira no rosto de Bernal foi uma consequência direta de uma entrada sofrida pelo meia cruzeirense. Segundo a visão do árbitro, a ação de Bernal ao tentar desequilibrar o jogador do Cruzeiro foi o gatilho para o movimento defensivo de Matheus Pereira, que acabou atingindo o adversário. “Acho que o braço dele bate no rosto do jogador porque ele é calçado, está vendo? É o ponto de equilíbrio dele. Para mim é sem cartão amarelo nem vermelho, ok?”, declarou o árbitro, justificando a sua decisão.
É relevante notar que, no momento exato da jogada, Matheus Pereira já possuía um cartão amarelo. Portanto, uma nova advertência por parte do árbitro teria culminado em sua expulsão, alterando significativamente o curso da partida contra o Fluminense. A interpretação de que o movimento foi defensivo e provocado pela falta sofrida foi fundamental para a decisão final de não penalizar o jogador cruzeirense com um novo cartão amarelo ou vermelho.
Análise do Especialista em Arbitragem PC de Oliveira
A decisão da arbitragem no lance entre Matheus Pereira e Bernal foi endossada pelo especialista em arbitragem PC de Oliveira, em sua participação no programa “Fechamento”, do SporTV. PC de Oliveira concordou com a avaliação de que o árbitro agiu corretamente ao não expulsar o jogador do Cruzeiro. Segundo o comentarista, a análise deve considerar a ação prévia de Bernal, que teria dado um “calço” em Matheus Pereira. Essa ação teria desequilibrado o meia cruzeirense, forçando um movimento de proteção que, de forma involuntária, atingiu o adversário.
PC de Oliveira detalhou que, em uma situação de posse de bola e movimento protetor sem interferência externa, um braço levantado poderia render um cartão amarelo. Da mesma forma, um movimento intencional e agressivo seria passível de cartão vermelho. No entanto, ele enfatizou que, no caso em questão, o contato ocorreu especificamente devido à falta sofrida por Matheus Pereira na parte inferior do corpo, que o desestabilizou. “Esse é o ponto para falar dessa revisão. Tem a ação do Matheus Pereira, que toma um calço por baixo, uma banda na disputa da bola. Ele é desequilibrado, está fazendo um movimento normal protegendo. Quando ele toma esse “rapa” por baixo, ele acaba se desequilibrando e atingindo o Bernal. Se ele estivesse com essa posse de bola e fosse fazer um movimento de proteção e deixasse o braço diretamente no Bernal, amarelo. Se tivesse a ação de gatilho, cartão vermelho. Mas o contato ocorreu exatamente por que ele sofre a falta embaixo”, explicou PC de Oliveira, reforçando a validade da interpretação do árbitro.
O Jogo e o Contexto da Rodada
O empate entre Cruzeiro e Fluminense, ocorrido neste domingo no Mineirão, faz parte da 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida, que terminou sem gols, teve ambos os lados buscando a vitória para melhorar suas posições na tabela. A decisão sobre o lance de Matheus Pereira e Bernal certamente adicionou um tempero extra a um jogo que, apesar do placar, teve seus momentos de tensão e discussões sobre a atuação da arbitragem. A divulgação do áudio do VAR busca trazer mais transparência para o torcedor sobre as decisões tomadas em campo, especialmente em lances que geram controvérsia e afetam o resultado das partidas.
Este tipo de polêmica, intensificada pela tecnologia do árbitro de vídeo, se tornou cada vez mais comum no futebol moderno. A interpretação de “acidental” ou “intencional” em lances de contato físico, especialmente em jogadas de disputa de bola, é um dos maiores desafios para os árbitros e para os sistemas de VAR. A comunicação clara e a justificativa das decisões são essenciais para a compreensão do público e para a credibilidade do esporte. O debate sobre este lance específico entre Cruzeiro e Fluminense evidencia a complexidade da arbitragem e a importância da análise detalhada dos fatos.

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