A gestão financeira do Corinthians tem sido um tema de intenso debate, especialmente após o recente aumento da dívida do clube. Em meio a esse cenário, a figura de Vanderlei Luxemburgo, ex-comandante do time alvinegro, surge para apresentar uma visão estratégica sobre como o clube pode reverter essa situação. Para o experiente treinador, a solução para as finanças corintianas reside em um ativo valioso, muitas vezes subestimado: a sua própria base de talentos. A perspectiva de Luxemburgo vai além do campo de jogo, tocando na essência do futebol como um negócio e na capacidade do clube de gerar receita através da formação de jogadores.
A Força da Base Corintiana: Um Ativo Estratégico
Em uma análise perspicaz sobre a realidade financeira do Corinthians, Vanderlei Luxemburgo destacou o potencial inexplorado da categoria de base como principal motor para a recuperação das finvidas. Ele não vê a dívida bilionária do clube como um obstáculo intransponível, mas sim como um desafio que pode ser superado com uma estratégia focada no desenvolvimento e na comercialização de jovens talentos. A visão de Luxemburgo é clara: a matéria-prima mais valiosa do futebol são os jogadores, e o Corinthians possui um celeiro riquíssimo em sua base, capaz de gerar receitas significativas no mercado europeu e global.
Com a dívida do clube atingindo a marca de R$ 2,7 bilhões em julho deste ano, um aumento considerável em relação aos R$ 2,6 bilhões anteriores, a necessidade de soluções concretas torna-se ainda mais urgente. Luxemburgo propõe que o clube encare essa dívida sob uma nova perspectiva. Ele argumenta que, em termos de euros, um valor de R$ 2,7 bilhões representa aproximadamente 450 milhões de euros. Essa equivalência monetária, segundo ele, é acessível através da exploração do potencial dos jogadores formados nas categorias de base, que são um ativo de grande valor para o clube. Ele cita como exemplo o seu período à frente do Corinthians, quando conseguiu vender jogadores por R$ 400 milhões em apenas quatro meses, com destaque para as negociações de Murillo e Moscardo, evidenciando a capacidade de gerar caixa com a formação de craques.
O Poder de Negociação e a Visão de Futuro
Luxemburgo reitera que o Corinthians possui um portfólio de aproximadamente 300 jogadores em sua base, cujo valor, segundo sua estimativa, pode chegar a 300 milhões de euros. Ele enfatiza que o valor desses atletas não é apenas o que representam no presente, mas sim o potencial de crescimento e valorização futura no mercado. A cada novo talento lapidado, o clube tem a oportunidade de gerar mais recursos, seja com a venda imediata ou com mecanismos como percentuais em futuras negociações. A comparação com o Palmeiras, que colhe frutos de vendas realizadas há anos através de cláusulas de percentual, serve como um modelo a ser seguido, demonstrando como a formação consistente na base pode garantir um fluxo de receita contínuo e a longo prazo.
Essa filosofia de investimento na base e a posterior monetização dos talentos se alinha com as práticas de clubes de ponta que conseguem equilibrar suas finanças e manter equipes competitivas. O ex-técnico demonstra confiança na capacidade do Corinthians de identificar, desenvolver e projetar jogadores que atrairão o interesse de grandes clubes internacionais, garantindo assim um retorno financeiro expressivo. A venda de jogadores como Murillo e Moscardo em um curto espaço de tempo serve como prova viva desse potencial, motivando o clube a intensificar seus esforços nesse sentido.
A Estratégia de Luxemburgo: Formar e Vender
A mensagem central de Vanderlei Luxemburgo é que o Corinthians deve se consolidar como uma fábrica de jogadores de elite. Ele defende que a formação de atletas de alto nível não é apenas um objetivo esportivo, mas uma estratégia de negócios fundamental para a sustentabilidade financeira do clube. O plano de ação proposto implica em investir em infraestrutura, comissão técnica especializada e metodologias de treinamento de ponta para maximizar o potencial de cada jovem atleta. Ao mesmo tempo, é crucial desenvolver um departamento de captação e negociação eficiente, capaz de identificar oportunidades de mercado e garantir os melhores acordos possíveis.
A capacidade de “criar” valor através dos jogadores da base é vista por Luxemburgo como a chave para lidar com a dívida bilionária. Em vez de apenas focar em cortes de gastos ou em receitas pontuais, a estratégia seria a geração de capital através de seu principal ativo: os talentos que emergem de suas categorias de base. Essa visão de longo prazo, aliada a ações práticas de desenvolvimento e venda, pode reposicionar o Corinthians financeiramente, transformando um desafio em uma oportunidade de crescimento e fortalecimento.
Próximos Passos do Corinthians em Campo
Enquanto a diretoria e os torcedores debatem as estratégias financeiras, a equipe de futebol do Corinthians se prepara para o retorno aos gramados. Após uma pausa para a Data FIFA de 2025, que ocorreu entre os dias 10 e 18 de novembro, o Timão retoma sua jornada no Campeonato Brasileiro Betano. A expectativa é alta para o próximo compromisso, marcado para o dia 20 de novembro, quando o alvinegro enfrentará o rival São Paulo em um clássico que promete agitar a 36ª rodada da competição. Este embate será uma oportunidade para a equipe demonstrar em campo o resultado do trabalho que vem sendo desenvolvido, buscando a vitória e a melhora na tabela de classificação.

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