O comportamento dos treinadores durante a disputa de pênaltis é um tema amplamente estudado pelo psicólogo norueguês Geir Jordet, especialista em futebol e autor do livro “Pressão: lições da psicologia da disputa de pênaltis”, que será lançado no Brasil em 2024. Jordet critica a postura de Dorival Júnior, que ficou fora da roda dos jogadores da Seleção Brasileira antes da cobrança de pênaltis contra o Uruguai na Copa América 2024.
O Papel do Treinador na Disputa de Pênaltis
Segundo Jordet, muitos técnicos delegam a preparação e a orientação dos jogadores para os auxiliares, o que, em sua opinião, não é a melhor abordagem. “Este é o momento de maior pressão no futebol, é o momento em que os jogadores precisam ter o líder deles presente”, argumenta o pesquisador.
A Importância do Treinamento de Pênaltis
Jordet também critica a falta de prioridade dada ao treinamento de cobranças de pênaltis pela maioria das equipes. “Tradicionalmente no futebol, no Brasil e na maioria dos lugares, os pênaltis são uma coisa que treinadores ignoram, não dão prioridade nos treinamentos. Como resultado, muitos times não estão preparados. Eu sinto muito por isso. Quem paga por isso são os jogadores, que acabam perdendo as cobranças”, complementa.
A Autonomia dos Jogadores na Escolha dos Batedores
O pesquisador também se posiciona contra a prática de os próprios atletas pedirem para cobrar os pênaltis. “Os jogadores se apresentam para bater porque acham que eles têm que chamar a responsabilidade, não necessariamente que eles são os melhores. É como se antes do jogo o treinador perguntasse a escalação aos atletas. É algo absurdo”, afirma Jordet.
O Caso da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Catar
Geir Jordet também critica a postura de Tite na partida contra a Croácia, na Copa do Mundo do Catar. Segundo o especialista, este não é um problema exclusivo do Brasil, mas da maioria das equipes e seleções.
Sobre o Pesquisador
Geir Jordet é um PhD em psicologia esportiva e estuda a disputa de pênaltis desde 2004, tendo analisado todas as cobranças em Copas do Mundo, Liga dos Campeões e outros campeonatos europeus de 1976 até hoje, o que corresponde a mais de 700 cobranças. Ele também entrevistou diversos jogadores sobre seus pensamentos, emoções e experiências com os pênaltis nessas partidas.
Após a eliminação da Seleção Brasileira na Copa América 2024, Dorival Júnior justificou sua postura de ficar fora da roda dos jogadores antes da disputa de pênaltis, alegando que vinha falando individualmente com cada um deles sobre o que havia sido treinado desde o início da concentração em Orlando.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores