O cenário político do Fluminense ganha contornos cada vez mais nítidos com a proximidade do final do ano. Além das disputas acirradas em campo, que definem o futuro do Tricolor nas competições em andamento, o clube se prepara para um pleito eleitoral de extrema importância. A escolha do próximo presidente, que definirá os rumos do clube para o triênio 2026-2028, está marcada para a segunda quinzena de novembro, com datas ainda a serem confirmadas, mas com fortes indicativos de que ocorrerá nos dias 22 ou 29 do mês.
Cinco nomes despontam como pré-candidatos à presidência: Ademar Arrais, Celso Barros, Luis Monteagudo, Mattheus Montenegro e Ricardo Mazella. A dinâmica política interna, no entanto, sugere que nem todos estes aspirantes conseguirão formalizar suas candidaturas. Para que um grupo se apresente oficialmente como chapa e concorresse à presidência, é fundamental a coleta de 200 assinaturas de sócios proprietários do clube. Até o momento, Ademar Arrais e Mattheus Montenegro declararam ter alcançado essa marca expressiva, indicando um avanço significativo em suas campanhas.
A Importância do Voto Associativo no Fluminense
O Fluminense se destaca no cenário do futebol brasileiro por manter um modelo de gestão onde o poder de decisão sobre quem comandará o clube reside, em grande parte, em seus associados. Mais de 37.830 membros integram o programa de sócios-torcedores atualmente. Contudo, para participar ativamente do processo eleitoral, é necessário um compromisso de longo prazo com o clube, exigindo adimplência ininterrupta por pelo menos dois anos. Somam-se a este grupo qualificado os sócios proprietários e contribuintes, que também possuem o direito de escolher o futuro presidente. Essa pluralidade de associados aptos a votar confere ao pleito uma representatividade considerável dentro da comunidade tricolor.
Desdobramentos nas Campanhas e Prazo para Inscrição de Chapas
O processo de formação de chapas e a busca por apoio dentro do quadro social tem seus desafios. A candidatura de Celso Barros, por exemplo, sofreu um revés com a saída de Rafael Rolim, que era pré-candidato a vice-presidente. Rolim alegou “divergências na condução do futebol” como motivo para deixar o grupo. O período oficial para a inscrição das chapas está previsto para ocorrer entre 1º e 15 de novembro, conforme estipulado no estatuto do clube. Esse prazo limitado intensifica a corrida pela consolidação das candidaturas e pela articulação de alianças estratégicas.
O Legado do Novo Presidente: Triênio e o Futuro da SAF
O presidente eleito em novembro terá uma responsabilidade colossal. Ele será o mandatário do clube pelo triênio que se inicia em janeiro de 2026 e se estende até dezembro de 2028. Durante sua gestão, será encarregado de conduzir um dos processos mais importantes da história recente do Fluminense: a criação e a eventual venda de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para gerir o departamento de futebol. Este projeto, que já está em fase avançada de discussão, tem sido conduzido pela atual diretoria, sob a liderança do presidente Mário Bittencourt.
A SAF: Uma Decisão Crucial para o Clube
A proposta para a criação e venda da SAF está em fase de diligência, com a oferta em análise pelos conselheiros do clube. É importante ressaltar que a decisão final sobre a venda do controle do futebol não caberá apenas à diretoria ou ao presidente eleito. O estatuto do clube prevê que a proposta será submetida à votação dos conselheiros, sócios e torcedores após a eleição presidencial. Essa consulta ampliada garante que a torcida e os membros do clube tenham voz ativa na definição do futuro estratégico do departamento de futebol, seja pela aprovação da venda ou pela manutenção do modelo de gestão atual. A discussão sobre a SAF é um divisor de águas, com potenciais impactos significativos na estrutura e nas finanças do Tricolor carioca nos próximos anos.

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