A Anistia Internacional, uma organização não governamental dedicada à defesa dos direitos humanos, alertou a Fifa sobre os riscos de violações de direitos humanos se a Arábia Saudita for escolhida como sede da Copa do Mundo de 2034. A candidatura saudita é a única ainda no processo, e há grandes chances do país ser ratificado como anfitrião. No entanto, a Anistia Internacional aconselha a Fifa a paralisar o processo relativo à Arábia Saudita a menos que o país aprove reformas no que diz respeito aos direitos humanos no país.
Os riscos de violações de direitos humanos
A Anistia Internacional publicou um relatório que trata de problemas de direitos humanos na Arábia Saudita e nos países candidatos à Copa do Mundo de 2030, Espanha, Portugal e Marrocos. O relatório conclui que nenhuma das candidaturas explica adequadamente como os países anfitriãos vão atingir os padrões de direitos humanos estabelecidos pelas regulamentações da Fifa. Além disso, organizações de direitos humanos não foram consultadas, e os riscos são enormes de violações abrangentes e sérias caso a Arábia Saudita seja escolhida.
Entre os riscos mencionados no relatório, estão os possíveis custos humanos, direitos trabalhistas de imigrantes, remoções de populações, discriminação de torcedores, além do uso excessivo de força policial e restrição da liberdade de expressão. A Anistia Internacional também destaca que a Arábia Saudita vai exigir um vasto número de trabalhadores migrantes para entregar as ambições de Copa do Mundo, mas não há garantia de reforma no sistema de trabalho, de estabelecer um salário mínimo para não cidadãos, ou de introduzir medidas para prevenir a morte de trabalhadores.
A responsabilidade da Fifa
A Fifa tem a responsabilidade de garantir que os países anfitriãos da Copa do Mundo atendam aos padrões de direitos humanos estabelecidos pelas regulamentações da entidade. No entanto, a Anistia Internacional acredita que a Fifa não está fazendo o suficiente para garantir que os países anfitriãos atendam a esses padrões. A organização aconselha a Fifa a paralisar o processo relativo à Arábia Saudita a menos que o país aprove reformas no que diz respeito aos direitos humanos no país.
As consequências de uma escolha errada
Se a Arábia Saudita for escolhida como sede da Copa do Mundo de 2034 sem que o país aprove reformas no que diz respeito aos direitos humanos, as consequências podem ser graves. A Anistia Internacional acredita que isso pode levar a violações abrangentes e sérias de direitos humanos, incluindo a discriminação de torcedores, o uso excessivo de força policial e a restrição da liberdade de expressão. Além disso, a escolha da Arábia Saudita pode enviar um sinal errado sobre a importância dos direitos humanos no esporte.
Um apelo à Fifa
A Anistia Internacional faz um apelo à Fifa para que a entidade tome medidas para garantir que os países anfitriãos da Copa do Mundo atendam aos padrões de direitos humanos estabelecidos pelas regulamentações da Fifa. A organização acredita que a Fifa tem a responsabilidade de garantir que o esporte seja um fator positivo na promoção dos direitos humanos, e não um fator que contribua para a violação desses direitos.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores