O empate em 0 a 0 entre Internacional e Atlético-MG no último domingo, no Beira-Rio, não apenas definiu um resultado importante na acirrada disputa por posições na tabela, mas também acendeu um grande debate sobre a qualidade e a uniformidade da arbitragem no futebol brasileiro. O confronto foi palco de lances capitais que geraram polêmica e culminaram em reclamações veementes por parte da diretoria do clube mineiro, que se manifestou de forma contundente após a partida. A atuação do trio de arbitragem, auxiliado pela tecnologia do VAR, foi alvo de críticas severas, com decisões de campo sendo alteradas e critérios levantando questionamentos.
Atlético-MG Reclama Veementemente da Atuação Arbitral
A diretoria do Atlético-MG expressou, em nota oficial e por meio de seus representantes, um profundo descontentamento com o que foi observado em campo no duelo contra o Internacional. A insatisfação não se limitou a um ou outro lance isolado, mas sim a um conjunto de decisões que, segundo o clube, comprometeram a fluidez e a justiça do jogo. O empate sem gols, embora tenha resultado em um ponto somado para o Galo, deixou um gosto amargo devido às intervenções da arbitragem. A equipe mineira destacou a necessidade de uma mudança radical no quadro de árbitros do futebol nacional, clamando por um nível de profissionalismo e critério mais elevado, capaz de não interferir nos resultados das partidas.
Lances Polêmicos Marcaram o Confronto
O embate entre Colorado e Galo foi marcado por uma série de lances cruciais que foram reavaliados pelo árbitro de campo, Alex Gomes Stefano, sob intervenção do VAR, comandado por Carlos Eduardo Nunes Braga. No primeiro tempo, aos 12 minutos, o zagueiro do Internacional, Vitor Hugo, protagonizou uma disputa de bola com Borré. Após um carrinho, o defensor atingiu o atacante adversário. Inicialmente, o árbitro nada marcou, mas após ser acionado pelo VAR, optou por expulsar Vitor Hugo. Pouco tempo depois, aos 29 minutos, o árbitro assinalou pênalti a favor do Atlético-MG, após uma alegada falta de Bernabéi em Rony. No entanto, uma nova consulta ao VAR resultou na reversão da decisão, com o árbitro entendendo que o contato não foi suficiente para derrubar o atacante atleticano. A segunda etapa também não ficou isenta de polêmicas, com Alan Patrick, do Internacional, sendo inicialmente expulso por uma entrada em Júnior Alonso, mas tendo a decisão revertida para cartão amarelo após intervenção do árbitro de vídeo. A sequência de alterações nas decisões gerou ainda mais questionamentos.
Diretoria Pede Profissionalização e Igualdade de Critérios
O diretor do Atlético-MG, Victor Bagy, em pronunciamento após a partida, reforçou as críticas contidas na nota oficial e direcionou seus questionamentos ao árbitro Alex Gomes Stefano e ao comando do VAR. Bagy ressaltou que não se trata de culpar o árbitro individualmente, mas sim de evidenciar a necessidade de uma profissionalização e melhoria contínua na atuação da arbitragem brasileira. Ele enfatizou que a demanda por maior qualidade é antiga e que a interferência indevida de decisões arbitrais acaba por “manchar o produto futebol” e influenciar diretamente nos resultados. O dirigente também apontou para a aparente inconsistência nos critérios, comparando a expulsão de Vitor Hugo com a anulação do pênalti em favor do Atlético, questionando por que um contato foi considerado grave em um lance e não em outro. A busca por uma igualdade de critérios ao longo da competição foi um ponto central da sua fala, destacando que o Atlético já sofreu com situações semelhantes anteriormente.
VAR em Foco: Excessiva Intervenção e Dúvidas de Critério
Especialistas consultados e a própria diretoria do Atlético-MG foram enfáticos ao apontar a atuação do VAR como excessiva em diversos momentos do jogo. A sensação é de que a tecnologia, que deveria servir para auxiliar e corrigir erros claros, acabou por gerar mais dúvidas e polêmicas. As frequentes reavaliações de lances e as mudanças nas decisões originais do árbitro de campo levantaram questionamentos sobre a interpretação das jogadas e a aplicação das regras. A uniformidade na aplicação dos critérios é vista como um pilar fundamental para a credibilidade do futebol. Quando os critérios parecem variáveis ou inconsistentes, a confiança no trabalho da arbitragem é abalada, impactando diretamente a experiência dos torcedores e a justiça das competições. A busca por um padrão de excelência na arbitragem, com o VAR como uma ferramenta de apoio e não de confusão, é um anseio antigo do esporte.
A Importância da Arbitragem Íntegra para o Esporte
O futebol, como espetáculo global e paixão nacional, depende intrinsecamente da credibilidade de suas decisões. Uma arbitragem confusa, com critérios duvidosos e intervenções excessivas do VAR, como as observadas no confronto entre Internacional e Atlético-MG, pode minar a confiança dos envolvidos e do público. A busca por resultados justos, baseados no mérito em campo, é o que move a paixão pelo esporte. Quando as decisões arbitrais se tornam o centro das atenções, a beleza do jogo, a tática dos treinadores e a performance dos atletas acabam ficando em segundo plano. O Atlético-MG, ao se manifestar publicamente, não apenas busca reparação por lances específicos, mas levanta uma bandeira pela evolução e profissionalização da arbitragem em todos os níveis, um passo crucial para a preservação da integridade e do encanto do futebol brasileiro.

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