A ausência de Pedro no ataque do Flamengo tem evidenciado uma preocupante dependência ofensiva por parte da equipe. O centroavante, que figura como o segundo maior artilheiro do clube na temporada de 2025, ostenta números expressivos com 15 gols em 37 partidas disputadas, consolidando-se como a principal referência de protagonista no setor. Em contrapartida, o desempenho coletivo dos demais atacantes do elenco, quando somados, representa apenas 39% dos 115 gols marcados pela equipe ao longo do ano, evidenciando um abismo significativo em termos de poder de fogo sem a presença do camisa 9.
Um exemplo claro dessa dependência pode ser observado na comparação com outros jogadores do elenco. Arrascaeta, um meio-campista de origem, tem se destacado de forma avassaladora, somando 17 gols apenas no Campeonato Brasileiro e atingindo a marca histórica de 95 gols com a camisa rubro-negra, o que o credencia como o maior artilheiro estrangeiro da história do clube. Essa performance contrasta drasticamente com a média de gols apresentada por atacantes como Bruno Henrique, Luiz Araújo e Everton Cebolinha, cujas médias individuais raramente ultrapassam a marca de 0,2 gol por partida.
O protagonismo dos Meio-Campistas no Ataque Rubro-Negro
A análise detalhada dos números da temporada de 2025 revela um cenário onde o setor de meio-campo do Flamengo tem assumido um protagonismo ofensivo impressionante, especialmente na ausência de Pedro. Enquanto o centroavante se recupera de sua lesão, jogadores como Arrascaeta têm liderado a artilharia da equipe, demonstrando que o poder de fogo rubro-negro tem, em grande parte, uma origem fora da posição de atacante. A transição da bola para o ataque, a criação de jogadas e a finalização têm sido executadas com maestria pelos homens do meio-campo, sobrecarregando a necessidade de gols em outras posições e evidenciando uma dependência que vai além do centroavante titular.
A disparidade se torna ainda mais acentuada quando observamos o desempenho de outros atacantes. Agnaldo Plata, por exemplo, cujo período no clube tem sido marcado por oscilações e algumas expulsões – foram três em apenas dois meses –, apresenta uma média de gols semelhante à de Juninho, jogador que tem sido reserva desde o mês de abril. Ambos registram uma média de apenas 0,1 gol por partida, um número que, quando comparado aos gols marcados por jogadores de outras posições, ressalta a dificuldade do setor ofensivo em suprir a ausência de Pedro.
Bruno Henrique e Luiz Araújo: Uma Luta por Relevância Ofensiva
Bruno Henrique, outrora um jogador decisivo e peça fundamental no esquema ofensivo do Flamengo, tem enfrentado dificuldades para reencontrar o faro de gol. Atualmente, sua média é de um gol a cada cinco partidas disputadas, um número significativamente abaixo do que se esperava de um atleta com seu potencial e histórico no clube. A situação de Luiz Araújo também merece atenção. Apesar de ser considerado o atacante mais regular do elenco após Pedro, o jogador não balança as redes desde o clássico contra o Botafogo, disputado em 15 de outubro. Essa sequência sem gols contribui para a sensação de que o setor de ataque, em geral, tem encontrado barreiras para gerar e concretizar oportunidades de gol de forma consistente.
Ao olharmos para o quadro geral dos 64 jogos realizados na temporada, os atacantes remanescentes no elenco somam um total de 45 gols. Esse número é inferior à soma de gols marcados pelos meio-campistas e laterais da equipe, o que reforça a ideia de que a responsabilidade ofensiva tem sido distribuída de maneira não convencional. Wallace Yan, uma promessa oriunda das categorias de base, surge como um ponto de luz, apresentando uma média de gols que se aproxima da de Pedro. No entanto, ainda está longe de atingir a eficiência e o impacto necessários para preencher a lacuna deixada pelo camisa 9, evidenciando a urgência na recuperação de Pedro ou na busca por soluções efetivas para o ataque.
A Esperança no Retorno de Pedro e as Estratégias de Filipe Luís
Enquanto o departamento médico trabalha intensamente na recuperação de Pedro, que sofreu uma fratura no antebraço direito e tem seu retorno previsto para o clássico contra o Fluminense, o técnico Filipe Luís busca incessantemente por soluções que possam minimizar o impacto de sua ausência. No entanto, os números da temporada de 2025 contam uma história clara: sem Pedro, o sistema ofensivo do Flamengo perde seu principal protagonista, tornando-se mais um coadjuvante em um time que, paradoxalmente, tem encontrado no meio de campo a sua maior fonte de gols e poder de decisão. A esperança reside no retorno do centroavante, que não apenas traria de volta seu faro de gol, mas também redistribuiria as responsabilidades ofensivas, liberando outros jogadores para desempenharem suas funções com mais naturalidade.

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