A Seleção Brasileira se prepara para a reta final de sua jornada rumo à Copa do Mundo, e um dos nomes mais experientes do elenco, o goleiro Ederson, retorna ao grupo após um período de ausências marcadas por lesões. Em sua primeira oportunidade sob o comando do técnico Carlo Ancelotti, o arqueiro demonstra entusiasmo e elogia a metodologia do treinador italiano, destacando a busca por uma mentalidade vencedora e o aprimoramento das ideias de jogo da equipe. A expectativa é alta para o amistoso contra Senegal, considerado um adversário de peso.
Ederson retorna e exalta a mentalidade vencedora de Ancelotti
O ciclo da Copa do Mundo tem sido uma montanha-russa para Ederson. O goleiro, peça fundamental em seus clubes, enfrentou uma série de contratempos com a Seleção Brasileira, sendo cortado de cinco convocações devido a lesões. Essa instabilidade o impediu de construir a sequência de jogos que tanto almejava com a camisa amarela. No entanto, nesta data FIFA, a última de 2025, o destino sorri para o arqueiro, que reencontra o grupo e tem a primeira chance de trabalhar diretamente com Carlo Ancelotti. A sintonia entre jogador e técnico parece ser imediata, com Ederson expressando admiração pela experiência e pelo legado de vitórias do comandante italiano.
“Você ver um treinador tão vitorioso comandando a equipe agrega muito para os jogadores, traz mentalidade vencedora para dentro de nós”, declarou Ederson em entrevista coletiva. Ele ressaltou a importância do coletivo e a intensidade dos treinos sob o comando de Ancelotti. “Durante esses dois dias, vi a forma que eles treinam, treinam no mais alto nível possível. Podemos esperar um grande jogo contra Senegal, que tem uma grande equipe e grandes jogadores, não vai ser um jogo fácil”, projetou o goleiro, com os olhos voltados para o amistoso deste sábado, que acontecerá às 13h (horário de Brasília) no prestigiado estádio do Arsenal.
O Sonho da Terceira Copa e a Busca por um Lugar ao Sol
Aos 32 anos, Ederson nutre o desejo de disputar sua terceira Copa do Mundo. Apesar de sua trajetória consolidada no futebol europeu, ele é categórico ao afirmar que não se vê com vaga garantida no elenco. A última vez que vestiu a camisa da Seleção foi há um ano, em um empate contra o Uruguai pelas Eliminatórias. Esse longo período longe do convívio do grupo gera, segundo ele, uma mistura de expectativa e ansiedade, mas sobretudo, uma enorme alegria em retornar. “Estou muito contente com mais uma oportunidade de estar aqui novamente e espero corresponder todas as expectativas durante os treinamentos e se for jogar também”, confidenciou.
O goleiro acredita no potencial do grupo atual, mas reconhece a necessidade de tempo para que as ideias de jogo implementadas por Ancelotti se solidifiquem. “Acho que nós temos um grupo muito bom, com grandes atletas, e que precisa um pouco mais de tempo para aprimorar as ideias de jogo do treinador”, analisou. Essa transparência demonstra a maturidade do jogador e a compreensão dos desafios que a Seleção enfrenta em um momento de transição.
A Surpreendente Mudança para o Fenerbahçe
Um dos temas que chamou a atenção na coletiva de Ederson foi sua recente transferência do Manchester City para o Fenerbahçe, da Turquia. O goleiro, que passou oito anos gloriosos no clube inglês, conquistando 18 títulos, explicou os motivos que o levaram a buscar novos ares. “Todos os ciclos se encerram, jogadores vão e vêm, e o clube sempre fica”, disse, justificando a necessidade de uma “mudança e de novos ares”. Ao ser questionado sobre a escolha pelo Fenerbahçe, Ederson revelou que a decisão foi amparada por conversas com o preparador de goleiros da Seleção, Taffarel, e com outros brasileiros que já atuaram no clube.
“Tive uma breve conversa com o Taffarel (preparador de goleiros da Seleção), apesar de ele ter jogado no rival (Galatasaray). O Taffa falou mil maravilhas sobre cidade, cultura e povo turco. Também conversei com brasileiros que jogaram no Fenerbahçe, que me falaram superbem do clube, da cidade, da cultura e do clima. Então isso acabou ajudando ainda mais”, detalhou. Ederson reafirmou seu compromisso com o trabalho, a mentalidade vencedora que o acompanhou em clubes como Benfica e City, e a ambição de conquistar títulos com sua nova equipe. “Estou gostando muito desse novo desafio, desse novo país, desse novo campeonato e dessa nova cultura”, completou, mostrando-se motivado com a nova fase de sua carreira.
A Adaptação ao Estilo Ancelotti e o Futuro na Seleção
Ederson detalhou como tem sido a adaptação ao trabalho de Carlo Ancelotti, especialmente no que diz respeito à dinâmica das sessões de treinamento. O goleiro observou que o técnico italiano prioriza jogos curtos, que estimulam a tomada de decisão rápida e a agilidade na saída de bola. “Ancelotti faz muitos jogos curtos para os jogadores pensarem rápido, dar um ou dois toques na bola. Participei ontem de uma posse de bola. Vejo que ele frisa muito que a equipe deve ter a bola e ser agressiva”, explicou.
A filosofia de Ancelotti, segundo Ederson, busca um equilíbrio entre a posse de bola e a agressividade, combinada com uma compactação defensiva eficiente. “No momento de defender, todos têm de defender juntos e compactar o mais rapidamente possível. Esses pequenos detalhes fazem grandes times vencedores e grandes seleções”, analisou. O goleiro demonstra confiança de que Ancelotti conseguirá implementar suas ideias e restaurar o “brilho da seleção brasileira”.
A Luta por Vaga na Copa e a Reflexão sobre Mudanças
A proximidade da Copa do Mundo intensifica a expectativa pela convocação e, consequentemente, a disputa por uma vaga no elenco. Ederson, ciente de que nenhum jogador tem sua presença garantida, vê o treinador Carlo Ancelotti como o único com um lugar assegurado. “Nenhum jogador tem vaga garantida, o único que tem é o Ancelotti”, brincou. Ele reconhece a alta qualidade dos atletas à disposição e prevê que a decisão final sobre os 23 convocados será um desafio para o técnico. “Depois a decisão final vai ficar para ele, porque tem muitos jogadores com muita qualidade, e acho que ele vai ter dor de cabeça para convocar os 23 jogadores.”
Ao comparar o atual momento com o ciclo anterior, Ederson aponta diferenças significativas. Enquanto o trabalho com Tite durou cerca de oito anos, a nova fase tem sido marcada por altos e baixos e constantes mudanças de treinadores, o que, segundo o goleiro, atrasou o processo. A chegada de Ancelotti, no entanto, traz uma nova perspectiva e a esperança de implementar uma mentalidade vencedora duradoura. “O ciclo foi anterior foi um trabalho praticamente de oito anos com o Tite e nessa nova fase foi diferente, com muitos altos e baixos, mais baixos do que altos, e mudanças constantes de treinadores. Acho que acabou atrasando um pouco o nosso processo, mas agora com a chegada do Ancelotti tem mudado um pouco, ele tem trazido a mentalidade vencedora dele para os jogadores”, concluiu.

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