O Atlético-MG enfrenta um cenário financeiro desafiador, com uma dívida total que ultrapassa R$ 1,8 bilhão, representando um aumento significativo em relação ao ano anterior. O clube busca renegociar suas dívidas, especialmente as de curto prazo, que somam mais de R$ 1,1 bilhão, para equilibrar as finanças sem comprometer os investimentos no futebol. A venda de jogadores e a emissão de debêntures são algumas das estratégias adotadas para aliviar a pressão financeira. O clube também enfrenta desafios com pagamentos atrasados de atletas e comissões, além de ter lidado com atrasos salariais em 2025. A gestão busca alongar as dívidas, reduzir juros e garantir a sustentabilidade financeira, mantendo a competitividade e os investimentos.
O Panorama Financeiro do Atlético-MG: Um Desafio em Números
A situação financeira do Atlético-MG tem sido um dos principais focos de atenção para torcedores e analistas. O clube, que adotou o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), enfrenta um cenário complexo, com um endividamento crescente que exige atenção e estratégias bem definidas. O relatório financeiro mais recente revelou um aumento expressivo na dívida total, que atingiu a marca de R$ 1,814 bilhão. Esse valor representa um crescimento significativo em comparação ao ano anterior, demonstrando a necessidade urgente de ações para reverter esse quadro. Essa dívida é composta por diversos fatores, incluindo gastos com o futebol, folha salarial e outros compromissos financeiros.
Dívidas de Curto Prazo: A Maior Preocupação
Um dos maiores desafios para a gestão do Atlético-MG é a administração da dívida de curto prazo, que engloba compromissos financeiros com vencimento no próximo ano. Esse montante, que ultrapassa R$ 1,152 bilhão, exige uma atenção especial, pois pode impactar diretamente a capacidade do clube de investir em reforços, infraestrutura e outras áreas cruciais para o sucesso esportivo. A alta concentração de dívidas de curto prazo pode gerar dificuldades no fluxo de caixa, limitando a capacidade do clube de honrar seus compromissos financeiros em dia. Para mitigar esse problema, a diretoria tem buscado ativamente renegociar suas dívidas, buscando alongar os prazos de pagamento e reduzir os juros, o que pode proporcionar um alívio financeiro.
Estratégias para Equilibrar as Contas: Debêntures e Venda de Jogadores
Diante do cenário financeiro desafiador, o Atlético-MG tem adotado diversas estratégias para equilibrar suas contas e garantir a sustentabilidade do clube. Uma das principais ações é a emissão de debêntures, títulos de dívida que permitem ao clube captar recursos no mercado financeiro. Recentemente, a SAF do clube emitiu debêntures na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), levantando R$ 60 milhões, embora a meta inicial fosse superar os R$ 100 milhões. Esses títulos possuem prazos mais longos e juros mais atrativos, o que contribui para o alongamento da dívida e a redução dos custos financeiros. Outra estratégia fundamental é a venda de jogadores. O clube busca negociar seus ativos no mercado da bola, visando gerar receita e aliviar a pressão sobre as finanças. A janela de transferências do meio do ano será crucial nesse sentido, com o objetivo de obter lucros com a negociação de atletas.
Pagamentos em Atraso: Sinais de Alerta
Apesar dos esforços para reequilibrar as finanças, o Atlético-MG enfrenta desafios com pagamentos em atraso, o que acende um sinal de alerta para a gestão do clube. Atrasos nos pagamentos de atletas, comissões e parcelas de compras de jogadores demonstram as dificuldades financeiras enfrentadas. O clube teve que lidar com atrasos salariais em 2025, fato inédito desde que se tornou SAF, o que gerou preocupação entre os jogadores e a torcida. Além disso, o clube tem pendências financeiras com outras equipes, como Corinthians, Botafogo, Athletico-PR e Coritiba, referentes a compras de atletas realizadas em janelas de transferências anteriores. A situação exige uma gestão financeira rigorosa e a busca por soluções para evitar que os atrasos se repitam e prejudiquem a imagem e a credibilidade do clube.
O Futuro do Galo: Equilíbrio Financeiro e Competitividade
O principal desafio do Atlético-MG é encontrar um equilíbrio entre a gestão financeira e a manutenção da competitividade dentro de campo. A diretoria busca alongar as dívidas, reduzir os juros e aliviar os vencimentos a curto prazo, sem comprometer os investimentos em infraestrutura, compra e venda de jogadores. A venda de jogadores, a emissão de debêntures e a renegociação de dívidas são ferramentas importantes nesse processo. O sucesso do clube dependerá da capacidade de implementar essas estratégias de forma eficaz, garantindo a saúde financeira e, ao mesmo tempo, mantendo um time competitivo, capaz de lutar por títulos e alegrar a torcida atleticana. O futuro do Galo será construído com muito trabalho, planejamento e, acima de tudo, responsabilidade financeira.

Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores