O cenário da Copa Libertadores de 2025 apresenta um duelo de grande magnitude nas semifinais: o Flamengo, gigante brasileiro, encara o Racing, da Argentina. A expectativa gira em torno de qual equipe levará a melhor nesta jornada decisiva rumo à glória continental. O time argentino, atual campeão da Copa Sul-Americana e da Recopa, tem se destacado cada vez mais no cenário sul-americano, superando inclusive rivais tradicionais como Boca Juniors e River Plate. O site ge, em sua análise, busca desvendar os motivos por trás dessa ascensão meteórica do Racing, que o credencia a ser um forte concorrente ao título.
A Ascensão Meteórica do Racing no Futebol Sul-Americano
O Racing Club de Avellaneda, carinhosamente apelidado de “La Academia”, tem trilhado um caminho impressionante nos últimos anos, consolidando-se como uma força a ser reconhecida na América do Sul. Sua trajetória recente é marcada por conquistas significativas, como os títulos da Copa Sul-Americana e da Recopa, demonstrando uma capacidade notável de competir e vencer em cenários de alta pressão. A equipe argentina provou sua força ao eliminar concorrentes brasileiros em campanhas vitoriosas, além de superar o Botafogo na disputa da Recopa, coroando um período de sucesso e mostrando que o time tem “sangue de copeiro”, característica essencial para quem almeja o protagonismo em competições mata-mata. A ambição de retornar à final da Libertadores após quase seis décadas é um sonho que a apaixonada torcida do Racing nutre com fervor, impulsionando a equipe em cada passo da jornada.
Reestruturação Financeira e Identidade do Clube: A Receita do Sucesso
A solidez e o sucesso do Racing nos últimos anos não surgiram por acaso. Uma análise mais aprofundada revela um trabalho minucioso de reestruturação financeira e busca por uma identidade clara, pilares que sustentam a equipe em sua fase atual. Raphael Sibilla, correspondente da Globo na Argentina, destaca a importância da gestão do ex-presidente Víctor Blanco, que iniciou um processo de mudança significativa no clube há cerca de dez anos. Essa reestruturação permitiu não apenas a estabilidade financeira, mas também a capacidade de investir em jogadores e comissões técnicas que pudessem agregar valor à equipe. A contratação de Gustavo Costas, um treinador com forte ligação com o clube, ex-capitão e torcedor fanático, foi um movimento estratégico para fortalecer a conexão entre jogadores, comissão técnica e torcida. Costas, mesmo não sendo o nome mais “pop” ou moderno do mercado, trouxe consigo uma paixão e um conhecimento profundo do ambiente do Racing, gerando uma sinergia rara e fundamental para o desempenho da equipe em jogos de alta tensão e dificuldade.
A Influência de Gustavo Costas e a Mentalidade Vencedora
A chegada de Gustavo Costas ao comando técnico do Racing no início de 2024, substituindo Fernando Gago, foi um divisor de águas para a equipe. Sua identificação com o clube, como ex-capitão e torcedor fervoroso, permitiu uma conexão instantânea com o elenco e a arquibancada. Sibilla ressalta que essa proximidade e vivência do dia a dia do Racing criaram uma “sinergia” entre jogadores, técnico e torcida, transformando o time em uma unidade extremamente difícil de ser batida, especialmente em jogos de Copa. Embora a saída de alguns jogadores tenha alterado algumas características táticas, a essência do trabalho de Costas permaneceu, mantendo a “toada” e a solidez que marcaram a equipe. Essa mentalidade vencedora, cultivada sob o comando de Costas, foi crucial para as conquistas recentes, como a Copa Sul-Americana em 2024 e a Recopa Sul-Americana no ano seguinte, quando superaram o Botafogo no Rio de Janeiro. A eleição de Diego Milito, ídolo e ex-atacante do clube, para a presidência demonstra a estratégia de manter essa linha de sucesso e continuidade.
O Declínio dos Gigantes Argentinos e a Nova Ordem do Futebol
Em meio à ascensão do Racing, um cenário intrigante se desenha no futebol argentino com o aparente declínio de seus dois maiores clubes: Boca Juniors e River Plate. Ambos os gigantes, historicamente protagonistas, não têm conquistado títulos nacionais relevantes, abrindo espaço para equipes como o Racing assumirem o protagonismo. Sibilla aponta que, enquanto o futebol argentino financeiramente ainda se distancia do poderio brasileiro, Boca e River enfrentam desafios internos significativos. O River Plate, apesar de ter realizado grandes vendas e investido em contratações e na reforma de seu estádio, não tem encontrado a mesma magia da era Marcelo Gallardo, caindo nas quartas de final da Libertadores 2025 para o Palmeiras. Já o Boca Juniors vive uma crise profunda, marcada por péssimos resultados, problemas financeiros e uma gestão questionável, descrita como uma “bagunça” por Sibilla. A diretoria liderada por Juan Román Riquelme tem sido criticada pela falta de profissionalismo e pela gestão “de amigos”, resultando em contratações duvidosas e perda de protagonismo.
Riquelme, Gallardo e Milito: Figuras de Personalidade Forte no Comando
Um ponto em comum entre Boca Juniors, River Plate e Racing reside na forte presença de figuras icônicas no comando de seus departamentos de futebol: Riquelme no Boca, Gallardo no River e Milito no Racing. No entanto, a forma como exercem sua liderança e a aceitação de críticas divergem significativamente. Riquelme é descrito como uma figura “extremamente arrogante e difícil de lidar”, que não tolera críticas, enquanto a gestão de futebol do Boca tem sido marcada por um profissionalismo questionável. A situação do River Plate, por sua vez, parece ser um reflexo de um trabalho que não está funcionando plenamente sob o comando de Gallardo, com dificuldades em replicar o desempenho passado. Essa dinâmica entre personalidade, gestão e desempenho em campo molda o atual panorama do futebol argentino, onde o Racing, com sua identidade consolidada e gestão focada, se impõe como um adversário de peso para o Flamengo na busca pela taça da Libertadores 2025.
O confronto entre Flamengo e Racing promete ser um espetáculo à parte na Copa Libertadores 2025. O jogo de ida está marcado para esta quarta-feira, no Maracanã, com horário previsto para as 21h30. A partida de volta, que decidirá quem avança para a final, acontecerá em Avellaneda no dia 29 de outubro, prometendo mais emoções e um grande espetáculo para os fãs do futebol sul-americano.

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