Júnior, ex-jogador e ídolo do Flamengo e da seleção brasileira, completou 70 anos no último mês de junho. Em uma entrevista ao portal ge, o “Capacete” ou “Maestro”, como ficou conhecido, relembra sua trajetória de sucesso no futebol e revela detalhes interessantes da sua carreira, como o lançamento de um disco de samba que vendeu mais de 500 mil cópias às vésperas da Copa do Mundo de 1982.
Carreira no Flamengo e na Seleção Brasileira
Júnior nasceu em João Pessoa, na Paraíba, e veio ainda criança para o Rio de Janeiro, onde começou a jogar futebol no Juventus, da praia de Copacabana. Apesar de ter iniciado a faculdade de Administração, ele optou por se dedicar ao futebol e fez um teste no Flamengo, sendo aprovado e virando um dos maiores ídolos do clube. Ele se tornou recordista de jogos pelo Rubro-Negro, com 865 partidas, e conquistou diversos títulos, como a Libertadores e o Mundial de 1981.
Na Seleção Brasileira, Júnior participou de duas Copas do Mundo, em 1982 e 1986, e fez 69 jogos, marcando seis gols. Ele também atuou como técnico do Flamengo e do Corinthians, além de ter sido diretor de futebol do clube carioca.
O Disco de Samba e a Amizade com a Garotada do Flamengo
Uma das histórias mais marcantes da carreira de Júnior é o lançamento de um disco de samba antes da Copa do Mundo de 1982. A música, intitulada “Povo Feliz” (com o refrão “voa, canarinho, voa”), se tornou um grande sucesso, vendendo mais de 500 mil cópias em apenas 23 dias durante a competição.
Júnior também revela que, no final de sua carreira, ele acabou se tornando uma espécie de “irmão mais velho” para a garotada do Flamengo, como Júnior Baiano, Djalminha e Marquinhos. Ele os orientava e compartilhava suas experiências, criando uma relação muito próxima com os jovens jogadores.
Racismo na Itália e a Frustração com a Seleção
Júnior também relembra alguns episódios difíceis da sua carreira, como o racismo que sofreu quando jogava na Itália, com a torcida da Juventus exibindo uma faixa ofensiva contra ele. Além disso, ele revela sua frustração por não ter sido convocado para a Copa do Mundo de 1994, mesmo estando em boa forma física e acreditando que poderia contribuir com a Seleção Brasileira.
Carreira de Comentarista e Postura Profissional
Após se aposentar, Júnior seguiu carreira como comentarista de futebol, inicialmente na Itália e, posteriormente, na TV Globo. Ele destaca a importância de manter uma postura profissional e objetiva em seus comentários, evitando favorecer ou criticar excessivamente qualquer time ou jogador.
Júnior se consolidou como um dos comentaristas mais respeitados do país, sendo reconhecido por sua análise técnica e pela sua capacidade de humanizar suas opiniões, sem perder o foco em seu papel de informar e analisar o jogo.
Considerações Finais
A entrevista de Júnior revela um jogador e profissional de grande versatilidade, que soube se reinventar ao longo de sua carreira, passando de craque do Flamengo e da Seleção Brasileira a um dos comentaristas mais respeitados do país. Sua trajetória é marcada por conquistas, superação de desafios e uma paixão pelo futebol que o acompanhou desde a infância na praia de Copacabana.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores