O cenário no Parque São Jorge segue agitado nos bastidores, com o desfecho da investigação sobre o acordo entre o Corinthians e a VaideBet se aproximando. Após meses de apuração, a Polícia Civil de São Paulo está na reta final para concluir o inquérito que apura possíveis irregularidades na intermediação do contrato de patrocínio que foi encerrado em junho do ano passado.
O presidente do Corinthians, Augusto Melo, prestou depoimento na última quarta-feira, marcando o fim da fase de oitivas. A expectativa é que, nas próximas duas semanas, as autoridades policiais finalizem o inquérito, que poderá resultar em indiciamentos.
A investigação, que se arrasta desde maio do ano passado, busca esclarecer se houve crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro, com o suposto uso de empresas fantasmas para desviar recursos provenientes do acordo de patrocínio. A atenção se volta agora para as próximas etapas do processo, que incluem a análise do Ministério Público e possíveis denúncias.
O caso ganhou ainda mais repercussão com a rescisão do contrato por parte da VaideBet, que alegou danos à sua imagem. O acordo, que previa o pagamento de R$ 370 milhões ao clube até o fim de 2026, foi abruptamente interrompido, gerando um grande impacto financeiro e institucional no Corinthians.
Augusto Melo Encerrando a Fase de Depoimentos
O depoimento de Augusto Melo era aguardado com grande expectativa, já que ele é um dos principais nomes envolvidos na investigação. Sua oitiva marcou o encerramento da fase de depoimentos, e agora a Polícia Civil se dedicará a analisar todas as declarações e provas coletadas ao longo dos últimos meses. A partir dessa análise, será possível determinar se houve ou não irregularidades na condução do acordo e quem são os responsáveis.
Investigados no Caso VaideBet
Além de Augusto Melo, outras figuras importantes do Corinthians também foram ouvidas na condição de investigados. Entre eles, estão o ex-diretor administrativo Marcelo Mariano e o antigo superintendente do clube, Sérgio Moura. Alex Cassundé, proprietário da Rede Social Media Design, empresa que intermediou o contrato, também prestou depoimento como suspeito.
A situação de todos os investigados é delicada, e o futuro de cada um dependerá da análise das autoridades. A Polícia Civil poderá optar por indiciá-los, caso encontre provas suficientes de envolvimento em crimes. Caso isso aconteça, o caso será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se oferece ou não denúncia.
O Papel da Rede Social Media Design
A Rede Social Media Design, empresa de Alex Cassundé, ganhou destaque na investigação por ter atuado como intermediadora no contrato entre o Corinthians e a VaideBet. A empresa recebeu R$ 25 milhões pela intermediação, e a Polícia Civil investiga se parte desse valor foi desviada para empresas fantasmas.
De acordo com as investigações, a Rede Social Media Design teria repassado R$ 900 mil para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda., empresa que está no nome de Edna Oliveira dos Santos, que alega desconhecer a existência da mesma. A Polícia já identificou ligações da Neoway com outras empresas fantasmas, o que reforça a suspeita de que o dinheiro desviado do Corinthians foi utilizado para lavar dinheiro.
Crimes Apurados: Associação Criminosa e Lavagem de Dinheiro
Os crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro são os principais alvos da investigação. A Polícia Civil busca comprovar se houve uma organização criminosa estruturada para desviar recursos do Corinthians por meio do contrato com a VaideBet. A utilização de empresas fantasmas para movimentar o dinheiro é um indício forte de que houve lavagem de dinheiro, o que agrava ainda mais a situação dos investigados.
Próximos Passos da Investigação
Com o fim da fase de depoimentos, a Polícia Civil se concentrará na análise das provas e na elaboração do relatório final do inquérito. A expectativa é que esse relatório seja concluído em até duas semanas, e que ele contenha o indiciamento ou não dos envolvidos. Caso haja indiciamento, o caso será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se oferece ou não denúncia.
O Ministério Público tem acompanhado de perto a investigação, e o promotor Juliano Atoji tem participado das oitivas. Caso o órgão decida oferecer denúncia, os indiciados se tornarão réus em um processo criminal, e terão a oportunidade de se defender das acusações. O desfecho desse caso terá um grande impacto no futuro do Corinthians, e poderá trazer consequências graves para os envolvidos.
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