Em um desfecho desfavorável para o clube carioca, o Flamengo sofreu mais uma derrota na Justiça em relação ao atacante Paolo Guerrero. A disputa judicial, que se arrasta há algum tempo, envolvia a tentativa do clube de reaver valores referentes aos direitos de imagem do jogador. A decisão da última terça-feira, proferida pelo desembargador Alessandro Oliveira Felix, negou o recurso do Flamengo e ainda aumentou os honorários advocatícios. O caso remonta à suspensão de Guerrero em 2017 por doping, que o impediu de atuar em diversas partidas e competições importantes.
O Cerne da Questão: Direitos de Imagem e a Suspensão do Atleta
O imbróglio judicial entre o Flamengo e Paolo Guerrero tem como ponto central os direitos de imagem do jogador. O clube buscava recuperar a quantia de R$ 1,8 milhão, correspondente aos valores recebidos pelo atleta durante o período em que esteve suspenso por doping. Essa suspensão, determinada pela FIFA, ocorreu em novembro de 2017, às vésperas da Copa do Mundo de 2018, após Guerrero testar positivo para um metabólito da cocaína. A alegação do clube era que, devido à suspensão, o jogador não teria cumprido com suas obrigações contratuais, justificando, assim, a solicitação de reembolso.
A Decisão Judicial: Improvimento da Apelação e Honorários
A justiça, no entanto, não deu razão ao Flamengo. Em junho de 2023, a 9ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já havia julgado improcedente a ação do clube, condenando-o, ainda, ao pagamento de honorários advocatícios. A decisão mais recente, do desembargador Alessandro Oliveira Felix, manteve essa posição, negando o recurso do Flamengo e, de maneira agravante, elevando o valor dos honorários a serem pagos pelo clube. Essa nova derrota representa um revés significativo para o Flamengo, tanto financeiramente quanto em termos de imagem.
A Argumentação da Justiça: Contradição e Boa-Fé
A decisão judicial se baseou em diversos argumentos. O desembargador Felix destacou a contradição na postura do clube, que, em um primeiro momento, demonstrou apoio público a Guerrero, e, posteriormente, buscou reaver valores sob a alegação de conduta inadequada do jogador. A justiça considerou que essa mudança de postura ia de encontro aos princípios da lealdade contratual, da boa-fé e da segurança jurídica. A análise minuciosa dos fatos e documentos presentes no processo, corroborou que não houve provas suficientes que justificassem a ação do clube.
O Contexto da Suspensão: Doping e a Copa do Mundo
A suspensão de Paolo Guerrero em 2017 teve grande repercussão no cenário esportivo. O jogador, que havia ingerido chá com metabólito da cocaína, foi afastado dos gramados por um período, perdendo, inclusive, a final da Copa Sul-Americana pelo Flamengo. A ausência de Guerrero foi um duro golpe para o clube, que viu sua principal estrela ficar de fora de importantes competições. O caso, que remonta à época, envolveu uma série de desdobramentos e gerou debates sobre as responsabilidades e os impactos da suspensão no contrato do jogador.
O Desfecho: Uma Nova Derrota e Implicações
Com a decisão final da Justiça, o Flamengo amarga mais uma derrota em relação ao caso Paolo Guerrero. Além de não conseguir reaver os valores pretendidos, o clube ainda terá que arcar com os honorários advocatícios, que foram aumentados. Esse desfecho coloca mais um ponto final em uma disputa judicial que se estendeu por anos, e que teve grande impacto na imagem e nas finanças do clube. A situação serve como um lembrete da importância de se ter uma gestão de contratos e um relacionamento transparente com os atletas, buscando sempre a justiça e a ética nas decisões.

Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores