Uma decisão judicial impactou os cofres do Corinthians nesta semana. O clube foi condenado a pagar uma vultosa indenização por danos morais e uma pensão mensal a um ex-jogador das categorias de base. A quantia total pode ultrapassar a marca dos R$ 2,5 milhões, com pagamentos previstos para se estenderem até 2035. O atleta em questão, Kauê Moreira de Souza, chegou ao Parque São Jorge em 2019, mas nunca teve a oportunidade de sequer treinar com o elenco profissional. Sua trajetória no clube foi interrompida precocemente por uma lesão grave no joelho direito, que o impediu de atingir o nível de competição desejado.
A ação judicial movida por Kauê teve como base a alegação de que o jogador sofreu um acidente de trabalho durante um treinamento nas dependências do clube. Essa lesão, conforme atestado por perícia técnica, teria inviabilizado a continuidade de sua carreira como atleta profissional. A defesa do jogador apresentou laudos que detalham a extensão da lesão e suas consequências.
A Condenação e os Valores Envolvidos
A 6ª Vara do Trabalho de São Paulo, sob a batuta do juiz Ivo Roberto Santarem Teles, determinou que o Corinthians efetue o pagamento de R$ 50 mil a título de danos morais. Além disso, foi estabelecida uma pensão mensal no valor de R$ 12 mil para Kauê Moreira de Souza. Este pagamento se estenderá até setembro de 2035, quando o ex-atleta completará 35 anos de idade. A estimativa total a ser desembolsada pelo clube, considerando o período e os valores, aproxima-se dos R$ 2,5 milhões. A decisão também obriga o Corinthians a arcar com os valores correspondentes a 13º salário e férias proporcionais do jogador, referentes ao período em que ele esteve vinculado ao clube.
O Corinthians, até o momento da publicação desta notícia, não emitiu nenhum comunicado oficial a respeito da decisão judicial. A reportagem se mantém atenta a qualquer manifestação do clube para atualizações futuras.
A Trajetória de Kauê no Corinthians e a Lesão
Kauê Moreira de Souza integrou as categorias de base do Corinthians entre os anos de 2019 e 2024. Durante esse período, o jovem meia, apesar de ter passado por diferentes fases de desenvolvimento no clube, nunca chegou a ser promovido ao time principal. Sua dedicação e talento foram minados por uma lesão séria no joelho direito. A recuperação, que exigiu intervenção cirúrgica, não foi suficiente para que ele retornasse ao seu potencial máximo e pudesse competir em alto nível.
A perícia médica realizada durante o processo judicial foi crucial para embasar a decisão. O laudo descreveu a condição do atleta: “O reclamante (Kauê) apresenta lesão de tendão patelar intra-substancial reparada cirurgicamente, evoluindo com dor crônica e limitações de mobilidade com redução de força muscular. O autor apresenta incapacidade laboral parcial para atividades que requeiram prática de esportes, corridas e agachamentos com carga.” A perícia foi categórica ao afirmar a existência de um “acidente de trabalho” e “limitações, possivelmente definitivas, para atividades como atleta profissional, com acometimento de 15% de sua mobilidade. Não há incapacidade significativa para outras atividades”, o que levou à condenação do clube por danos materiais.
O Processo Judicial e a Responsabilidade do Clube
A defesa de Kauê argumentou consistentemente que a lesão sofrida durante um treinamento no clube configurou um acidente de trabalho. Essa tese foi corroborada pela perícia médica, que atestou a incapacidade parcial e definitiva do atleta para o exercício da profissão. O juiz, ao analisar as evidências apresentadas e os laudos periciais, concluiu pela responsabilidade do Corinthians no caso.
A condenação por danos morais reflete o sofrimento e a frustração de um jovem atleta que teve sua carreira interrompida precocemente por uma lesão ocorrida enquanto defendia as cores do clube. Os danos materiais, por sua vez, buscam compensar a perda de rendimento e as limitações impostas à sua capacidade de trabalho como jogador profissional.
Carreira Pós-Lesão e as Perspectivas Futuras
Antes de chegar ao Corinthians, Kauê teve passagens pelas categorias de base de outros clubes paulistas, como Taboão da Serra, São Bernardo e São Paulo. Após sua saída do Parque São Jorge, o meia tentou retomar sua carreira em outras equipes. Chegou a ser emprestado ao Oeste ainda nas categorias de base. Posteriormente, atuou na base do Marcílio Dias, sem, contudo, disputar qualquer partida oficial. Após o término de seu contrato com o Corinthians, Kauê teve breves passagens pelo profissional, atuando em cinco jogos pelo Itaberaí e, mais recentemente, disputando 20 minutos pelo Inhumas no Campeonato Goiano deste ano. A lesão e suas sequelas, no entanto, seguiram limitando seu potencial e sua presença em campo.
A decisão judicial representa um marco importante na carreira de Kauê, garantindo-lhe um suporte financeiro para o futuro e um reconhecimento das dificuldades enfrentadas após a lesão. Para o Corinthians, a condenação representa mais um desafio financeiro e um alerta sobre a gestão e os cuidados com seus atletas de base.

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