A situação financeira do Corinthians segue no centro das atenções e gera debates acalorados entre torcedores e personalidades ligadas ao clube. Uma das vozes mais críticas e conhecidas do cenário futebolístico, o apresentador e ex-jogador Craque Neto, manifestou sua opinião contundente sobre a ideia da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) como solução para os problemas do Alvinegro Paulista. Em sua visão, a proposta, embora apresentada como um caminho para a redenção, não é o elixir que o clube necessita para sair do abismo financeiro em que se encontra. Para Neto, o cerne da questão reside na gestão e na integridade das pessoas que administram o clube, e não na mudança de modelo societário.
O Argumento Contra a SAF no Parque São Jorge
Em uma análise aprofundada, transmitida durante o programa “Os Donos da Bola”, Craque Neto desmistificou a ideia de que a SAF seria a panaceia para os males corintianos. Ele foi enfático ao declarar que não vê a necessidade de um “dono” para o clube, tampouco de uma estrutura de SAF. Sua principal bandeira é a de que o Corinthians precisa, antes de tudo, passar por uma profunda reforma em sua estrutura administrativa. A premissa de Neto é clara: a remoção de “laranjas podres” – um termo forte que denota indivíduos mal-intencionados ou incompetentes – e a ascensão de pessoas íntegras e comprometidas com o bem do clube. Ele acredita que, com uma gestão composta por indivíduos honestos e um conselho deliberativo atuante e não apenas passivo, o Corinthians teria o potencial de se reerguer e alcançar um patamar ainda maior, quem sabe se consolidando como o maior clube do mundo. A sua visão aponta para a importância de um planejamento de longo prazo, com um horizonte de pelo menos uma década, para que a saúde financeira e esportiva do Alvinegro Paulista seja verdadeiramente restaurada.
Desvendando a Proposta da SAFiel para o Corinthians
A chamada “SAFiel” é apresentada por seus proponentes como uma iniciativa que visa promover uma mudança radical no modelo de gestão do futebol corintiano. De acordo com a descrição oficial, o projeto se propõe a ser uma “proposta concreta de profissionalização do futebol do Corinthians pra virar o jogo, quitar dívidas, trazer administração qualificada, voto e propriedade para o torcedor”. A essência dessa ideia é transformar o clube em uma entidade onde a participação do torcedor seja valorizada, com mecanismos de controle e decisão que lhes permitam ter voz e voto nas decisões importantes. O objetivo primordial é a erradicação das dívidas que assolam o clube e a implementação de uma administração moderna e eficiente, capaz de superar os diversos escândalos e a instabilidade política e financeira que têm marcado os últimos anos do Corinthians. No entanto, o atual presidente do clube, Osmar Stábile, tem adotado uma postura cautelosa, adiando a implementação do modelo SAF neste momento. Sua prioridade atual reside em resolver questões administrativas e financeiras mais urgentes que afetam diretamente o dia a dia do Alvinegro Paulista, indicando que a discussão sobre a SAF ainda está em compasso de espera.
Projeções de Vendas de Jovens Talentos no Timão
Diante do cenário financeiro delicado, o apresentador Craque Neto também se debruçou sobre a possibilidade de o Corinthians ter que recorrer à venda de seus jovens talentos para aliviar a situação. Em suas projeções, o ex-camisa 10 do clube crava que, em breve, três jogadores promissores podem ser negociados. Os nomes mencionados são o do zagueiro Pedro Tchoca, o do meio-campista Breno Bidon e o do atacante Gui Negão. Esses jovens têm demonstrado um desempenho promissor ao longo de 2025, despertando o interesse de outros clubes e representando uma potencial fonte de receita significativa para o Corinthians. Em particular, Gui Negão tem um valor de mercado estipulado pelo próprio clube em 20 milhões de euros, o que, na cotação atual, se traduz em aproximadamente R$ 124 milhões. Essa possibilidade de negociação evidencia a necessidade do clube em buscar soluções criativas e eficazes para equilibrar suas contas, ao mesmo tempo em que lida com a pressão de manter seus atletas mais promissores em seus quadros.

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