O futebol é feito de momentos, e no universo do Corinthians, a pressão sobre o técnico Dorival Júnior atinge um novo patamar. A equipe alvinegra se prepara para um confronto de extrema importância neste domingo, 30, na majestosa Neo Química Arena, contra o Botafogo. Este duelo não é apenas mais uma partida do Campeonato Brasileiro Betano; é um teste de fogo para o trabalho do treinador, que busca reverter um cenário de instabilidade e questionamentos que têm pairado sobre o desempenho da equipe na competição nacional.
A recente derrota, por um placar contundente de 3 a 0 diante do Cruzeiro, ainda ecoa nos corredores do Parque São Jorge e serve como um doloroso lembrete das dificuldades que o Timão tem enfrentado para encontrar um equilíbrio consistente no Brasileirão. Apesar de ostentar a condição de semifinalista na Copa do Brasil, uma campanha digna de aplausos, o desempenho no certame de pontos corridos tem sido uma história completamente diferente. As oscilações se tornaram a marca registrada do time, com exibições irregulares que se repetem a cada rodada, levando muitos a questionarem a sustentabilidade do projeto sob o comando de Dorival Júnior.
A busca pela consistência no Brasileirão
Dorival Júnior, um nome reverenciado no futebol brasileiro por suas conquistas em torneios de mata-mata, parece encontrar um terreno mais árduo quando se trata do formato de pontos corridos do Campeonato Brasileiro. Sua trajetória vitoriosa em Copas do Brasil, erguendo taças com o Flamengo e com o São Paulo, é indiscutível. No entanto, quando o assunto é o desempenho em ligas nacionais, os números apresentados pelo técnico no comando do Corinthians acendem um sinal de alerta, evidenciando um contraste preocupante com suas passagens anteriores.
Analisando os números de Dorival no Timão
A estatística é implacável e, no caso de Dorival Júnior no Corinthians, ela pinta um quadro que exige atenção. Ao longo de 27 partidas comandando o Timão no Brasileirão, o treinador registrou um total de nove vitórias, oito empates e dez derrotas. Essa campanha se traduz em um aproveitamento de apenas 43,2%, um índice que reflete diretamente o equilíbrio, ou a falta dele, entre ataque e defesa. A equipe marcou 28 gols e sofreu 29, uma paridade que, neste contexto, não é sinônimo de segurança ou poder de fogo suficiente.
Para se ter uma perspectiva mais clara, basta olhar para o desempenho do próprio Dorival em outras equipes no mesmo formato de campeonato. Em 2023, no comando do São Paulo, o treinador obteve um aproveitamento mais expressivo de 47,7% ao longo de 37 jogos. Foram 14 vitórias, 11 empates e 12 derrotas, com 39 gols marcados e 36 sofridos. Já em 2022, no Flamengo, ele alcançou seu ápice em pontos corridos: um impressionante índice de 59,5% em 28 partidas, resultado de 15 triunfos, cinco empates e apenas oito reveses, com um ataque mais prolífico (50 gols) e uma defesa mais sólida (31 gols sofridos).
O dilema da prioridade entre competições
A realidade atual do Corinthians no Campeonato Brasileiro é que a equipe ocupa a 11ª posição na tabela, somando 45 pontos. A briga pelo título e até mesmo por vagas mais cobiçadas na Copa Libertadores da América parece cada vez mais distante, com a probabilidade de alcançar o G4 caindo drasticamente. O cenário mais palpável, que inclusive tem 94,9% de probabilidade de se concretizar, é a classificação para a Copa Sul-Americana, uma competição de menor prestígio, mas que ao menos garantiria uma presença em um torneio internacional na próxima temporada.
Enquanto a trajetória no Brasileirão é marcada por essa instabilidade e pela luta por objetivos menos ambiciosos, a Copa do Brasil se apresenta como o grande palco de esperanças para o alvinegro. A semifinal contra o Cruzeiro, agendada para o dia 10 de dezembro, representa a meta principal da temporada. A conquista do título na principal competição de mata-mata do país não só transformaria o ambiente no clube, dissipando parte da pressão sobre o técnico, como também seria a chave para destravar a vaga na Libertadores, o grande sonho da torcida corintiana.

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