Um grupo de 90 conselheiros do Corinthians protocolou um requerimento pedindo a abertura do processo de impeachment contra o presidente do clube, Augusto Melo. O documento foi endereçado a Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo do clube. O grupo, que se classifica como “apartidário”, fundamenta a solicitação de destituição de Augusto Melo em artigos do estatuto do clube, da Lei Geral do Esporte e da Lei 9.613, datada de 1998.
Os principais questionamentos contra Augusto Melo
Os principais questionamentos contra Augusto Melo são sobre a intermediação do contrato de patrocínio com a VaideBet, rompido em junho por iniciativa da casa de apostas. Entre os fatos citados estão declarações de Rubens Gomes, ex-diretor de futebol, e o depoimento de Alex Cassundé, sócio da empresa responsável pela intermediação do contrato, à Polícia Civil, no qual conta sobre como chegou a ter o nome firmado no contrato para receber R$ 25 milhões até o fim de 2026.
O movimento Reconstrução e a participação de Mário Gobbi
O ex-presidente Mário Gobbi, que comandou o clube entre 2012 e 2015, se pronunciou sobre a iniciativa. O movimento Reconstrução nada mais é do que uma ação apartidária, que reúne conselheiros independentes de diversos grupos que, sim, têm opiniões diferentes sobre vários temas, mas sabem que nesse momento é preciso deixar essas diferenças de lado e focar no bem maior, que é o Corinthians“, afirmou Gobbi, que é um dos porta-vozes do grupo.
Os casos citados no pedido de impeachment
Além da intermediação do contrato de patrocínio com a VaideBet, o grupo também cita o caso de Augusto Melo ter se desentendido com um torcedor do Cruzeiro, que denunciou o dirigente na delegacia do estádio do Mineirão. “O cargo de Presidente do Corinthians não dá o direito a quem quer que seja de fazer justiça com as próprias mãos, principalmente diante de insultos ou gozações”, reclama o grupo de conselheiros no documento enviado a Romeu Tuma Jr.
O processo de impeachment e as próximas etapas
Segundo o rito estatutário, Romeu Tuma Jr. tem cinco dias para encaminhar o requerimento para a Comissão de Ética do Corinthians, que daria andamento ao processo. Augusto Melo, caso o processo vá adiante, teria a oportunidade de se defender das acusações e só poderia ser destituído do cargo após votação em sessão extraordinária do plenário do Conselho Deliberativo. Mesmo que o Conselho aprove o impeachment, a saída do presidente precisa ser referendada pelos sócios do clube.
É importante notar que o grupo de conselheiros que protocolou o pedido de impeachment é apartidário e não tem vínculos com nenhuma facção política do clube. O objetivo do grupo é garantir que o Corinthians seja gerido de forma transparente e responsável, e que os interesses do clube sejam priorizados.
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