A Comissão de Arbitragem da CBF decidiu expor os bastidores da arbitragem em um dos jogos mais recentes do Campeonato Brasileiro. Nesta segunda-feira, vídeos detalhados com a análise dos lances mais controversos da partida entre Internacional e Atlético-MG, que terminou empatada sem gols no domingo, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, foram divulgados. A publicação das imagens gerou forte reação por parte da diretoria do Galo, que expressou profunda insatisfação com as decisões tomadas em campo e pelo VAR, considerando a atuação arbitral inadmissível.
Análise Detalhada de Lances Cruciais
O primeiro lance que acendeu o debate ocorreu logo aos 13 minutos do primeiro tempo. Em uma disputa pela bola na entrada da área do Atlético-MG, o atacante Borré se chocou com o zagueiro Vitor Hugo. Inicialmente, o árbitro Alex Gomes Stefano, do Rio de Janeiro, não marcou nenhuma infração. No entanto, o árbitro de vídeo, Carlos Eduardo Nunes Braga, recomendou a revisão da jogada. “Ele pega a bola por cima, com a perna em riste e a trava no joelho do atleta (Borré)”, argumentou o VAR, sugerindo uma possível punição máxima. Após assistir às imagens, o árbitro de campo optou por reverter sua decisão e expulsou o zagueiro Vitor Hugo, alegando um carrinho que atingiu o joelho do adversário colombiano.
A polêmica não parou por aí. Ainda na primeira etapa, outra jogada na área do Internacional chamou a atenção. O atacante Rony, em arrancada pela direita, foi derrubado pelo jogador Bernabei. O árbitro Alex Stefano assinalou pênalti, mas, novamente, o VAR interveio. A orientação foi para que o árbitro revisasse a decisão no monitor. Após a análise das imagens, a marcação de pênalti foi anulada. A justificativa do VAR, segundo a análise, foi que “Eu tenho um braço que vem no ombro, mas o braço não empurra”, indicando que não houve uma ação suficiente para configurar a penalidade máxima.
Cartões Vermelhos e Reviravoltas
O terceiro lance que demandou a intervenção do árbitro de vídeo aconteceu aos 11 minutos do segundo tempo. O jogador Alan Patrick, do Internacional, recebeu um cartão vermelho após uma falta cometida em Junior Alonso. Contudo, a decisão do árbitro principal foi novamente questionada pela tecnologia. O VAR, Carlos Eduardo Nunes Braga, explicou que “Vou te mostrar a imagem. Ele indo disputar a bola e atingindo, com a lateral do pé, a perna do seu adversário. Não tem trava de chuteira na perna”. Com base nessa análise, Alex Gomes Stefano reconsiderou a expulsão e aplicou apenas o cartão amarelo ao jogador colorado, gerando ainda mais controvérsia e questionamentos sobre a aplicação das regras.
Reação do Atlético-MG e Críticas à Arbitragem
Ao final da partida, que terminou com o placar de 0 a 0, a diretoria do Atlético-MG não escondeu sua frustração e indignação. Em declarações pós-jogo, o clube classificou a atuação da arbitragem como “inadmissível”. Dirigentes como Victor Bagy e Paulo Bracks, além do atacante Hulk, manifestaram publicamente o descontentamento com as decisões de Alex Stefano e Carlos Nunes Braga. “A respeito da arbitragem. Lamentável, mais uma vez, virmos aqui falar de arbitragem. A cada rodada temos um clube reclamando. Entendo que, o que aconteceu hoje, foi preocupante”, declarou Victor Bagy, ressaltando a recorrência de problemas e a preocupação geral com o nível da arbitragem no campeonato.
A divulgação desses vídeos pela CBF visa, segundo a entidade, aumentar a transparência e auxiliar na compreensão das decisões tomadas pelos árbitros e árbitros de vídeo. No entanto, no caso específico da partida entre Internacional e Atlético-MG, o resultado foi justamente o oposto, atiçando ainda mais os ânimos dos clubes envolvidos e levantando questionamentos sobre a uniformidade e a precisão da aplicação das regras no futebol brasileiro. A expectativa agora fica sobre as futuras medidas que a CBF tomará para tentar aplacar as insatisfações e garantir um padrão mais elevado de atuação em campo.

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