O Botafogo demonstrou uma performance ofensiva notável em sua recente vitória por 3 a 0 contra o Vasco, apresentando um volume de finalizações que não era visto sob o comando do técnico Davide Ancelotti. A partida, realizada na última quarta-feira, registrou 22 chutes em direção ao gol adversário, superando até mesmo a goleada de 5 a 0 contra o Fortaleza ocorrida há três meses. Esse índice expressivo de chegadas ao ataque é um reflexo direto das mudanças táticas e do foco intensificado nas últimas semanas, com ênfase especial na construção de jogadas, transição ofensiva e, crucialmente, na finalização.
A melhora no aproveitamento ofensivo foi recebida com otimismo pela comissão técnica e pelos jogadores, especialmente após uma atuação considerada abaixo do esperado contra o Mirassol, que resultou em um empate e gerou preocupações internas. A capacidade de criar e converter chances de gol é um indicador fundamental para o estilo de jogo almejado por Ancelotti, e os resultados recentes sugerem que o trabalho está começando a surtir efeito.
A Formação Ofensiva e a Intensidade no Ataque
Nas atividades preparatórias que antecederam o clássico contra o Vasco, especialmente nos treinos de segunda e terça-feira, a comissão técnica definiu um trio ofensivo que parece ter se consolidado: Santi Rodríguez, Savarino e Joaquín Correa. A escolha por esses jogadores, mesmo que atuem predominantemente como meias, está embasada na capacidade deles em gerar um volume maior de finalizações. A sinergia entre eles e a busca por oportunidades de chute direto ao gol foram elementos centrais no planejamento tático para a partida. Essa abordagem visa não apenas aumentar as chances de marcar, mas também impor uma pressão constante sobre a defesa adversária, explorando a criatividade e a qualidade técnica do trio.
A estratégia de Ancelotti parece estar voltada para a criação de um futebol mais proativo e incisivo. A quantidade de finalizações em um jogo contra um rival como o Vasco demonstra uma evolução na capacidade de penetração e na ambição ofensiva da equipe. Essa mentalidade de buscar o gol de forma constante é um dos pilares para o desenvolvimento do time, e o trio ofensivo recém-estabelecido parece ser a peça-chave para executar essa proposta. A confiança em jogadores que sabem criar e finalizar é um diferencial que pode levar o Botafogo a resultados mais expressivos e consistentes.
Redução da Perda de Posse de Bola: Uma Chave para o Estilo de Jogo
Outro aspecto crucial que tem recebido atenção especial é a redução na perda da posse de bola. Dados recentes indicavam um índice insatisfatório nesse quesito, o que comprometia a fluidez e o controle das partidas. No entanto, contra o Vasco, houve uma diminuição significativa nesse número, com apenas seis desarmes sofridos pelo time. Este foi o segundo menor índice registrado sob o comando do treinador Davide Ancelotti, ficando atrás apenas da partida contra o Mirassol, que também apresentou um bom desempenho nesse aspecto. A manutenção da posse de bola é considerada fundamental para o estilo de jogo que Ancelotti deseja implementar, permitindo ao time agredir o adversário de forma mais ágil e valorizar a troca de passes.
A habilidade dos meias em iniciar o jogo, como Santi Rodríguez e Joaquín Correa, é intrinsecamente ligada a essa busca por um jogo de posse qualificada. A qualidade no passe desses jogadores contribui diretamente para o plano de jogo desejado pelo treinador, pois facilita a circulação da bola e a criação de espaços na defesa adversária. Quando o Botafogo consegue manter a posse de forma consistente, o time ganha em confiança e em capacidade de ditar o ritmo da partida, dificultando as ações do oponente e criando mais oportunidades de ataque. Essa melhora na gestão da bola demonstra um amadurecimento tático da equipe.
A Correção Tática e o Equilíbrio em Campo
Além do foco na ofensividade e na posse de bola, a comissão técnica também tem trabalhado em correções de posicionamento dos atletas, tanto com quanto sem a posse da bola. A intenção é clara: ao perder a bola, a equipe deve ser capaz de recuperá-la o mais rápido possível, minimizando o tempo em que o adversário pode explorar uma transição ofensiva. Essa agilidade na recuperação da posse é um componente vital para um time que busca impor seu jogo e controlar as iniciativas do oponente. A organização tática em diferentes fases do jogo é o que garante a solidez defensiva e a capacidade de transição rápida para o ataque.
O treinador Davide Ancelotti destacou a importância da continuidade em campo, reconhecendo que, apesar dos momentos de brilho, o Botafogo ainda precisa evoluir para manter uma performance de alto nível durante os 90 minutos. “Acho que 90 minutos assim não jogamos em nenhum jogo. Tivemos momentos bons, mas com essa continuidade não tivemos. Conseguimos fazer o segundo gol, às vezes não conseguimos. Isso ajuda um pouco o time. Seguramente, temos que melhorar. Temos momentos do jogo em que perdemos um pouco a ideia de como jogar, de como posicionar. O time fica um pouco longo, por vezes. Hoje foi um jogo onde tudo deu certo. Mas temos que manter o equilíbrio”, analisou o treinador em coletiva pós-jogo.
A análise pós-partida do treinador revela uma visão realista sobre o desempenho da equipe. Embora a vitória tenha sido expressiva e o jogo tenha transcorrido de forma satisfatória, o foco permanece na busca por uma constância e na minimização dos lapsos de desatenção ou perda de organização tática. O “equilíbrio” mencionado por Ancelotti envolve tanto a capacidade de manter a intensidade ofensiva quanto a solidez defensiva, sem permitir que o time “se longue” ou perca a conexão entre suas linhas. A evolução contínua em todos esses aspectos é o que moldará o Botafogo para os desafios futuros.
Próximo Desafio: Confronto contra o Vitória
Com a confiança renovada após a vitória expressiva, o Botafogo já se prepara para o seu próximo compromisso. A equipe alvinegra enfrentará o Vitória em Salvador, no domingo, às 16h, no Estádio do Barradão. A partida válida pelo Campeonato Brasileiro exigirá que o time mantenha o foco e a intensidade demonstradas contra o Vasco, buscando aplicar as lições aprendidas nas últimas semanas de treinamento. A adaptação ao adversário e às condições de jogo em um novo estádio serão fatores importantes a serem considerados pela comissão técnica e pelos jogadores, que buscam consolidar a boa fase e somar mais pontos na competição.

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