Artur Jorge, o comandante do líder do Brasileirão, é um treinador que chegou ao Botafogo em um momento delicado, após a perda do título em 2023 e a instabilidade entre treinadores no clube. Com uma bagagem de sucesso no futebol português, Artur Jorge precisou administrar os “fantasmas” desse passado recente e rapidamente introduzir uma nova mentalidade de jogo, inspirada em grandes treinadores europeus.
Desafios e a Chegada no Botafogo
Aos 52 anos, Artur Jorge enfrenta o maior desafio da sua carreira, deixando para trás parte significativa da família e o lugar onde foi criado, para assumir o comando do Botafogo. Com menos de uma semana entre a conversa com John Textor e sua chegada ao Brasil, Artur se debruçou em conhecer o passado recente do time e conversar com os jogadores para entender o perfil de cada um do elenco.
Artur tinha que trazer ideias bem definidas para o seu projeto no Botafogo, buscando potencializar todos os atletas em torno de uma ideia de jogo. Isso era fundamental, pois o time não tinha feito um bom Campeonato Estadual e enfrentava resultados desfavoráveis na Libertadores.
Lidando com o Passado
Nas entrevistas, Artur sempre optou por não falar muito sobre o que aconteceu em 2023, quando o Botafogo perdeu o título do Brasileirão de forma inédita. Porém, em conversa com o ge, ele confirmou que havia “fantasmas” e reflexos internos por tudo que aconteceu.
Artur diz ter cuidado para analisar somente o próprio trabalho, mas reconhece que o que aconteceu em 2023 repercutiu mundialmente. Sem poder mudar o passado, ele encontrou no discurso a forma de amenizar o sofrimento do que não poderia ser alterado.
Primeira Imagem e Inspirações
Artur chegou com a fama de treinador ofensivo, enquanto o Botafogo tinha problemas na defesa. Sua primeira escalação surpreendeu, com a escolha de quatro atacantes de origem, com o objetivo de vencer a LDU na Libertadores.
O treinador encontrou inspiração em grandes nomes do futebol, como Johan Cruijff e Jürgen Klopp, para criar seu próprio conceito de jogo e contextualizar o Botafogo. Essa influência é vista na verticalidade do time, com jogadores rápidos e a busca constante pelo gol.
Estabilidade e Adaptação
Artur veio para o Brasil sabendo que o país é uma “máquina de moer técnicos”, com pouca ou nenhuma estabilidade para os treinadores. No entanto, ele se sentia seguro do projeto que abraçou no Botafogo, com a confiança de Textor.
Apesar da saudade da família em Portugal, Artur e sua esposa se adaptaram bem à nova rotina no Rio de Janeiro. Ele conta que a parte mais difícil é estar longe dos filhos, genro e netos, mas eles tentam compensar com comunicação diária.
Do Jogador ao Treinador
Artur Jorge revela que, como jogador, era um zagueiro determinado, com grande entrega e disponibilidade em campo. Essas características sempre foram marcantes em sua carreira e também se refletem em seu trabalho como treinador.
O ídolo de Artur como jogador era Diego Maradona, e ele chegou a fazer viagens pela Europa para ver o craque argentino jogar. Essa paixão pelo futebol e pela dinâmica do jogo ainda o acompanha hoje como treinador.
Artur Jorge enfrenta um grande desafio no Botafogo, mas tem demonstrado capacidade de superar os obstáculos e implementar sua filosofia de jogo. Com inspirações em grandes nomes do futebol e a confiança do clube, ele busca escrever uma nova história no Brasileirão.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores