O retorno do zagueiro Bastos à seleção de Angola é um acontecimento que gerou grande comoção nacional. Depois de três anos afastado da equipe, o jogador de 33 anos está de volta para defender os Palancas Negras. Mas o que levou a essa ausência prolongada e como o ambiente mudou para permitir seu retorno?
A crise financeira e os atritos com a Federação Angolana de Futebol
A crise financeira que atingiu a seleção angolana em 2019 foi um dos principais motivos para a ausência de Bastos. O jogador, que era sub-capitão e um dos líderes do vestiário, teve uma forte intervenção na situação e questionou a falta de organização da entidade. Esse desentendimento levou a uma série de atritos entre Bastos e os dirigentes da Federação Angolana de Futebol.
Segundo o comentarista esportivo angolano Romilson Teixeira, “foi um acumular de várias situações, desde a Copa Africana das Nações, em 2019, quando havia uma crise financeira no seio da seleção nacional, com atraso no pagamento de prêmios e diárias, tendo havido várias ameaças de ‘greve’ por parte dos jogadores”.
O novo ambiente e a reaproximação
A situação mudou em 2024, quando a Angola chegou às quartas de final da Copa Africana das Nações. Esse resultado foi visto como um avanço e o ambiente melhorou, permitindo a reaproximação entre Bastos e a seleção. O jornalista brasileiro Luis Fernando Filho destaca que “Angola, antes dessa Copa Africana, vinha de uma crise dentro e fora de campo também. E o Bastos, em 2021, foi um dos ‘alvos’, digamos assim, dos maus resultados. O novo ambiente atual o ajudou a voltar”.
Além disso, o treinador Pedro Gonçalves também teve um papel importante na reaproximação. Segundo Luis Fernando Filho, “não só ele, mas outros atletas já fizeram isso antes também. Só que no caso do Bastos, ele é um dos medalhões dessa geração, joga há muito tempo por Angola, e isso pesou bastante. Agora, pós-Copa Africana, com os resultados melhores, o Bastos se entendeu melhor com o Pedro Gonçalves também”.
O impacto do retorno de Bastos
O retorno de Bastos é considerado um acontecimento importante para a seleção angolana. O jogador é um dos maiores símbolos do futebol do país nos últimos anos e sua ausência foi sentida. Romilson Teixeira destaca que “o Bastos é dos jogadores angolanos com melhor carreira internacional, talvez ao lado de Mantorras, Paulão, Abel Campos e Manucho Gonçalves. E pela carreira que está a ter, é provável que seja um dos maiores zagueiros angolanos de todos os tempos”.
Além disso, o retorno de Bastos também pode aumentar a conexão do público com a seleção nacional. Segundo Luis Fernando Filho, “é um regresso merecido e legítimo, vai aumentar a conexão do público com a seleção nacional, é a volta de um ídolo e referência, porque independente das situações disciplinares, nada justifica tanto tempo de ausência de um jogador com tanta qualidade e influência”.
Os próximos desafios
A seleção angolana tem agora um novo desafio à frente, com os jogos contra Gana e Sudão pelas eliminatórias da Copa Africana das Nações. O retorno de Bastos é um impulso importante para a equipe, mas é preciso manter a concentração e a determinação para alcançar os objetivos.
Em resumo, o retorno de Bastos à seleção angolana é um acontecimento importante que gerou grande comoção nacional. A crise financeira e os atritos com a Federação Angolana de Futebol foram os principais motivos para a sua ausência, mas o novo ambiente e a reaproximação permitiram seu retorno. O impacto do retorno de Bastos é significativo, e a seleção angolana tem agora um novo desafio à frente.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores