Um caso de injúria por preconceito foi registrado na 29ª Delegacia de Polícia Civil do Rio de Janeiro após um jogo do Campeonato Carioca Sub-20 entre Madureira e Fluminense. O jogador Arthur, do Fluminense, é acusado de ter chamado um gandula do Madureira de “escravo” durante a partida. O caso está sendo investigado e pode ter consequências graves para o jogador.
Os fatos do caso
Segundo relatos, o incidente ocorreu após o gandula Jefferson Silva ter demorado a repor a bola em um lance de lateral. Arthur teria então proferido uma fala racista, dizendo “Agora você quer trabalhar, né. Valeu, escravo”. O gandula questionou o jogador sobre a ofensa, mas Arthur não se retratou. Outro jogador do Madureira, o volante Edilson, também relatou ter sido atacado verbalmente pelo meia do Fluminense.
Jefferson Silva prestou depoimento na 29ª Delegacia de Polícia Civil e falou sobre o ocorrido. “Eu fui chamado de escravo pelo jogador do Fluminense. Lamentavelmente. Eu repus a bola para o nosso time, aí ele falou: ‘Agora você quer trabalhar, né. Valeu, escravo’. Então, eu questionei ele, se ele estava certo de me chamar de escravo. Ele confirmou na frente de jogadores deles e do nosso banco de reserva. Ele não se retratou. Me ofendeu”, disse o gandula.
A reação do Fluminense e do Madureira
O Fluminense e o Madureira emitiram notas oficiais após o ocorrido. O Fluminense afirmou que “acompanha de perto o caso envolvendo o atleta Arthur e informa que se colocou à disposição das autoridades para o pleno esclarecimento dos fatos”. O clube também reforçou seu “veemente posicionamento contra o racismo e reafirma que luta incansavelmente contra todo tipo de preconceito no futebol e na sociedade em geral”.
Já o Madureira Esporte Clube repudiou o ato racista e afirmou que “é inaceitável que nos tempos atuais ainda temos que nos deparar com situações lamentáveis como a acontecida hoje em Conselheiro Galvão”. O clube também prestou solidariedade e apoio ao funcionário Jefferson e ao atleta Edilson.
A investigação do caso
O caso está sendo investigado pela 29ª Delegacia de Polícia Civil do Rio de Janeiro. Arthur foi levado à delegacia após a partida e prestou depoimento. Ele negou a acusação e foi liberado após quase cinco horas. Outros jogadores e funcionários do Madureira também prestaram depoimento.
As consequências do caso
O caso pode ter consequências graves para o jogador Arthur, que pode ser punido com uma pena de reclusão de um a três anos, além de multa. O Fluminense também pode ser penalizado pelo incidente, dependendo do resultado da investigação.
O caso é um exemplo de como o racismo ainda é um problema grave no futebol e na sociedade em geral. É importante que os clubes e as autoridades tomem medidas para combater o racismo e garantir que os jogadores e funcionários sejam tratados com respeito e dignidade.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores