O Fluminense se prepara para um confronto decisivo contra o Ceará, que acontecerá neste domingo, no Castelão, com o pontapé inicial marcado para as 16h. A equipe carioca busca reencontrar o caminho das vitórias e, mais importante, do gol, para se manter firme na disputa por uma vaga na Copa Libertadores da América de 2026. Uma vitória fora de casa não apenas impulsionaria o time na tabela, mas poderá até mesmo o alçar ao G-5, zona que garante acesso direto à fase de grupos do torneio continental. Contudo, a tarefa de balançar as redes adversárias tem se mostrado um desafio considerável para os atacantes tricolores nas últimas semanas.
A situação do ataque do Fluminense é marcada por uma notável seca de gols de seus atacantes. O último jogador dessa posição a deixar sua marca foi Keno, que contribuiu para a expressiva vitória por 3 a 0 sobre o Atlético-MG, em uma partida realizada no dia 4 de outubro. Desde então, o time participou de cinco confrontos, acumulando três vitórias e duas derrotas, mas com um detalhe crucial: nenhum gol foi anotado pelos seus atacantes. Os quatro tentos marcados nesse período foram de autoria de jogadores de outras posições: Martinelli, Thiago Silva, Samuel Xavier e Renê. Curiosamente, os três triunfos vieram pelo placar mínimo de 1 a 0, todos eles disputados no Maracanã.
A Busca Pela Eficiência Ofensiva e a Análise do Elenco
Diante desse cenário, o lateral Renê, autor do último gol tricolor, analisou a performance da equipe. “Acredito que não está faltando criação, mas talvez seja o fato de estarmos jogando em casa, com ansiedade de fazer mais do que precisa. Às vezes temos chances de chutar, mas tocamos para o lado, para o companheiro, quando dá para decidir melhor a jogada. Precisamos ter mais calma no último terço, na finalização, caprichar mais”, comentou o jogador, evidenciando a necessidade de maior tranquilidade e assertividade na zona final do campo. Embora a média dos resultados recentes seja considerada positiva, a dificuldade em converter as oportunidades criadas tem sido um ponto de atenção e debate interno. A escolha do centroavante titular tem sido um dos temas mais discutidos entre torcedores e analistas.
A performance individual dos atacantes tem sido um reflexo dessa dificuldade. Germán Cano, referência no ataque nos últimos anos, possui uma participação em gols em apenas um dos últimos 15 jogos disputados. John Kennedy, que ganhou a titularidade em partidas mais recentes, contribuiu com duas participações em gols em sete jogos. No entanto, o problema não se restringe apenas aos homens de referência. Os pontas também têm enfrentado dificuldades. Serna não participa de gols há seis partidas, enquanto Canobbio está há oito jogos sem deixar sua marca. Essa ineficiência ofensiva, embora mais acentuada nas últimas rodagens, tem sido uma constante ao longo da temporada. Cano e Canobbio, juntos, foram responsáveis por quase um terço dos gols da equipe no ano (31 de 95), e são os únicos jogadores a ultrapassar a marca de 10 gols em 2025, evidenciando a dependência do time em seus principais artilheiros.
Estatísticas que Revelam um Padrão Ofensivo Incomum
Um dado que chama a atenção e ilustra a necessidade de diversificação na artilharia é a presença de Samuel Xavier entre os cinco maiores goleadores do Fluminense em 2025, com sete tentos. Além disso, a lista dos dez principais artilheiros do time conta com a participação de três meio-campistas: Hércules, Martinelli e Nonato, demonstrando que a responsabilidade pelos gols tem recaído sobre jogadores de outras funções em boa parte da temporada.
Apesar da escassez de gols, marcando apenas quatro tentos nas últimas cinco partidas, a capacidade de criação de jogadas não tem sido o principal problema do Fluminense. Em jogos recentes contra Vasco, Internacional e, em suas últimas apresentações, contra o próprio Ceará, a equipe registrou um total de 18 finalizações na direção do gol, uma média de seis por partida. Dessas, apenas duas encontraram o fundo das redes, o que reforça a necessidade de aprimorar a precisão e a contundência.
O Desafio de Zubeldía e a Preparação para o Confronto
O técnico do Fluminense, Fernando Diniz, demonstrou ciência sobre a situação e a importância de ajustar o time para os próximos compromissos. “Contundência no futebol é sempre muito importante. Jogadores que fazem gols sempre valem mais. É um lindo desafio que temos pela frente para sermos uma equipe que aproveita mais as situações que tem. Poderíamos ter feito mais gols nos últimos jogos, isso é claro”, afirmou o treinador, ressaltando o desafio de transformar as chances criadas em gols concretos. A expectativa é que a formação tática e os jogadores de ataque se mantenham para o confronto deste domingo, com o treinador argentino tendo o último treino no sábado para finalizar os ajustes antes da viagem para Fortaleza. Atualmente, o Fluminense ocupa a sexta colocação no Campeonato Brasileiro, somando 47 pontos.

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