Em meio à expectativa pelo clássico entre Atlético de Madrid e Real Madrid, marcado para este domingo, uma preocupação paira sobre o Metropolitano: a possibilidade de ações racistas contra o atacante Vinicius Junior. A Liga Espanhola promete tolerância zero com esse tipo de comportamento, garantindo um sistema de segurança rigoroso para evitar novos episódios de racismo.
A história de Vinicius Junior e o racismo na Espanha é longa e dolorosa. Desde que chegou ao Real Madrid, o jogador brasileiro tem sido alvo de insultos racistas por parte de torcedores de vários clubes. A Liga Espanhola tem trabalhado para combater esse problema, mas ainda há muito a ser feito.
Medidas de segurança para o clássico
Para evitar novos episódios de racismo, a Liga Espanhola afirmou que o Metropolitano está equipado com um “rigoroso sistema de segurança”, reforçado com pessoas estrategicamente posicionadas para garantir a cobertura total do local. Além disso, o jogo terá profissionais dedicados exclusivamente para o monitoramento de possíveis incidentes, dentro e fora do estádio.
A liga espanhola também tem trabalhado em conjunto com os clubes e capacitado jogadores e comissões técnicas, além de promover campanhas de conscientização dos torcedores e do público geral. No ano passado, lançou uma plataforma para denúncias de discriminação racial.
A história de racismo contra Vinicius Junior
Há quatro episódios registrados de racismo por parte da torcida do Atlético de Madrid contra Vinicius Junior, de acordo com a Liga Espanhola. O primeiro foi em setembro de 2022, quando gritos racistas foram ouvidos dentro e fora do Metropolitano, antes e durante o clássico.
Em janeiro de 2023, um boneco com a camisa de Vini Jr apareceu enforcado em uma ponte de Valdebebas, antes do jogo entre os dois times pela Copa do Rei. Esse caso ainda tramita na Justiça.
Em setembro do ano passado, uma menina foi ofendida porque usava uma camiseta com o nome do brasileiro. O investigado prestou depoimento.
E, em janeiro deste ano, a Liga Espanhola apresentou denúncia perante a Promotoria de Delitos de Ódio de Madri por insultos racistas dirigidos a Vini Jr, no entorno do Metropolitano. O Ministério Público iniciou diligências de investigação, mas ainda sem resultados.
Consequências para os agressores
Três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão por ataques racistas a Vini Jr, de maio de 2023, no estádio Mestalla. E, nesta semana, foi a vez de um torcedor do Mallorca pegar um ano de detenção por injúrias racistas contra o brasileiro.
A Liga Espanhola alega não ter competência para sancionar clubes, torcedores ou jogadores por condutas assim. No entanto, os episódios são reportados para a Real Federação de Futebol da Espanha (RFEF), a Comissão Estatal contra Violência Racismo e Xenofobia do Ministério do Esporte, e ao Ministério Público de cada província da Espanha.
O protocolo diante de uma ação racista
O protocolo diante de uma ação racista no estádio é claro: o caso é reportado às autoridades competentes e investigado. A Liga Espanhola garante que todos os casos têm sido investigados e/ou informados aos órgãos e autoridades competentes.
A medida mais recente foi a introdução, há duas semanas, do gesto “Não ao racismo”, criado pela Fifa para ser usado pelos árbitros quando houver um ato de racismo em campo ou nas arquibancadas.
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