O Flamengo sofreu uma goleada histórica de 4 a 1 para o Botafogo no clássico realizado no Nilton Santos. A derrota foi um verdadeiro quebra-cabeça para o time rubro-negro, que não conseguiu encontrar as peças certas para vencer o jogo. Com a derrota, o Flamengo caiu para a quarta posição no Brasileirão.
O quebra-cabeça do Flamengo
O técnico Tite foi para o jogo sem seis peças importantes do time: Pedro e Gabigol (lesões musculares), Cebolinha (tendão de aquiles), Viña (tíbia e joelho) e Luiz Araújo, que foi cortado da relação por conta de fadiga muscular. Além disso, Pulgar estava suspenso. O cenário já era ruim, mas conseguiu ficar pior logo nos primeiros quatro minutos de jogo.
O Botafogo abriu o placar com dois minutos, com Marlon Freitas levantando um bolão na área e Mateo Ponte invadindo a área nas costas de Ayrton Lucas e Bruno Henrique. O lateral cabeceou no cantinho de Rossi, e o Flamengo viu o fantasma da bola aérea se fazer presente em mais uma partida do Brasileirão.
A lesão de Arrascaeta e a mudança no time
Aos quatro minutos, Arrascaeta sentiu dores no adutor da coxa esquerda e pediu para sair. Victor Hugo foi o substituto. Sem Pedro ou Gabigol, Carlinhos foi a aposta no ataque. Sem Pulgar e De la Cruz (que ficou no banco, mas Tite revelou que não tinha condição de jogo), Allan e Léo Ortiz formavam o meio-campo.
Após abrir o placar, o Botafogo tinha muita liberdade e foi superior, pressionando o Flamengo. Foram pelo menos duas finalizações perigosas logo na sequência, com Marlon Freitas e Gregore. E foi praticamente no primeiro ataque que o Flamengo conseguiu marcar: Léo Ortiz achou um lindo lançamento para Bruno Henrique, que ganhou na velocidade e colocou a bola no fundo da rede.
O “apagão” rubro-negro
A partir disso, o Flamengo se encontrou e passou a controlar a partida – ou pelo menos dividir o controle com o Botafogo. Ayrton Lucas ficou perto de marcar o segundo gol com uma bomba que balançou a rede pelo lado de fora e quase esboçou uma reação da torcida rubro-negra, e com Carlinhos que chutou por cima do travessão quando esteve cara a cara com John.
No entanto, o “apagão” rubro-negro veio na segunda etapa, quando ficou nítido que o elenco enxuto se traduziu em poucas peças para combinar no quebra-cabeça. E quando uma decisão da comissão técnica mudou – e comprometeu – o rumo da partida.
A mudança de Léo Ortiz e a goleada do Botafogo
Léo Ortiz era o melhor jogador do Flamengo quando o time conseguiu minimamente se encontrar em campo. Foi o zagueiro volante que deu assistência para Bruno Henrique e que organizava a saída de bola e, ainda assim, se mantinha atento a marcação. E foi justamente nele que Tite mexeu.
Gerson só podia atuar 45 minutos e não voltou do intervalo. Evertton Araújo entrou no lugar do capitão. Léo Ortiz passou a jogar mais recuado justamente no momento em que o time perdeu a sua referência técnica de 2024: Gerson. A mudança no esquema fez o Flamengo perder quem conseguiu se sobressair em uma noite pouco inspirada do time: Ortiz.
O Botafogo teve 15 finalizações no segundo tempo – sendo 10 em pouco mais da metade da segunda etapa. O segundo gol saiu aos oito minutos quando Almada estava livre na esquerda e invadiu a área para chutar. A bola desviou em três jogadores do Flamengo antes de ficar limpa para Igor Jesus marcar.
Os outros dois gols que transformaram o clássico em goleada só foram acontecer nos minutos finais, com Matheus Martins marcando duas vezes em 10 minutos. O cenário só não foi uma verdadeira catástrofe com uma goleada (ainda mais) histórica porque Rossi, apesar de um primeiro tempo inseguro, conseguiu defender um pênalti e fazer algumas boas defesas na segunda etapa.
O futuro do Flamengo
O fato é que esta foi a primeira goleada sofrida pelo Flamengo de Tite, que está vivo na Copa do Brasil e tem dois gols de vantagem para se manter vivo também na Libertadores na quinta-feira. Fica a dúvida se o elenco que se desenha enxuto – sem pelo menos quatro jogadores até setembro – aguentará a sequência. Fica a dúvida se o treinador e sua comissão técnica encontrarão as peças para este quebra-cabeça.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores