Em uma partida eletrizante válida pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A, realizada na Neo Química Arena, o Botafogo demonstrou resiliência e capacidade de superação para arrancar um empate contra o Corinthians. O placar final de 1 a 1, com gols de Cuiabano para o Glorioso e Gustavo Henrique para o Timão, selou um confronto onde a estratégia tática e as substituições foram cruciais para a definição do resultado. A equipe alvinegra, comandada pelo técnico Davide Ancelotti, mostrou duas faces distintas ao longo dos 90 minutos, evidenciando a força do elenco e a inteligência do comando técnico em ajustar o time durante o intervalo e durante a partida.
O Desafio Inicial e a Resposta Tática do Botafogo
Desde os primeiros momentos do confronto, o Botafogo adentrou o gramado da Neo Química Arena com a clara intenção de impor seu ritmo e buscar os pontos necessários na competição. A proposta inicial de Davide Ancelotti era clara: organização defensiva sólida, combinada com uma agressividade calculada e uma busca constante pela ocupação do campo de ataque corintiano. No entanto, o cenário da partida sofreu uma reviravolta precoce. Aos 6 minutos, um lapso defensivo na saída de bola resultou em uma oportunidade para o Corinthians. Raniele, atento à falha, soube aproveitar o presente e abriu o placar, colocando a equipe da casa em vantagem. Este gol prematuro impôs um novo desafio ao treinador italiano, que precisou reavaliar sua estratégia e buscar alternativas para reverter a desvantagem e imprimir o dinamismo desejado em sua equipe.
A formação tática escolhida para iniciar a partida foi um 4-2-3-1, com Barría posicionado como o homem de referência no ataque. Atrás dele, Savariano, Correa e Arthur formavam a linha de três jogadores de meio-campo ofensivo. A ideia central era exercer uma pressão alta na saída de bola do Corinthians e explorar a velocidade pelas laterais. Contudo, o Botafogo enfrentou consideráveis dificuldades em estabelecer uma conexão fluida entre a defesa e o ataque. A dificuldade em manter a posse de bola no campo ofensivo forçou a equipe a recorrer a lançamentos longos, que foram efetivamente neutralizados pela defesa corintiana, impedindo a criação de lances de real perigo.
Primeiro Tempo de Dificuldades e Resistência Botafoguense
Os primeiros 45 minutos da partida foram marcados por um domínio territorial e de oportunidades por parte do Corinthians. Além do gol inicial, a equipe alvinegra continuou a criar chances, forçando o Botafogo a adotar uma postura mais reativa e defensiva, concentrando a maior parte de seus esforços em proteger sua área. A primeira tentativa de finalização do time comandado por Davide Ancelotti só ocorreu aos 38 minutos, quando Correa tentou um cabeceio após a cobrança de um escanteio, mas a bola não encontrou o alvo. Até aquele momento, a posse de bola do Botafogo era predominantemente defensiva, com pouca presença ofensiva que pudesse ameaçar o goleiro Hugo Souza.
Apesar das adversidades e da pressão exercida pelo adversário, a estrutura defensiva montada pelo Botafogo se mostrou coesa, mantendo a equipe viva na partida. A solidez defensiva impediu que o Corinthians conseguisse ampliar o placar, permitindo que Davide Ancelotti levasse suas observações e análises para o intervalo. O momento de pausa foi fundamental para que o treinador pudesse repensar a estratégia, identificar os pontos fracos na atuação da equipe e planejar as modificações necessárias para a segunda etapa, visando alterar o curso do jogo que não se desenrolava como o planejado.
O Impacto das Substituições e a Virada Botafoguense
A volta do intervalo trouxe uma nova energia e uma nova dinâmica para o Botafogo. Davide Ancelotti promoveu alterações cruciais na equipe, colocando em campo jogadores como Montoro e Barrera. A entrada desses atletas injetou velocidade, mobilidade e, fundamentalmente, capacidade de criação no meio-campo alvinegro. A partir das substituições, o Botafogo ganhou território, intensificou a pressão sobre o Corinthians e, mais importante, conseguiu encontrar os espaços necessários entre as linhas de marcação adversárias para desenvolver suas jogadas.
A recompensa por essa mudança de postura não tardou a chegar. Aos 14 minutos do segundo tempo, a articulação ofensiva do Botafogo surtiu efeito. Montoro, em uma jogada bem trabalhada, recebeu a bola livre no centro do campo e serviu Cuiabano em profundidade. O lateral, com frieza e precisão, finalizou para o fundo do gol, superando Hugo Souza e decretando o empate. Este lance representou a melhor versão do Botafogo na partida, caracterizada pela circulação rápida da bola e pelas triangulações eficientes em ambos os corredores do ataque, demonstrando a eficácia das alterações promovidas pelo treinador.
A virada do jogo foi a consolidação do trabalho e da capacidade de adaptação de Davide Ancelotti e de sua equipe. Aos 20 minutos, em um lance de rebote dentro da área, Montoro demonstrou grande habilidade ao dominar a bola e executar um voleio espetacular. O chute preciso colocou o Botafogo em vantagem na Neo Química Arena, completando uma reviravolta impressionante. Com uma intensidade renovada, um encaixe tático aprimorado e um volume de jogo significativamente superior, o Botafogo de Davide Ancelotti passou a dominar completamente o Corinthians no segundo tempo. Jogadores como Barrera, Arthur e Savariano passaram a atuar com maior liberdade e fluidez entre as linhas defensivas corintianas, gerando constantes dúvidas e dificuldades para a marcação adversária. Montoro se tornou o maestro da equipe, ditando o ritmo das jogadas e orquestrando a construção da maioria das oportunidades de perigo.
Empate no Final e Ponto Valioso Garantido
Nos minutos finais da partida, aos 37 minutos do segundo tempo, o Corinthians conseguiu reagir e buscar o empate. Gustavo Henrique, com uma assistência de Vitinho, marcou o gol que igualou o placar. No entanto, o resultado de 1 a 1 foi um reflexo da resiliência e da capacidade de reação do Botafogo, que demonstrou força para buscar o resultado mesmo diante de um cenário inicial desfavorável. O ponto conquistado fora de casa é valioso para a equipe na continuidade do Campeonato Brasileiro Série A, evidenciando a evolução tática e a força do elenco sob o comando de Davide Ancelotti.

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