A Seleção Brasileira de Futebol, com sua rica história, está prestes a receber um novo comandante estrangeiro, o italiano Carlo Ancelotti. Mas essa não será a primeira vez que um técnico de fora do Brasil estará à frente da equipe canarinho. Antes de Ancelotti, outros três nomes de diferentes nacionalidades já tiveram a honra de dirigir a seleção em momentos distintos. Dentre eles, destaca-se o uruguaio Ramón Platero, que comandou o Brasil em uma edição da Copa América. Além dele, o português Joreca e o argentino Filpo Nuñez também tiveram passagens, cada um com suas particularidades e histórias marcantes. Vamos explorar os detalhes dessas experiências e entender como cada um contribuiu para a trajetória da Seleção Brasileira.
Os Pioneiros Estrangeiros no Comando da Seleção
A história da Seleção Brasileira é repleta de momentos emblemáticos e personagens importantes. Antes da chegada de Carlo Ancelotti, três treinadores estrangeiros tiveram a oportunidade de escrever seus nomes na história do futebol brasileiro. Ramón Platero, Joreca e Filpo Nuñez, cada um com sua nacionalidade e estilo, trouxeram novas perspectivas e abordagens ao futebol da seleção. Suas passagens, embora curtas e em diferentes contextos, deixaram um legado de experiências e aprendizados para o futebol brasileiro.
Ramón Platero: O Uruguaio que Conquistou o Brasil
Ramón Platero, um uruguaio com grande conhecimento tático, foi o primeiro estrangeiro a comandar a Seleção Brasileira em uma competição oficial. Sua trajetória no futebol brasileiro começou no Fluminense e incluiu passagens por Flamengo e Vasco. Em 1925, Platero recebeu a missão de dirigir o Brasil no Campeonato Sul-Americano, a antiga Copa América, na Argentina. Apesar de sua experiência e conhecimento, sua passagem foi marcada por altos e baixos. A estreia promissora com uma vitória sobre o Paraguai foi seguida por uma derrota para a Argentina. No entanto, o ponto alto foi a vitória sobre o Paraguai e o empate com a Argentina, em um jogo que terminou em confusão. A passagem de Platero, embora breve, demonstrou a abertura do futebol brasileiro a novas ideias e a importância da experiência internacional na formação da Seleção.
Joreca: O Português que Deixou sua Marca nos Amistosos
Joreca, um português que chegou ao Brasil ainda jovem, teve uma trajetória incomum no futebol. Sua paixão pelo esporte o levou a ser jornalista, comentarista de rádio, professor de educação física e árbitro, antes de se tornar treinador. Sua experiência como treinador começou com sucesso no São Paulo, conquistando títulos importantes. Em 1944, Joreca teve a oportunidade de comandar a Seleção Brasileira em parceria com Flávio Costa. Os dois técnicos foram responsáveis por conduzir a equipe em dois amistosos contra o Uruguai, com duas vitórias expressivas. A passagem de Joreca pela Seleção, mesmo que em amistosos, demonstrou a sua capacidade e visão tática, além de sua importância no futebol brasileiro.
Filpo Nuñez: O Argentino que Liderou o Palmeiras pela Seleção
Filpo Nuñez, um treinador argentino, teve uma passagem peculiar pela Seleção Brasileira. Em 1965, em um amistoso contra o Uruguai, a CBD decidiu que o Palmeiras representaria o Brasil. Como treinador do Palmeiras, Filpo Nuñez foi o responsável por comandar a equipe na vitória por 3 a 0 sobre o Uruguai. A sua passagem pela Seleção, embora considerada interina, mostrou a flexibilidade e as estratégias táticas no futebol brasileiro, além de sua capacidade de liderança e conhecimento do futebol.
O Legado dos Treinadores Estrangeiros
A história dos treinadores estrangeiros na Seleção Brasileira, desde Ramón Platero até Filpo Nuñez, é um testemunho da evolução do futebol no país. Cada um, com suas experiências e nacionalidades, contribuiu para a diversidade tática e o intercâmbio de ideias no futebol brasileiro. A chegada de Carlo Ancelotti, como o quarto estrangeiro a comandar a Seleção, marca mais um capítulo nessa história de troca de experiências, demonstrando a abertura do futebol brasileiro para o conhecimento e a inovação vindos de diferentes partes do mundo. A expectativa é que Ancelotti, assim como seus antecessores, deixe sua marca e contribua para o sucesso da Seleção Brasileira nos próximos anos.

Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores