A talentosa atacante Bia Zaneratto, conhecida carinhosamente como “Imperatriz”, retorna com força total à Seleção Brasileira feminina de futebol. Após um período afastada devido a uma lesão no pé, que a impediu de participar das Olimpíadas de 2024, a camisa 16 está de volta ao ciclo de preparação visando a próxima Copa do Mundo. O reencontro com a amarelinha acontece em um momento crucial, trazendo consigo a experiência de quem já vivenciou diversas fases da equipe nacional.
A Superação de Lesões e o Fortalecimento Mental
A trajetória recente de Bia Zaneratto foi marcada por desafios físicos significativos. Sofreu com fascite plantar, uma condição dolorosa que evoluiu para pequenas fraturas no metatarso. Essas lesões não apenas causaram intenso sofrimento, mas também a tiraram da disputa olímpica, um momento que ela descreve como particularmente difícil. “Era uma convocação pré-Olimpíada e tudo indicava que estaria nela. Estava tentando superar a dor para poder dar conta, mas vieram as fraturas nos metatarsos em cima da fascite plantar. Foi difícil compreender toda a situação”, compartilhou a jogadora. Nesse período de recuperação, Bia Zaneratto não hesitou em buscar apoio profissional para lidar com os aspectos psicológicos, reconhecendo a importância do suporte externo para atletas. “Achamos que damos conta de tudo sozinhos, mas não precisamos. Quando percebi que precisava de ajuda, fui buscar. Fez total diferença esse acompanhamento”, afirmou, ressaltando que o suporte psicológico é fundamental, pois atletas não são super-heróis e enfrentam altos e baixos em suas carreiras.
A Experiência que Inspira e Constrói
Com uma carreira repleta de conquistas e vivências, Bia Zaneratto se posiciona como uma referência dentro e fora de campo. Sua experiência em atuar ao lado de jogadoras lendárias como Formiga e Cristiane, e agora integrar um grupo com novas talentos, a permite enxergar a evolução da Seleção Brasileira. Ela se vê não apenas como uma jogadora experiente, mas como parte de um coletivo unido por um objetivo comum. “Me vejo como uma ‘meninona’ também, adoro esse clima que temos. Não tem essa coisa de experiente ou nova, estamos em busca do mesmo objetivo. Essa mescla tem feito total sentido à Seleção. No que eu puder contribuir, estarei ajudando”, declarou. Essa liderança silenciosa e a capacidade de inspirar são qualidades que Bia Zaneratto traz para a equipe, somando em campo com sua técnica apurada e fora dele, como um exemplo de resiliência.
Visão Tática e Adaptação no Clube e na Seleção
Atualmente, Bia Zaneratto atua no Kansas City, nos Estados Unidos, onde tem se adaptado a um papel mais centralizado como centroavante, embora também participe ativamente da construção das jogadas. Essa versatilidade é um trunfo para a Seleção Brasileira, sob o comando do técnico Arthur Elias, que preza por um futebol ofensivo. “Venho para somar naquilo que o Arthur achar melhor e vou procurar dar o meu máximo. Ele tem um plano de jogo muito claro para cada partida, um modelo. Acredito que, na Seleção Brasileira, será uma mescla de finalizadora podendo construir”, explicou a atacante. Sua capacidade de se adaptar a diferentes posições e estilos de jogo a torna uma peça valiosa no esquema tático da equipe, pronta para executar as estratégias definidas pelo treinador.
O Caminho para o Mundial de 2027 em Casa
Com a perspectiva de sediar a Copa do Mundo em 2027, a Seleção Brasileira feminina mira alto. Bia Zaneratto, que esteve presente nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016, acredita que a equipe está no caminho certo para brigar pelo tão sonhado título mundial. Ela ressalta que o respeito conquistado pelas adversárias é um indicativo positivo. “Confio que estamos no caminho certo, principalmente pelos resultados mais recentes. Hoje, as seleções olham para gente diferente e isso é importante para a Copa. A Seleção buscou respeito, para que pensem: ‘vamos jogar com as donas da casa, calma aí'”, pontuou. A atacante também expressou o desejo de que a Copa no Brasil seja um marco para o futebol feminino no país, com estádios cheios e um público engajado, impulsionando ainda mais o desenvolvimento da modalidade e a força dos clubes.
Futuro no Palmeiras: Um Ciclo de Carinho e Gratidão
Bia Zaneratto guarda um carinho especial pelo Palmeiras, clube onde se tornou a segunda maior artilheira. Ela não descarta um futuro retorno às “Palestrinas”, apesar de seus objetivos atuais nos Estados Unidos. O clube paulista foi fundamental em um momento conturbado de sua carreira, e a conexão com os torcedores permanece forte. “Sempre será muito especial para mim. Fico feliz com o carinho, foi uma conexão grande minha com o clube, existirá um respeito. Falo do Palmeiras com muito orgulho, foi um clube que me abriu a porta em um momento conturbado”, revelou. A atacante considera o Palmeiras sua “segunda casa” e reforça que o futuro no futebol é dinâmico, deixando em aberto a possibilidade de vestir a camisa alviverde novamente. No último jogo contra o Japão, a jogadora marcou um belo gol de falta aos 40 minutos do primeiro tempo, mostrando sua relevância em campo.

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