O Tricolor das Laranjeiras se prepara para um desmanche estratégico em seu setor defensivo ao final do ano. Um dos nomes mais experientes do elenco, o zagueiro Manoel, de 35 anos, teve sua saída confirmada. Seu vínculo com o clube se encerra em 31 de dezembro e não será renovado, marcando o fim de uma passagem que começou em 2021.
Essa decisão configura a primeira movimentação oficial de planejamento para a próxima temporada, que já começa a ser delineada após a definição das eleições presidenciais no clube. Manoel era, até o momento, o único atleta do elenco comandado pelo técnico Luis Zubeldía com contrato prestes a expirar ao término de 2025. Uma exceção notável é Nonato, cujo contrato já teve a opção de compra exercida pelo Fluminense junto ao Santos, garantindo sua permanência até 2028.
Trajetória em Xerém: Do protagonismo à retaguarda
A chegada de Manoel ao Fluminense em 2021 foi marcada pela expectativa de reforçar o sistema defensivo. Seu momento de maior destaque no clube ocorreu na temporada seguinte, quando conseguiu uma sequência importante como titular, demonstrando sua capacidade e importância para a equipe. No entanto, o futebol é dinâmico, e a realidade atual o coloca em uma posição diferente na hierarquia do elenco.
Ao longo da temporada atual, o veterano zagueiro chegou a ganhar espaço em momentos cruciais, especialmente durante os períodos de ausência por lesão de nomes como Thiago Silva e Ignácio. Contudo, com a recuperação dos companheiros e a chegada de novos atletas, Manoel passou a figurar como a quinta opção para o setor. Essa mudança de status reflete a constante avaliação e renovação de elencos no futebol de alto rendimento.
Vale ressaltar que, no início do ano, o jogador demonstrou comprometimento e flexibilidade ao aceitar uma redução salarial de aproximadamente 40% para estender seu vínculo por mais uma temporada. Essa atitude evidencia o profissionalismo de Manoel, mesmo diante de um cenário de maior concorrência e a necessidade de se adaptar a novas dinâmicas táticas e técnicas.
A Fortificação da Muralha Tricolor: Um setor superpovoado
Atualmente, o Fluminense ostenta uma defesa robusta, com um número considerável de opções para o comando de Luis Zubeldía. O elenco conta com os serviços de Thiago Silva, Freytes, Ignácio, Thiago Santos, Igor Rabello e Davi Schuindt, formando um leque de alternativas de qualidade para compor a zaga.
A perspectiva, no entanto, é que este setor possa se tornar ainda mais forte e experiente. O clube tem trabalhado ativamente nos bastidores para viabilizar o retorno de Nino, um ídolo da torcida e peça fundamental na conquista da Copa Libertadores da América em 2023. As conversas com o zagueiro, que atualmente atua pelo Zenit, foram reabertas, e o jogador já manifestou seu desejo de retornar ao Tricolor.
A negociação, embora promissora, ainda depende de desdobramentos importantes, como o aval e as condições impostas pelo clube russo. A possível volta de Nino representaria não apenas a adição de um defensor talentoso, mas também a reintegração de um líder e de um jogador com profundo conhecimento do ambiente e da mística das Laranjeiras. Essa movimentação estratégica reforça a intenção do Fluminense em construir um elenco competitivo e com forte identificação com sua torcida.
Análise Tática e a Importância da Experiência na Defesa
A saída de Manoel, embora esperada, abre espaço para novas configurações táticas e para a ascensão de jogadores que buscam consolidar seu espaço. A experiência de um zagueiro como ele é valiosa, especialmente em jogos de maior pressão e importância. Contudo, o Fluminense tem investido em uma mescla de juventude e rodagem em seu elenco.
A gestão de um setor defensivo demanda atenção a diversos fatores, desde a capacidade individual de cada atleta em duelos aéreos e terrestres, passando pela leitura de jogo e posicionamento, até a capacidade de liderança e comunicação em campo. A chegada de reforços ou o retorno de peças-chave como Nino podem trazer novas dinâmicas para o estilo de jogo proposto por Zubeldía.
O trabalho de um treinador envolve constantemente equilibrar as necessidades táticas com a disponibilidade de atletas e a necessidade de renovação. No caso do Fluminense, a decisão de não renovar com Manoel parece alinhar-se a um planejamento de médio e longo prazo, buscando otimizar recursos e dar oportunidades a atletas que se encaixem nos planos futuros do clube. A torcida, por sua vez, acompanha de perto essas movimentações, na expectativa de ver um time cada vez mais forte e capaz de disputar títulos.

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