O futebol é um esporte que pode unir pessoas de diferentes culturas e nacionalidades, mas também pode revelar o lado mais negativo da humanidade. Um exemplo desse lado negativo foi visto recentemente em Assunção, no Paraguai, durante a fan fest promovida pela Conmebol, às vésperas da final da Sul-Americana. Um torcedor do Cruzeiro teve a sua camisa furtada por um torcedor do Racing, um ato que gerou uma reação inesperada de solidariedade e amizade entre os fãs dos dois times.
A história do furto e da solidariedade
Jonathan Karllo, um torcedor do Cruzeiro, estava com o irmão, Jean, na fan fest, quando foi vítima do furto. A camisa do Cruzeiro foi roubada por um torcedor do Racing, que correu para o meio da torcida e desapareceu. Jonathan conta que, apesar de alguns torcedores do Racing terem tentado proteger o autor do furto, outros foram atrás para tentar achá-lo e entregar de volta a camisa do Cruzeiro.
“Eu estava puxando músicas do Cruzeiro, e eles puxando do Racing. Mas, em um certo momento, a minha camisa estava na cintura, e um torcedor deles puxou e correu para o meio da torcida deles. Fizeram uma barreira para eu não chegar até ele e, para evitar tumulto, eu deixei para lá”, conta Jonathan.
A solidariedade de um torcedor do Racing
Após o furto, Jonathan encontrou com Juan Castro, um torcedor do Racing de Avellaneda, que estava hospedado no mesmo local que ele. Juan foi quem mais se incomodou com o ocorrido e decidiu fazer algo para reparar o dano. Ele presenteou Jonathan com uma camisa do Racing, que era de um amigo que havia falecido.
“O torcedor me viu conversando sobre o que tinha acontecido e veio até mim. Ele não aceitou, passou o número dele e falou onde estava hospedado. Entrei em contato, e ele me deu a blusa do Racing. No primeiro momento eu achei que poderia ser algo do momento, mas ele veio até mim para fazer isso”, conta Jonathan.
A reação de Juan Castro
Juan Castro explica que decidiu doar a camisa ao torcedor do Cruzeiro porque queria mostrar que o futebol pode ser um esporte de respeito e camaradagem, mesmo em momentos de rivalidade. “Vi como Jonathan foi roubado. Era momento de rivalidade, mas com camaradagem, e foi arruinado por um ladrão. Vi o Jonathan muito chateado e me pareceu muito injusto que um momento de comemoração tenha sido arruinado para ele”, diz Juan.
“A camisa que escolhi foi uma das minhas preferidas, me foi dada por uma pessoa que não está mais conosco e que tinha a mesma paixão pelo futebol que eu. O futebol tem rivalidade dentro de campo, mas fora dele tem que ter camaradagem, tem que unir e nenhum ladrão pode estragar a festa do futebol”, acrescenta Juan.
Um exemplo de solidariedade no futebol
A história de Jonathan e Juan é um exemplo de como o futebol pode unir pessoas de diferentes culturas e nacionalidades. Mesmo em momentos de rivalidade, é possível mostrar respeito e solidariedade. A atitude de Juan Castro é um exemplo de como o futebol pode ser um esporte de respeito e camaradagem, e não apenas um esporte de competição e rivalidade.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores