A atual situação do Corinthians tem sido marcada por intensos debates e revelações sobre os bastidores do clube, especialmente no que diz respeito à gestão financeira e às declarações de seus dirigentes. Uma das figuras centrais nessas discussões recentes é o atacante holandês Memphis Depay, cuja permanência e os custos associados a ela têm gerado burburinho entre a torcida e a imprensa esportiva.
A versão do clube sobre a saída do hotel
Em uma coletiva de imprensa que abordou diversos temas, incluindo a recente derrota do Timão para o Bragantino pelo placar de 2 a 1, o presidente do Corinthians, Osmar Stabile, trouxe à tona uma nova perspectiva sobre a mudança de Memphis Depay de um hotel de luxo. Stabile afirmou categoricamente que a iniciativa de deixar a hospedagem de alto custo, que representava uma despesa mensal de R$ 250 mil, partiu do próprio jogador. Segundo o dirigente, Memphis teria expressado o desejo de contribuir para a redução dos gastos do clube, propondo ele mesmo a mudança. Essa declaração contradiz a narrativa que vinha sendo ventilada, a de que a decisão partiu da diretoria corintiana. Stabile fez questão de enfatizar que o contrato com o jogador está sendo cumprido e que qualquer benefício que Memphis traga para a saúde financeira do clube será recebido de bom grado.
Um documento que conta outra história?
No entanto, a versão apresentada pelo presidente Stabile diverge do que consta em registros oficiais do clube. Uma ata de reunião do Conselho de Orientação (Cori), datada de 29 de outubro, aponta uma realidade diferente. Nesse documento, o presidente Osmar Stabile é citado explicando a Memphis a necessidade de buscar uma acomodação mais econômica, com um custo menor para os cofres do Corinthians. A ata registra explicitamente que o presidente da Diretoria comunicou ao jogador a “necessidade de o jogador sair do hotel e ir para casa/apto com custo menor”. Essa informação, obtida pelo portal ge, sugere que a iniciativa de procurar uma hospedagem mais barata pode ter sido, na verdade, uma orientação da diretoria, e não uma proposta voluntária do atleta.
Dívidas e o impacto no futebol do clube
A situação financeira do Corinthians também foi tema central na reunião do Cori. Foi revelado que o clube possui uma dívida considerável com Memphis Depay, estimada em cerca de R$ 23 milhões. Esse valor engloba uma série de pendências contratuais, incluindo bonificações por metas alcançadas, luvas pela assinatura do contrato e outros acertos previstos no vínculo. O presidente Stabile assegurou que, embora os pagamentos ainda não estejam formalizados, a diretoria tem a intenção de quitá-los assim que houver disponibilidade de recursos. A gestão do clube tem trabalhado ativamente para buscar soluções financeiras que permitam não apenas honrar seus compromissos, mas também resolver outras questões urgentes.
O fantasma do transfer ban e a busca por recursos
Um dos maiores entraves para o planejamento do Corinthians no mercado de transferências é o transfer ban, uma punição imposta pela FIFA que impede o clube de registrar novos jogadores. Essa restrição, vigente desde agosto, é decorrente de uma dívida de R$ 40 milhões relacionada à contratação do zagueiro Félix Torres. A diretoria corintiana tem buscado incansavelmente recursos para reverter essa situação. Stabile informou que os esforços estão concentrados em resolver essa questão o mais breve possível, com a meta de derrubar o transfer ban ainda em dezembro. A necessidade de capital é ainda maior, pois existem outras possíveis sanções semelhantes que podem surgir, e o clube precisa estar preparado para lidar com todo o montante envolvido.
Autorização para empréstimo e o fluxo de caixa
Para amenizar a situação e garantir o fluxo de caixa até o final do ano, a diretoria do Corinthians obteve autorização do Cori para contrair um empréstimo de R$ 100 milhões. Essa liberação estratégica visa cobrir despesas como férias e décimos terceiros salários, além de fornecer o capital necessário para o pagamento das dívidas que resultaram nos transfer bans. Anteriormente, já havia sido autorizada uma linha de crédito de R$ 30 milhões, mas o clube optou por não utilizá-la naquele momento, por entender que não seria o momento oportuno. Agora, com a permissão ampliada, a diretoria tem a flexibilidade necessária para tomar as medidas financeiras que considerar essenciais para a estabilidade do clube.

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